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“UE é muito má para nós”. Trump volta a ameaçar com tarifas

O impacto das tarifas, caso avancem, poderá ser considerável. Só em 2023 foram exportados mais de 800 mil automóveis da UE para os EUA.

Donald J. Trump
© Donald Trump (facebook)

Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos da América (EUA) na última segunda-feira, 20 de janeiro, e não perdeu tempo a voltar a ameaçar não só a União Europeia (UE), como a China, com tarifas comerciais.

“A UE é muito, muito má para nós. Portanto, eles vão enfrentar tarifas. É a única maneira de termos justiça”, afirmou o 47.º presidente dos EUA durante uma conferência de imprensa na Casa Branca, ontem.

Em resposta, a União Europeia prometeu retaliação: “Se houver necessidade de defender os nossos interesses económicos, nós vamos responder na mesma moeda”, declarou Valdis Dombrovskis, Comissário do Comércio, à CNBC.

O mercado norte-americano é um dos principais destinos de exportação para os automóveis de passageiros da UE. Em 2023, foram exportados 40,2 mil milhões de euros (mais de 800 mil unidades), segundo a ACEA.

Caso as tarifas venham a ser aplicadas, o impacto vai ser tudo menos positivo para a indústria automóvel europeia, que atualmente, já se encontra a enfrentar um cenário deveras negativo.

México e Canadá

Além da União Europeia, Trump também ameaçou a China com tarifas de 10% sobre as suas exportações para os Estados Unidos.

Antes disso, o novo presidente dos EUA já tinha anunciado que queria impor tarifas de 25% aos seus vizinhos norte-americanos, o Canadá e o México, já a partir do próximo dia 1 de fevereiro.

Caso se confirme, estas tarifas poderão gerar um impacto profundo também nos principais grupos automóveis europeus, que contam com uma presença industrial significativa no México.

Um porta-voz do Grupo Volkswagen declarou à Reuters que “está preocupado com o impacto prejudicial económico que as tarifas propostas pela administração dos EUA terão sobre os consumidores americanos e a indústria automóvel internacional”.

O Grupo Volkswagen tem uma das suas maiores fábricas no México, onde produz anualmente cerca de 350 mil carros (números de 2023), incluindo o Jetta, Tiguan e Taos — todos são exportados para os EUA.

Volkswagen Golf 2024 - GTI 3/4 de frente
© Volkswagen O Volkswagen Golf GTI é um dos modelos exportados da UE para os EUA.

Contudo, este não é o único construtor que poderá ser impactado caso as novas tarifas se confirmem. A Stellantis, BMW e Mercedes-Benz também têm fábricas no México. Saindo da Europa, também a Honda e a Nissan produzem no México e exportam para os EUA.

Dito isto, o Grupo Volkswagen, Stellantis, BMW e Mercedes-Benz têm fábricas nos EUA que poderão mitigar o impacto das tarifas, mas poderá obrigar a transferir a produção de alguns modelos, e isso leva bastante tempo.

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