Ambição a mais? Toyota quer superar o lendário 2JZ com novo quatro cilindros

A nova geração de motores de combustão da Toyota continua a dar muito que falar. Ficámos a conhecê-la em junho passado e promete mais eficiência, mas não menos potência, estando a ser desenvolvida de raíz como parte de um sistema híbrido.

O gigante japonês revelou dois blocos de quatro cilindros em linha, um com 1,5 l de capacidade e outro com 2,0 l. Podem ser naturalmente aspirados ou turbocomprimidos e apesar da tónica estar na eficiência, a performance não foi esquecida.

Foram anunciados até 400 cv para o 2,0 l turbo na versão de estrada — pode ouvi-lo no vídeo abaixo —, subindo até aos 600 cv na versão de competição.

Melhor que o 2JZ?

As expetativas são elevadas para estes motores de combustão e agora, um dos engenheiros responsáveis pelo desenvolvimento, acabou de as elevar durante um evento para a imprensa, citado pelo Karuma News, via o website Lexus Enthusiast:

“A Toyota tem um motor global popular, o 2JZ. Eu gostaria de desenvolver um motor que o superasse”.

Engenheiro Toyota à Karuma News

Para se perceber o peso destas palavras, recordamos o que foi o lendário motor 2JZ (1991-2007). Trata-se de um bloco de seis cilindros em linha com 3,0 l de capacidade e teve várias versões, com e sem turbocompressores.

A versão que lhe garantiu o estatuto de lenda foi o 2JZ-GTE (1991-2002), que equipou o Supra A80. Um modelo que disparou para a estratosfera mediática depois de ter surgido na saga cinematográfica Velocidade Furiosa. Antes disso, o 2JZ-GTE em si já era famoso entre os preparadores, devido ao potencial de performance e robustez.

A ambição em colocar o novo 2,0 l de quatro cilindros, na sua vertente de alta performance, no mesmo patamar do 2JZ são declarações, no mínimo, ousadas. Mas não a descartemos imediatamente: os engenheiros da Toyota já provaram múltiplas vezes que sabem o que estão a fazer.

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Repare o que a Toyota alcançou com a arquitetura que todos gostam de «odiar»: o três cilindros. O G16E-GTS que equipa o GR Yaris e o GR Corolla também oferece elevados níveis de potência (mais de 300 cv no Corolla) e tem-se mostrado bastante resistente.

Um motor para tudo

Além das declarações deste engenheiro no evento, também ficámos a saber em como este motor poderá preencher as necessidades de veículos díspares: de alta performance a veículos de trabalho.

Se no vídeo acima, o 2,0 l que ouvimos é o de 400 cv (7100 rpm), associado a uma caixa automática e instalado num Lexus IS, sabemos agora que também há uma Toyota Hilux de testes equipada com o mesmo bloco, mas com 300 cv (6200 rpm) e caixa manual de seis relações.

Além destes, a publicação japonesa Best Car teve oportunidade de ver um protótipo de testes com base no Lexus RC (coupé) equipado com a versão de 600 cv do mesmo motor, destinada à competição. O dado mais curioso é que estava associado a uma caixa manual de seis relações.

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Ainda é cedo para ter certezas de como tudo isto se traduzirá na linha de produção (lançamento previsto para 2027), à exceção de uma: não falta potencial a esta nova geração de motores de combustão da Toyota.

Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.

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