No luxo não há crise. Bentley, Bugatti e Rolls-Royce batem recordes de vendas

Guerra, escassez de semicondutores e ainda os efeitos da pandemia. Todos estes fatores têm contribuído para uma recuperação mais lenta do mercado automóvel, mas a Bentley, a Bugatti e a Rolls-Royce parecem «imunes».

Basta olhar para as vendas destas três marcas em 2022 e facilmente percebemos que a palavra “crise” não está presente no seu dicionário. Todas elas conseguiram bater recordes de vendas.

Como é óbvio os valores apresentados não são «estratosféricos» — pelo menos em termos de volume —, mas são bem superiores àqueles que as três marcas tinham apresentado até agora.

Os recordes

Comecemos pela Bugatti e pelo seu recorde. Com 80 automóveis produzidos, a marca de Molsheim entregou mais carros em 2022 do que em qualquer outro ano.

Para este recorde contribuíram as entregas do último Chiron e Chiron Sport destinados ao mercado europeu, dos 10 Bugatti Centodieci e das últimas nove unidades do Chiron Super Sport 300+.

Passando para a Rolls-Royce, os seus números são, consideravelmente, mais elevados. Pela primeira vez a marca britânica entregou mais de 6000 automóveis num ano — 6021 unidades para sermos precisos — um crescimento de 8% face a 2021.

Além deste recorde, a Rolls-Royce atingiu outro marco: nunca tinham sido encomendados tantos exemplares «feitos à medida» pelos clientes. Particularmente apreciados no Médio Oriente, estas unidades exclusivas custam, em média, 500 mil euros.

Por fim, quando olhamos para os números alcançados pela Bentley a diferença para os valores registados pela Bugatti e Rolls-Royce quase a faz parecer uma «marca generalista». No total a Bentley entregou 15 174 automóveis em 2022, mais 515 do que o anterior recorde alcançado em… 2021.

Segundo a marca britânica na base deste novo recorde estão, não só, o lançamento de novos modelos e dos seus híbridos plug-in, mas também a maior procura pelos exclusivos com a «assinatura» da Mulliner. Quanto ao papel de best-seller, esse coube, sem surpresa, ao Bentayga, que correspondeu a 42% do total das vendas.

João Delfim Tomé

Apaixonado por automóveis desde sempre, o João divide os seus dias entre as teclas da Razão Automóvel e a chave de parafusos do Lada Niva que está a recuperar.

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