Gasolina, Diesel e TikTok. O novo Mercedes Classe E para os próximos 10 anos

Olhem bem para as linhas do novo Mercedes-Benz Classe E (W 214), porque vão vê-las durante os próximos oito a 10 anos. É este o período temporal que os engenheiros da marca acreditam que esta nova geração do Classe E vai estar entre nós.

Talvez por isso — a pensar numa carreira comercial que será longa — é que encontramos neste novo Classe E linhas mais ousadas e fluídas que nunca na história da marca alemã.

Até porque este não é um «Classe E» qualquer. É a geração que vai marcar a transição definitiva dos motores a combustão para um futuro 100% elétrico. Neste segmento, será o último modelo da marca com motores Diesel e gasolina.

Ainda assim, apesar da aposta nos motores a combustão, todos os motores da nova gama Classe E W214 são eletrificados ­com tecnologia mild-hybrid ou híbrida plug-in. Quem deseja um 100% elétrico da Mercedes-Benz neste segmento, terá de olhar para o EQE.

Revolução tecnológica

No interior do novo Mercedes-Benz Classe E há de tudo: ecrãs de grandes dimensões, câmaras de alta resolução, inteligência artificial, sistema de som de alta-fidelidade e luzes ambiente configuráveis.

No centro desta multiplicidade de funções encontramos o sistema MBUX Superscreen ­— do qual já falámos extensivamente neste artigo.

É graças a este novo sistema, que recorre a um computador único que «alimenta» até três ecrãs, que é possível fazer vídeo chamadas via Zoom ou Webex, jogar Angry Birds ou até mesmo fazer vídeos para o TikTok.

Estas são apenas algumas das aplicações que vão estar disponíveis no sistema de infotainment do novo Classe E.

A marca afirma que este W 214 é mais sobre software do que sobre hardware. É difícil acreditar, quando temos tantos ecrãs e botões à disposição…

Além disso, está equipado também com um sistema de inteligência artificial (IA) que vai aprendendo as preferências, hábitos e rotinas do condutor. Abrem sempre o vidro do vosso carro junto ao portão do escritório? O Mercedes-Benz Classe E vai entender e antecipar-se a esse padrão de comportamento.

Mas não é tudo. Vai aquecer-vos o banco nas manhãs mais frias, escolher a playlist que normalmente ouvem depois do ginásio, ou mudar a configuração do chassis para modo Sport naquela sequência de curvas que «ele» sabe que gostam de fazer mais depressa. Tudo isto graças a um sistema de IA desenvolvido pela Mercedes-Benz.

Ainda assim, sendo um Classe E — com todo o legado que o nome acarreta — há mais valores a defender para além da tecnologia. Espaço e conforto são dois deles. Nesta nova geração, o espaço para os ocupantes cresceu em todas as direções. Agora são quase cinco metros de comprimento (4949 mm) e três metros de distância entre eixos (2961 mm) e isso nota-se no interior.

Motores Diesel, gasolina e plug-in

O novo Mercedes-Benz Classe E (W 214) continua a apostar forte nos motores de combustão ­— a eletrificação total fica a cargo da gama EQE. E pela primeira vez não há motores de seis cilindros, apenas motores de quatro cilindros.

Assim, na base da gama encontramos dois motores de quatro cilindros com 2.0 l de capacidade: uma unidade a gasolina (E 200) com 204 cv de potência, e um motor Diesel (E 220 d) com 197 cv de potência. Ambos, equipados com um sistema mild-hybrid de 48 V a promover a eficiência do motor térmico e a oferecer um boost adicional de até 20 cv de potência.

As prestações destes motores são muito similares, anunciam acelerações dos 0-100 km/h em torno dos 7,5 segundos e uma velocidade máxima de 240 km/h. Naturalmente, a versão E 200 d vence nos consumos: 5,5 l/100 km contra os 7,3 l/100km da versão E 200.

Subindo mais na gama, encontramos as versões híbridas plug-in. O mesmo motor do E 200 (um quatro cilindros com 2.0 l de capacidade) surge agora associado a uma unidade elétrica com dois níveis de potência, para dar origem às versões E 300e e E 400e 4Matic.

Na primeira a potência total combinada é de 308 cv, enquanto que a segunda reclama 375 cv de potência. Graças a um pack de baterias de 25,4 kWh de capacidade, estas versões anunciam até 115 km de autonomia 100% elétrica.

Estes números permitem ao E 300e anunciar uma aceleração dos 0-100 km/h em 6,5 segundos. A versão E 400e cumpre o mesmo exercício em 5,3 segundos.

O último Mercedes-Benz Classe E?

A Razão Automóvel teve oportunidade de falar com a equipa de desenvolvimento do novo Mercedes-Benz Classe E numa mesa redonda com vários jornalistas internacionais.

Apesar das várias questões em torno do futuro do Classe E, as respostas foram sempre as mesmas: “estamos focados no lançamento deste modelo, não queremos especular sobre o futuro”. Nós insistimos e a única coisa que saiu deste registo foi a previsão de vida desta nova geração “entre oito a 10 anos no ativo”. Depois disso? Veremos.

Uma coisa é certa “o futuro da Mercedes-Benz são os elétricos”, afirmou um dos responsáveis da marca, dando a entender que caso haja uma nova geração deste modelo terá de ser obrigatoriamente elétrica.

Quanto aos Mercedes-AMG, um dos responsáveis apenas adiantou um misterioso “fiquem atentos”, dando a entender que as versões mais vitaminadas do Classe E W 214 estão a caminho. Com motores V8 eletrificados ou com motores de quatro cilindros também eletrificados? Saberemos brevemente.

Recordamos que o novo Mercedes-Benz Classe E chega ao mercado ainda este verão, com preços que ainda não foram revelados.

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Guilherme Costa

Desde muito cedo trocou a companhia dos brinquedos pelas revistas de automóveis. Alimentado por essa paixão em 2012 fundou a Razão Automóvel.

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