Maior partido europeu quer rever o fim dos motores a combustão em 2035

A «abolição» dos motores de combustão em 2035 continua a ser um tópico de discussão, apesar de o regulamento já ter sido aprovado.

Recorde que, em 2021, foi aprovado o Pacto Ecológico Europeu, onde ficou estabelecido o objetivo de “reduzir os níveis de emissões de dióxido de carbono para automóveis novos em 55% em 2030 e em 100% em 2035”. O que, «por exclusão de partes», dita a «morte» do motor de combustão.

Agora, com o aproximar das eleições europeias (junho de 2024), esta questão poderá voltar a ser posta em cima da mesa pelos principais partidos.

Um passo atrás?

A Euractiv teve acesso a um rascunho do manifesto do Grupo PPE (Partido Popular Europeu) — o maior grupo parlamentar europeu, de centro-direita —, onde este expressa a intenção de rever a política de «proibição» dos motores de combustão.

“Rejeitamos uma política de proibição — como a proibição dos motores de combustão — e iremos revê-la o mais rapidamente possível”

Grupo PPE, rascunho do Manifesto

A oposição deste Grupo ao banir dos motores de combustão em 2035 não é nova. Jens Gieseke, representante do PPE na altura em que se discutiu sobre o reforço das normas de CO₂, já tinha afirmado ser contra a “ideologia da proibição” por parte da Comissão Europeia.

Esta intenção do Grupo PPE revelada no seu manifesto, como que reforça os «passos atrás» dados pela União Europeia nos últimos tempos que afetam o futuro do motor de combustão.

Recordamos que a proposta original da Comissão Europeia, que iria, efetivamente, banir os motores de combustão em 2035, só foi aprovada após um acordo firmado com a Alemanha, onde se abriu uma exceção. Esta permite manter automóveis novos com motores de combustão à venda após 2035, desde que consumam apenas combustíveis neutros em carbono, como os sintéticos.

Recentemente, também assistimos à «suavização» da norma Euro 7, que veio permitir a extensão do ciclo de vida de alguns motores a combustão, assim como dos modelos que os usam.

Fonte: Euractiv

Mariana Teles

O universo das «quatro rodas» entrou na sua vida por intermédio da Razão Automóvel. É a sua primeira volta no mundo do jornalismo e promete não parar.

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