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Parlamento europeu aprova fim dos motores de combustão para 2035

A proposta impõe uma redução de 100% das emissões de CO2 para os automóveis novos, o que significará o fim dos motores de combustão interna.

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A proposta da Comissão Europeia para reduzir as emissões de CO2 em 100% dos automóveis novos em 2035 — o que significa o fim dos motores de combustão interna — foi aprovada ontem, 8 de junho, pelo Parlamento Europeu com 339 votos a favor, 249 votos contra e 24 abstenções.

Contudo, a lei ainda não é final. Este voto confirma, por agora, a posição do Parlamento Europeu para as futuras negociações entre o Conselho da União Europeia, o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia. A aprovação final da lei será sempre pelo Conselho da UE, ou seja, pelos 27 Estados-membros.

Caso se chegue a acordo após as negociações, então aí sim, 2035 representará o fim dos motores de combustão interna na Europa — nos veículos ligeiros de passageiros e mercadorias —, representando a mudança mais significativa sobre o automóvel desde a sua invenção há mais de um século.

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Posto de carregamento
Mudança implica aumento exponencial da rede de postos de carregamento na Europa.

O objetivo desta proposta é o de acelerar a eletrificação do automóvel na Europa, reorientando os investimentos da indústria. Esta proposta de lei seria acompanhada por outra que obrigará à instalação de milhões de postos de carregamento por parte dos países europeus — e serão precisos muitos… 65 milhões em 2035 segundo um estudo.

A proposta da Comissão Europeia foi aprovada após uma proposta de alteração da dita ter sido chumbada que propunha que o corte das emissões fosse de 90% e não 100%.

De acordo com legisladores do conservador Partido Popular Europeu, esse alívio proposto no corte das emissões seria uma forma de responder aos receios da perda de postos de trabalho na indústria, levantado por várias vozes dentro e fora dela, que a eletrificação acelerada do automóvel pode implicar.

Combustíveis alternativos chumbados

Ford e Volvo já tinham manifestado antes o apoio a esta proposta, enquanto outros grupos e construtores, como o Grupo Volkswagen e a Stellantis, já têm em marcha planos para a eletrificação total ou muito perto disso dos seus produtos na Europa até antes de 2035.

Outras partes interessadas, como a VDA (Associação da Indústria Automóvel da Alemanha), rejeitam esta meta de redução em 100% das emissões de CO2 em 2035, também porque vai penalizar algumas alternativas tecnológicas, como os combustíveis neutros ou quase neutros em carbono, afirmando que ainda é demasiado cedo para uma mudança tão radical, dado as incertezas que existem ainda sobre a evolução da rede de postos de carregamento.

Por falar em combustíveis neutros em carbono, o Parlamento Europeu também votou contra uma alteração à proposta que permitiria aos construtores automóveis comprar créditos para este tipo de combustíveis, como os combustíveis sintéticos.

Relembramos que os combustíveis sintéticos são feitos capturando CO2 (dióxido de carbono) que é combinado com hidrogénio verde (obtido de fontes renováveis), e que muitos defendem ser mais um caminho para a descarbonização do setor dos transportes.

Fonte: Automotive News, ECO