Utilizadores de carros elétricos vão poder pagar eletricidade como se fosse gasolina

Uma das principais limitações no carregamento de um carro elétrico ainda continua a estar associada aos modos de pagamento disponíveis.

Afinal, não basta carregar e pagar a eletricidade da mesma forma como abastecemos e pagamos combustível com um carro a combustão. Um utilizador de um automóvel elétrico tem de ser, em primeiro, cliente de um dos fornecedores de energia (CEME) disponíveis, por exemplo.

Já a partir do próximo ano, no entanto, algumas destas regras vão mudar, graças ao que foi definido pelo AFIR (Alternative Fuels Infrastructure Regulation), o regulamento relativo à criação de uma infraestrutura para combustíveis alternativos, que faz parte do pacote Objetivo 55 (redução de 55% das emissões de CO₂ até 2030 na UE).

Numa das metas referidas no AFIR, pode ler-se o seguinte: “os utilizadores de veículos elétricos ou alimentados a hidrogénio devem poder pagar facilmente nos pontos de carregamento ou abastecimento com cartões de pagamento ou dispositivos com uma funcionalidade sem contacto e sem necessidade de assinatura e com total transparência dos preços.”

Ou seja, obrigatoriamente, todos os postos de acesso público que sejam instalados a partir do dia 13 de abril de 2024, terão de estar equipados com leitores de cartões de pagamento. E a partir do dia 1 de janeiro de 2027, esta medida passa a abranger todos os postos instalados ao longo da RTE-T (rede transeuropeia de transportes) que, caso ainda não o tenham efetuado, terão de receber uma atualização.

Esta obrigatoriedade, no entanto, está definida apenas para todos os postos que tenham uma potência de carregamento acima dos 50 kW. Abaixo deste valor, o Retrofit (ou conversão), não é obrigatório.

Formas de pagamento

Além dos leitores de cartões de pagamento mais tradicionais, os postos de carregamento de carros elétricos devem incluir dispositivos com uma funcionalidade contactless (só com leitura do chip) que seja, pelo menos, capaz de ler cartões de pagamento.

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Nos pontos de carregamento com uma potência de carregamento inferior a 50 kW, mas que estejam disponíveis para o público em geral, existirá uma alternativa.

Neste caso, o pagamento pode ser efetuado através de dispositivos que utilizem uma ligação à internet e permitam operações de pagamento seguras, como as que geram um código específico de resposta rápida (código QR). Ou seja, uma solução semelhante à que é utilizada atualmente com o MB Way, que continua a ser a solução mais desejada por cerca de 76% dos consumidores, sempre que esta está disponível.

As formas de pagamento que conhecemos atualmente, através de contratos com operadoras ou empresas fornecedoras de energia, continuam a estar disponíveis e em funcionamento, sem alterações.

André Mendes

Jornalista automóvel desde o final dos anos 90. Assistiu às grandes transformações do setor e acredita que o melhor ainda está para vir.

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