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Todos os fabricantes afetados pelas tarifas de Trump contra o Canadá e México

Trump avançou com tarifas contra o Canadá, México e China, afetando fabricantes de todas as regiões do mundo, incluindo os americanos.

Donald Trump
© Facebook Donald Trump

Donald Trump, presidente dos EUA, concretizou a ameaça de novas tarifas de importação contra o Canadá, México e China. Entram em vigor amanhã, dia 4 de fevereiro.

No caso do Canadá e México estas ascendem aos 25%, enquanto a China foi penalizada com uma tarifa de 10%. Trump exige que estes países parem o envio de fentanil e a entrada de emigrantes (Canadá e México).

A União Europeia (UE), por agora, parece ter evitado as tarifas de Trump, mas segundo o próprio são os próximos da lista, afirmando que estas vão chegar em breve.

Audi Q5 e SQ5 Sportback
© Audi O Audi Q5 é produzido em exclusivo no México.

As novas tarifas vão colocar novos desafios à indústria automóvel, independentemente da região de origem — sendo que os construtores norte-americanos também serão afetados. Cerca de 90% dos veículos produzidos no Canadá e México são exportados para os EUA.

Os construtores afetados

O Grupo Volkswagen é um dos mais afetados pelas tarifas de Trump. A maior fábrica de produção automóvel do México, em Puebla, pertence ao Grupo alemão, tendo produzido perto de 350 mil carros em 2023. São lá produzidos e exportados para os EUA os modelos Tiguan, Jetta e Taos.

Além da fábrica de Puebla, o grupo tem uma fábrica em San José Chiapa que produz o Audi Q5, exportando-o não só para os EUA como para o resto do mundo.

A Stellantis também possui duas fábricas no México — Saltillo e Toluca —, que produzem, respetivamente, pick-up e furgões para a Ram, e o Jeep Compass.

Além das fábricas no México, a Stellantis também tem duas fábricas no Canadá — Ontário e Windsor —, onde produz modelos para a Chrysler. E este ano vai dar início à produção de um novo Jeep.

A BMW também produz o Série 3 e o Série 2 Coupé (e M2) no México com o destino da maioria da produção a ir para os EUA.

Entre os construtores japoneses, Honda, Mazda, Nissan e Toyota têm fábricas no México — duas no caso da Nissan e Toyota.

A Honda exporta 80% da produção para os EUA e está a considerar transferir parte da produção para evitar as tarifas. No caso da Nissan, que exporta os Sentra, Versa e Kicks — nos primeiros nove meses de 2024 a produção já tinha ultrapassado o meio milhão de unidades.

A Toyota também fica numa posição delicada. O gigante japonês produz no México a pick-up Tacoma, que representa cerca de 10% das vendas totais da marca nos EUA (mais de 230 mil Tacoma vendidas em 2023).

A sul-coreana Kia também tem uma fábrica no México onde, além dos seus modelos, produz para a Hyundai o Santa Fe, que é exportado para os EUA.

Americanas Ford e GM também são penalizadas

Como referimos, não são apenas os construtores estrangeiros que vão ser impactados pelas tarifas impostas por Donald Trump. A Ford e a GM também estão expostas.

A Ford tem três fábricas no México — duas de automóveis e uma de motores — e uma no Canadá. Esta última deveria começar a produzir a partir de 2026 uma nova variante a gasolina da campeã de vendas F-Series.

Já a GM importou do Canadá e do México cerca de 750 mil veículos em 2024. A maioria foram produzidos no México. Entre os veículos importados estão vários SUV e as pick-up Chevrolet Silverado e GMC Sierra, que são dos seus modelos mais populares.

No Canadá a GM possui três fábricas, uma das quais produz e exporta para todo o mundo um motor V8 e uma caixa de dupla embraiagem. A GM escolheu estes dois países também para produzir alguns dos seus modelos 100% elétricos.

Fonte: Automotive News Canada