Notícias Tarifas. UE desloca-se à China para discutir outras soluções

Mercado

Tarifas. UE desloca-se à China para discutir outras soluções

As tarifas podem ter sido aprovadas, mas parece haver progressos nas negociações entre a UE e a China na procura de soluções alternativas.

BYD Atto 3 frente
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

A União Europeia (UE) vai enviar representantes para a China com o objetivo de encontrar soluções alternativas à implementação das novas tarifas aos elétricos produzidos no país asiático, que entraram em vigor dia 30 de outubro, avançaram fontes da Bloomberg.

Este encontro sugere que Pequim e Bruxelas podem estar cada vez mais perto de encontrar uma solução. Contudo, um acordo para substituir as tarifas ainda é uma questão complexa e de difícil resolução. “Os planos ainda estão a ser finalizados e coordenados com Pequim”, afirmaram.

Desde que a UE anunciou a implementação de tarifas provisórias, no dia 4 de julho, que as tentativas de negociação entre as duas potências têm sido intensas. E, após oito rondas de negociações ainda não foram registados avanços significativos.

© BYD O BYD Sealion 7 é o novo modelo da marca chinesa para a Europa.

Obstáculos

Os dois lados têm tentado chegar a um acordo relativamente a um compromisso de preços para evitar tarifas, que implica a criação de um mecanismo para controlar preços e volumes de exportações. Até agora, sem sucesso. Ambas as partes indicam que permanecem diferenças significativas sobre como o atingir.

As propostas apresentadas pela China não conseguem ir de encontro aos rigorosos requisitos da UE, que estão alinhados com os da Organização Mundial do Comércio (OMC), e não têm um impacto semelhante aos das tarifas atuais.

Bruxelas quer também garantir uma monitorização contínua do cumprimento e aplicabilidade das disposições do acordo. Ou seja, em caso de violações ou incumprimentos, existem mecanismos para aplicar sanções ou exigir ajustes.

Outro obstáculo que tem vindo a dificultar as negociações entre as duas potências prende-se no facto da China defender um acordo coletivo, enquanto a UE está disposta a celebrar acordos individuais. O que isto significa é que enquanto Pequim pretende um acordo geral para todos os seus construtores, Bruxelas está aberta a acordos distintos com cada um dos construtores, mas sempre em conformidade com as regras da OMC.

Há progressos?

Não obstante, nos últimos dias as negociações têm feito alguns progressos, com principal foco na simplificação das condições, especialmente para os novos veículos elétricos que ainda não começaram a ser exportados.

A proposta de simplificar as condições tem como objetivo equilibrar os interesses e criar um sistema de monitorização eficaz para que o acordo seja sustentável e respeite as metas comerciais.

Para além disto, é mencionada ainda a necessidade de evitar uma “compensação cruzada”, referindo-se à possibilidade de haver preços mínimos para os elétricos importados serem compensados pela venda de outros produtos, como veículos híbridos, diluindo o impacto das tarifas estabelecidas.

Por agora as negociações à procura de soluções alternativas vão continuar, apesar da entrada oficial em vigor das tarifas adicionais de importação dos elétricos produzidos na China no último dia 30 de outubro. Se a UE e a China não acordarem uma nova solução, estas tarifas irão permanecer durante os próximos cinco anos.

O impacto das tarifas, no entanto, poderá demorar alguns meses a ser sentido. Isto porque, em antecipação à entrada das tarifas, verificou-se um aumento substancial na exportação de elétricos produzidos na China com destino à UE. Isto significa que existem muitos veículos armazenados para escoar.

Fonte: Bloomberg