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Gasolina ganha novo alento nos EUA. Trump quer reverter políticas de Biden

Trump quer reverter as políticas de Biden relativas à eficiência e emissões dos automóveis e à quota de produção de veículos elétricos.

Donald Trump
© Facebook Donald Trump

O regresso de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos da América (EUA) — vai tomar posse a 20 de janeiro de 2025 —, deverá ser marcado pela mudança de rumo das políticas automóveis de Joe Biden, o presidente em funções.

Segundo fontes próximas da equipa de transição, o novo governo pretende enfraquecer os regulamentos de eficiência energética e emissões estabelecidas pela administração Biden em junho passado.

Entre as novas regras, a que coloca mais pressão sobre os fabricantes de automóveis, é a de que pelo menos 35% do total da sua produção em 2032 corresponda a veículos elétricos.

Tesla Model 3 Performance lateral
© Pedro Alves / Razão Automóvel A mudança das políticas automóveis que Trump pretende poderão ter um impacto negativo na Tesla.

A mudança de rumo defendida por Trump surge como resposta a uma promessa de campanha: acabar com o que apelidou de “mandato dos veículos elétricos”. Esse mandato não existe oficialmente, mas as políticas da administração de Biden servem de incentivo a uma transição gradual para elétricos.

Acabar com os incentivos aos elétricos

O presidente eleito pretende também eliminar o crédito fiscal de 7500 dólares (aprox. 7120 euros) para a compra de carros elétricos.

Uma medida que poderá dificultar a adoção de carros elétricos no país e colocar em causa o crescimento que está a registar este ano. No último trimestre (julho a setembro), a quota de mercado dos elétricos atingiu os 8,9%, que é um novo recorde. Como comparação, na Europa, a quota (até outubro) é de 14,8%.

A perda dos elétricos poderá ser o ganho dos automóveis a gasolina. A inversão das políticas, a acontecer, poderá significar padrões menos restritivos, tanto nas médias de consumo para a indústria, como para as emissões.

Tesla poderá sair prejudicada

Fabricantes como a General Motors, a Ford e a Stellantis têm sido críticos das políticas de Joe Biden, por serem demasiado restritivas. Além disso, o mercado não tem demonstrado interesse suficiente por veículos elétricos.

O impacto noutros fabricantes, como a Tesla, que dependem totalmente da venda de automóveis 100% elétricos, poderá ser exatamente o oposto. O enfraquecimento ou reversão das regras poderá prejudicar a Tesla, que é o líder de vendas dos elétricos nos EUA, com uma quota de 48%.

Não nos podemos esquecer do apoio de Elon Musk, o diretor-executivo da Tesla, durante a campanha presidencial de Donald Trump. Esta aproximação acabou por culminar na nomeação de Musk para co-liderar um novo Departamento de Eficiência Governamental.

Mudança pode demorar anos

Resta saber até que ponto a administração Trump conseguirá implementar as mudanças pretendidas rapidamente.

Durante o seu primeiro mandato como presidente dos EUA, foram precisos três anos para reverter políticas semelhantes que tinham sido implementadas por Barack Obama.

Fonte: Reuters