Notícias Mercedes não acredita nas baterias de estado sólido. Conheça os motivos

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Mercedes não acredita nas baterias de estado sólido. Conheça os motivos

As vantagens das baterias de estado sólido podem ser ultrapassadas pelos desenvolvimentos das baterias de iões de lítio, afirma a Mercedes.

Vista da frente do Mercedes-Benz CLA Concept
© Mercedes-Benz

As baterias de estado sólido têm sido anunciadas como a grande promessa para o futuro dos carros elétricos.

Tal deve-se, principalmente, à sua densidade energética muito superior às atuais baterias de iões de lítio (com eletrólito líquido). Uma característica que deverá permitir, para a mesma capacidade, uma bateria fisicamente mais pequena e leve, com óbvias vantagens em matéria de packaging e peso total do veículo.

Mercedes-Benz EQE SUV a carregar
Mercedes-Benz EQE SUV

A Mercedes-Benz, no entanto, parece ter outra perspetiva. Durante o CES 2024, numa mesa redonda, o diretor tecnológico da marca, Markus Schäfer, afirmou que o futuro poderá não passar pelas baterias de estado sólido, apesar de estas, em termos de segurança, continuarem a possuir uma maior vantagem.

Baterias de estado sólido vs de iões de lítio

Ao pormos na balança os prós e os contras de ambas as tecnologias, até há pouco tempo as baterias de estado sólido poderiam ser vistas como a “maior promessa da indústria automóvel”.

Porém, com todos os desenvolvimentos que as baterias de iões de lítio têm vindo a sofrer — nomeadamente as relacionadas com a densidade energética —, Schäfer admite a possibilidade de as baterias de estado sólido não serem necessárias.

Apesar do diretor tecnológico não conseguir prever qual das duas tecnologias irá «ganhar a corrida», ele admite que os desenvolvimentos que se esperam para a tecnologia de iões de lítio podem muito bem ultrapassar as vantagens que as baterias de estado sólido oferecem.

Markus Schäfer compara ainda este «optimismo» em relação às baterias de estado sólido com a “antecipação dos sistemas de condução autónoma”. Uma referência à forma como a indústria teve de dar um passo atrás em relação a esta tecnologia, devido às dificuldades da sua implementação.

Afinal onde se fica?

Os comentários feitos pelo responsável técnico da Mercedes-Benz opõem-se, assim, aos desenvolvimentos positivos que tanto a Nissan como a Toyota têm vindo a fazer em relação às baterias de estado sólido. Ambas planeiam começar a produzir este tipo de tecnologia em 2028.

A Mercedes-Benz, por outro lado, já começou a investir em firmas de desenvolvimento de baterias de iões de lítio no Estados Unidos da América e na Coreia do Sul, sem contar com a parceria já existente com a Stellantis e a TotalEnergies para fazer baterias na Europa.

Schäfer rejeitou ainda a ideia avançada por outros construtores de que se deve dar prioridade aos “carregamentos ultrarrápidos” para reduzir o tamanho das baterias, reduzindo, assim, o preço dos veículos elétricos.

A posição é justificada com o facto de os compradores continuarem a dar muita importância à autonomia no momento de aquisição do veículo.

“Eles (compradores) pensam apenas naquela viagem que fazem uma vez por ano (que requer mais autonomia) e isso não é racional.”

Markus Schäfer, diretor tecnológico da Mercedes-Benz

Além da Nissan e da Toyota, são vários os construtores que estão a investir no desenvolvimento e produção das baterias de estado sólido, tendo em conta os benefícios em relação às baterias de iões de lítio: maior densidade energética, maior segurança, maior vida útil e carregamento mais rápido.

No entanto, os custos de produção deverão ser superiores às baterias de iões de lítio atuais e ainda há desafios a ultrapassar para as produzir em volume.

Fonte: Autocar

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