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Pesadelo chinês continua para as marcas alemãs

Os resultados do primeiro trimestre de 2025 mostram que a crise na China está longe de terminar para os construtores alemães.

Volkswagen Gold na linha de produção, com bandeira chinesa a cobrir a imagem
© Razão Automóvel

O início do ano passou a correr e já temos os números de vendas do primeiro trimestre de 2025 pelos grupos automóveis alemães.

E se, globalmente, os resultados foram estáveis ou até melhoraram ligeiramente, o mesmo não se pode dizer dos números registados pelos alemães na China, o maior mercado do mundo: as vendas continuaram a cair no primeiro trimestre do ano, depois de terem tido um 2024 tenebroso.

Todos os grupos alemães registaram quedas na China: Grupo Volkswagen, Grupo BMW e Mercedes-Benz.

Volkswagen ID.4 X e ID.4 Crozz
© Volkswagen Volkswagen ID.4 X e ID.4 Crozz, as versões chinesas do ID.4.

Volkswagen perde força apenas na China

O Grupo Volkswagen, que já foi a força dominante na China — ainda é o seu maior mercado individual —, voltou a cair nos primeiros três meses do ano, tendo registado uma queda nas vendas de 7,1% (644 100 unidades vendidas).

Foi o único mercado da região Ásia-Pacífico onde o grupo registou uma contração. Nos restantes países da zona, as vendas cresceram 7,2%. E, globalmente, mesmo com a queda na China, as vendas do Grupo Volkswagen até subiram ligeiramente (+1,4%) no primeiro trimestre, para as 2,13 milhões de unidades.

De notar ainda que as vendas de elétricos do grupo alemão tiveram um crescimento global de 58,9% (216 800 unidades), mas na China, onde as vendas dos elétricos continuam a crescer, as vendas de elétricos do Grupo Volkswagen caíram 36,8% (25 900 unidades).

O grupo atribuiu esta queda à “competição intensa que se faz sentir na China”, dominado por fabricantes locais como a BYD.

O Grupo Volkswagen não separou as vendas por marca no mercado chinês, mas a Porsche divulgou os seus números do primeiro trimestre em separado e teve uma queda brutal na China: 32%. A nível global a queda foi de 7,9%.

Grupo BMW segue o mesmo caminho

Por sua vez, também o Grupo BMW registou a mesma tendência, mas sem o alívio de um crescimento à geral. No total, o fabricante vendeu cerca de 586 mil veículos entre janeiro e março, uma quebra ligeira de 1,4% face ao mesmo período em 2024.

BMW X5 M frente
© BMW BMW X5

Mesmo assim, as vendas subiram nos EUA (+4,0%) e na Europa (+6,2%), mas a performance negativa na China arrastou para baixo os resultados globais do grupo: as vendas contraíram 17,2%, com 155 195 unidades vendidas.

A MINI destacou-se como a única marca do grupo a crescer (+4,1%), ao passo que a Rolls-Royce sofreu uma quebra de 9,4%.

Mercedes-Benz fecha o trimestre em queda

A Mercedes-Benz também viu as suas vendas globais caírem 7% no primeiro trimestre, para 529 200 unidades. A China foi novamente o principal foco de retração, com uma descida de 10%, para 152 800 unidades, acompanhada por uma descida equivalente no mercado alemão (45 300 unidades).

De maneira geral, a Mercedes-Benz só registou crescimento no mercado norte-americano (EUA, Canadá e México) e em mercados que o construtor agrupa como “Resto do Mundo”, o que não foi suficiente para inverter a tendência negativa.

Atualmente, a quota de mercado das marcas estrangeiras na China caiu para cerca de 40%, quando há 10 anos era superior a 60%, avançou a Automotive News Europe. Segundo os analistas, isto deve-se ao facto dos consumidores chineses verem as marcas locais como mais avançadas.

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