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Vendas dos elétricos de luxo desapontam. Luxo a combustão é o preferido

As vendas de automóveis elétricos de luxo estão abaixo do esperado e não conseguem superar a dos automóveis de luxo a combustão.

Mercedes-Benz EQS frente
© Mercedes-Benz

As vendas de automóveis elétricos não param de crescer de ano para ano, mas quando falamos de elétricos de luxo, estes estão a perder a luta para o «velho» motor de combustão.

É o que se está a verificar no maior mercado automóvel do mundo, a China, que é também o maior mercado mundial para automóveis elétricos.

BMW i7 traseira
© Pedro Alves / Razão Automóvel

O BMW Série 7 é um bom exemplo disso. A nova geração estreou o i7, o primeiro Série 7 elétrico de sempre, mas na China, apenas 245 clientes o escolheram no primeiro semestre do ano. O novo Série 7 a combustão? Cerca de 5000 unidades vendidas.

Oliver Zipse, o diretor executivo da BMW, justifica a discrepância com o facto de o i7 só estar ainda disponível como xDrive60, a versão mais cara de dois motores. Zipse espera que após lançarem o i7 eDrive50, com um motor e mais acessível, as vendas do Série 7 elétrico subam substancialmente.

V8 high tech é mais sinónimo de luxo que elétrico

Na arquirrival Mercedes-Benz, o cenário não difere muito. As vendas do EQS (e também do EQE) na China têm ficado abaixo do esperado. E não é só na China, também nos EUA, onde há stock suficiente de EQS para 190 dias de procura.

Mercedes EQS perfil
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Ola Källenius, o diretor executivo da Mercedes-Benz, reconhece que o nível de adoção de automóveis elétricos no segmento de luxo, sobretudo na China, não tem acontecido ao mesmo ritmo que nos segmentos mais acessíveis (abaixo dos 40 mil euros).

“Muitos clientes (chineses) vêm no Classe S com um V8 de alta tecnologia como a derradeira compra”.

Ola Källenius, diretor executivo da Mercedes-Benz

O crescimento nas vendas de automóveis elétricos de luxo será a longo prazo, prevê a Mercedes-Benz, e, por isso, Källenius comenta: “decidimos aplicar alguma paciência estratégica a isto enquanto avançamos”.

O que não parece estar em «cima da mesa» são (mais) cortes nos preços para perseguir objetivos de vendas — no final do ano passado, a Mercedes-Benz chegou a cortar o preço de alguns modelos elétricos na China em 30 mil euros —, como temos visto com a Tesla e outros construtores chineses.

Prognóstico? Favorável

Se as vendas de elétricos no segmento de luxo não está a ir de encontro às expectativas (por agora), no cômputo geral, BMW e Mercedes-Benz vão vender este ano mais elétricos que nunca.

No primeiro semestre de 2023, a BMW registou um aumento de 94% na venda de elétricos (totalizando 152 936 unidades), enquanto a Mercedes-Benz viu as vendas de elétricos subir 93% (112 850).

Também a Audi, a outra parte do trio alemão premium, registou um aumento de vendas dos seus elétricos no primeiro semestre do ano em 51,2% (75 647 unidades).

Fonte: Autocar, Automotive News Europe