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Tarifas de importação europeias. Que impacto vão ter no preço do Dacia Spring?

Com a sua produção feita na China, o Dacia Spring é um dos modelos afetados pelas novas taxas de importação impostas pela União Europeia.

Dacia Spring
© Dacia

Depois de nove meses de uma investigação relacionada com a aplicação de subsídios aos automóveis elétricos produzidos na China — e que termina em novembro —, a União Europeia aprovou mesmo um novo conjunto de tarifas de importação que entram hoje, 5 de julho, em vigor.

As tarifas aplicadas não são iguais para todos, dependendo das conclusões da investigação, mas isso não afasta um futuro cenário de aumento de preços da grande maioria dos elétricos que são produzidos na China e importados para a Europa possam.

Como já realçámos antes, não são apenas os construtores chineses os afetados: os elétricos de marcas europeias produzidos e importados da China também são afetados pelas novas taxas de importação.

Entre esses modelos está, por exemplo, o Dacia Spring, que é produzido na China graças a uma parceria entre a Renault e a Dongfeng, que vai sofrer uma taxa adicional de importação de 20,8%. Esta será adicionada à taxa aduaneira regular de 10%.

Porém, um dos responsáveis da marca romena, em declarações ao Automotive News, avançou que, para já, não está a planear qualquer aumento no preço daquele que ainda é o automóvel 100% elétrico mais barato em Portugal.

Esse mesmo responsável, no entanto, não negou a possibilidade de aumentar o preço do Spring. Mas só acontecerá em data mais avançada e serão progressivos. Tudo para conseguir mitigar o impacto desse aumento sobre os consumidores.

E os outros?

Outro dos exemplos é o da MG, propriedade do SAIC Group, que recebeu a penalização mais pesada: 37,6%. O construtor já sugeriu a possibilidade de aumentar o preço dos seus elétricos “made in China”. Ainda assim, em Itália, a marca já confirmou que ainda não está a planear qualquer alteração nos preços.

Em França, por enquanto, a ideia é a mesma, justificada pelo facto de a MG “ainda ter veículos em stock, pelo menos, até novembro”, sendo que estes, na sua maioria, MG4, “serão comercializados com os preços atuais”, tal como referido por um representante da marca.

Já a Nio, que comercializa o ET7 em alguns mercados europeus, adiantou que pode ajustar o preço dos seus modelos no mercado europeu, depois de aplicadas estas novas tarifas.

Marcas não-chinesas como a BMW ou a Tesla, entre outros, também ficam sujeitas as estas novas tarifas de importação, sendo que a primeira produz o iX3 na China e os Model 3 para o mercado europeu também.

Alemanha critica aumentos

Um porta-voz da Volkswagen referiu que o momento de aplicação das tarifas não é o melhor, devido à atual redução na procura de automóveis 100% elétricos. Segundo o mesmo, “os efeitos negativos desta decisão superam quaisquer benefícios para a indústria automóvel europeia e especialmente para a alemã”.

MG4 XPower frente
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Do lado da Associação da Indústria Automóvel Alemã (VDA), a mensagem é que a UE e a China encontrem uma solução urgente para esta questão, de forma a evitar um eventual conflito comercial a nível global.

“A China desempenha um papel decisivo numa transformação bem-sucedida em direção à electro mobilidade e à digitalização — um conflito comercial também colocaria em risco essa transformação”, afirmou um responsável da VDA.

Fonte: Automotive News Europe