Impacto das tarifas de 25% de Trump em Portugal. O que diz a ACAP

O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de 25% sobre todos os automóveis importados a partir do próximo dia 3 de abril. E, apesar do impacto global esperado, a ACAP (Associação Automóvel de Portugal) não fez soar os alarmes.

De acordo com o divulgado esta quinta-feira, a associação considera que Portugal não será diretamente afetado pelas tarifas, uma vez que a maior parte das exportações nacionais são destinadas à União Europeia. No entanto, não deixou de chamar a atenção para o possível “efeito dominó” na economia global.

Segundo o reportado pelo Eco, Helder Pedro, secretário geral da ACAP, afirmou que “a nossa produção é para exportação, sobretudo, para a União Europeia, portanto não há aqui uma exposição significativa da nossa produção nacional aos Estados Unidos.”

Embora Portugal não esteja diretamente exposto, a associação classifica a decisão de Trump como “um contrassenso”, sublinhando que poderá afetar toda a cadeia de produção. “Se as empresas vão sofrer com esta decisão das tarifas, isto acaba por ter um efeito dominó e toda a economia é afetada, todos os seus industriais e o automóvel não escapa a esse impacto”, destacou o secretário geral.

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O anúncio já provocou quedas nas ações de algumas fabricantes automóveis «não-americanas». Na Ásia, a Toyota, a Honda e a Nissan perderam 2,04%, 2,47% e 1,67%, no índice da bolsa de Tóquio (Nikkei), respetivamente.

Por sua vez, na Europa, as ações da Stellantis caíram 6,12% na bolsa de Paris, as da Porsche caíram 4,30% na bolsa de Frankfurt, entre outros. Nem os fornecedores conseguiram fugir à sina com as ações da Daimler e da Continental a caírem 3,18% e 2,71%,

Mercado

As reações às tarifas de Trump de 25% para automóveis importados

As reações não se fizeram esperar à ordem-executiva de Donald Trump, presidente dos EUA, que impõe tarifas de 25% à importação de automóveis.

Fernando Gomes

Tarifas sobre os componentes

Para além dos automóveis, a partir de 3 de maio, os componentes importados também passarão a estar sujeitos a tarifas. Como explicou Helder Pedro, esta medida vai resultar em componentes e produtos mais caros. “Os consumidores americanos pagam mais, ao mesmo tempo que o produto que é para exportar fica mais caro”, concluiu.

A decisão de Trump em avançar com tarifas automóveis de 25% gerou reações imediatas a nível internacional. O Japão e a Coreia do Sul responderam com tarifas retaliatórias de 16% e 15%, respetivamente, sobre as importações de automóveis norte americanos. Até agora, a taxa era de apenas 2,5%, o que representa um aumento significativo.

Na Europa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lamentou a decisão dos EUA e afirmou que Bruxelas está a avaliar o impacto da medida antes de tomar qualquer ação retaliatória.

Mariana Teles

O universo das «quatro rodas» entrou na sua vida por intermédio da Razão Automóvel. É a sua primeira volta no mundo do jornalismo e promete não parar.

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