Elétricos estão em queda no maior mercado europeu por um motivo

O mercado de elétricos sofreu uma queda significativa em muitos mercados europeus em 2024 — o mercado português, porém, segue em sentido oposto. E nem mesmo a Alemanha, o maior mercado automóvel europeu escapou a esta tendência. Os dados são da KBA (Autoridade Federal Alemã de Transportes).

No último ano, foram vendidos apenas 380 609 elétricos na Alemanha, o que representa uma redução expressiva de 27,4%, em relação a 2023, ano em que foram comercializados 524 219 unidades. Consequentemente, a quota de mercado dos elétricos caiu de 18,4% para 13,5%.

Esta descida na procura de elétricos foi compensada por um incremento nas vendas de outras energias, como os veículos movidos a gasolina que cresceram 1,4% e atingiram uma quota de 35,2% (face aos 34,4% registados em 2023).

Auto Rádio #71

Crise em 2025. Os problemas que ameaçam a indústria automóvel

A indústria automóvel europeia está a passar por uma crise que promete continuar em 2025 e serve de mote a mais um episódio do Auto Rádio.

Redação

Os automóveis Diesel parece terem encontrado um ponto de equilíbrio, registando uma variação pouco expressiva, com uma redução de 0,7%, fixando-se numa quota anual de 17,8%, ou seja 4% acima dos elétricos.

Mais adiante neste artigo explicamos os motivos para estas variações, que foram antecipadas no podcast Auto Rádio pela equipa da Razão Automóvel. Podem recordar esse episódio no nosso Spotify e Youtube.

Resiliência na eletrificação

Apesar da redução na procura de elétricos, os restantes automóveis eletrificados mostraram resiliência. As vendas de híbridos convencionais (que não são ligados à corrente) subiram 12,7%, enquanto os híbridos plug-in cresceram 9,2%, alcançando quotas de 33,6% e 6,8%, respetivamente.

A queda da procura por automóveis elétricos teve um impacto direto nas emissões médias de CO₂ dos automóveis novos. Em 2024, as emissões subiram 4,2%, atingindo 119,8 g/km (em comparação com 114,9 g/km em 2023).

Incentivos acabam, vendas sofrem

Um dos fatores que ajuda a explicar a queda nas vendas de elétricos foi o fim dos incentivos à compra destes automóveis na Alemanha. Até dezembro de 2023, os incentivos à compra de elétricos por particulares era de 4500 euros, enquanto os construtores recebiam 2550 euros por unidades vendida. No entanto, no início de 2024, o governo alemão decidiu eliminar esses apoios.

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Segundo o ministro dos transportes, Volker Wissing, a objetivo de acabar com os incentivos era «testar» o mercado de elétricos, avaliando se este se conseguia manter competitivo sem ajudas do governo. A decisão, contudo, coincidiu com um ano desafiador para o setor automóvel alemão, e europeu, que viu o mercado geral contrair cerca de 1%, com 2,8 milhões de automóveis vendidos no total.

Após um ano marcado por resultados preocupantes no campo da eletrificação, há indícios de que os apoios aos elétricos possam voltar em 2025. No final de fevereiro será eleito um novo governo na Alemanha, sendo que o chanceler, Olaf Scholz, já sugeriu a criação de um novo programa de suporte a nível europeu.

Novo líder de mercado?

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Mariana Teles

O universo das «quatro rodas» entrou na sua vida por intermédio da Razão Automóvel. É a sua primeira volta no mundo do jornalismo e promete não parar.

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