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Carlos Tavares é contra tarifas de importação mas diz que podem ter “efeito positivo”

Apesar de já ter dito que não concordava com as tarifas de importação, Carlos Tavares, CEO da Stellantis, admite que poderão ser benéficas a curto prazo.

Carlos Tavares
© Stellantis

Durante a divulgação dos resultados do primeiro semestre de 2024 da Stellantis, Carlos Tavares, diretor-executivo do grupo, mostrou uma nova perspetiva sobre as tarifas de importação impostas aos elétricos fabricados na China.

Não é a primeira vez que Tavares se pronuncia sobre esta temática, sendo que no início do mês o mesmo se referiu a estas como “um erro”. Acusou a União Europeia de continuar a tomar decisões na “via do emocional”, ao invés de na “via do racional”, como aconteceu anteriormente com o escândalo Dieselgate.

Porém, o executivo português mostrou-se agora mais positivo em relação à probabilidade da implementação destas tarifas, pelo menos a curto-prazo.

De acordo com Carlos Tavares, “o mercado europeu vai estar sob uma pressão significativa (relativamente aos preços) devido à ofensiva chinesa, mas também é verdade que, especificamente para este mercado, as tarifas de importação vão abrandar ou reduzir essa pressão”.

Essencialmente, Tavares quer evitar o cenário que se vive na China, onde a guerra de preços reduziu a zero, ou praticamente, as margens de rentabilidade por carro vendido. Ou seja, pelo menos a curto-prazo, “as tarifas poderão ter um efeito positivo” na evolução dos preços e da rentabilidade, uma vez que absorvem a vantagem de custo que os automóveis produzidos na China trazem.

“Tarifas aduaneiras de 31% a 38% vão ter um impacto no posicionamento de preço, uma vez que absorvem os 30% de vantagem nos custos que os chineses têm.”

Carlos Tavares, CEO da Stellantis

Desta forma, “as tarifas de importação na Europa podem ajudar a «acalmar» o ambiente, face àquilo que poderíamos esperar sem elas. Isso ajudará na obtenção de lucro”, declarou.

Plano de eletrificação

Tendo em consideração este novo fator, o das tarifas de importação, a que se junta a perda de momento na venda de automóveis elétricos, Carlos Tavares respondeu à questão se pretende ou não alterar a estratégia de eletrificação da Stellantis.

Peugeot 3008, frente 3/4
© Peugeot Peugeot 3008

Recorde que no início do ano Carlos Tavares tinha dito que não ia tirar o pé do acelerador relativamente aos planos de eletrificação do grupo, apesar de na altura ser já evidente que o mercado de elétricos estava a abrandar.

São vários os construtores que agora anunciam perdas (não conseguem cobrir os custos, que são muito elevados) e estão a mudar de estratégia. Tavares, por outro lado, mantém os planos estabelecidos.

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Isto porque a Stellantis optou por definir uma estratégia assente em plataformas multinenergias, em vez de plataformas exclusivas para elétricos. Uma opção, que na altura, levantou dúvidas sobre o seu sucesso.

“Com as plataformas multienergias, nós somos os melhores na indústria em termos de performance. Não há nada mais que o cliente queira ter no carro. Esta é, por isso, a melhor estratégia.”

Carlos Tavares, CEO da Stellantis

De acordo com Tavares, a sua estratégia de eletrificação “não tem mais razões para ser tema de debate. Dadas as incertezas desta indústria e tendo em conta que é fácil antecipar que vão haver obstáculos na eletrificação, é fácil perceber que esta é a estratégia certa.”

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