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Adeus, motores de combustão? Parlamento Europeu apoia metas de emissões para 2035

O apoio do Parlamento Europeu à redução em 100% das emissões de CO2 em 2035 significa, efetivamente, o fim dos motores de combustão interna.

Bielas pistões

Foi dado mais um «passo» rumo à proibição da venda de automóveis e veículos comerciais novos com motores de combustão interna na Europa.

Na passada terça-feira, membros da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar (ENVI) do Parlamento Europeu deram o seu apoio às novas metas de emissões da União Europeia, com 46 votos a favor, 40 contra e duas abstenções.

Esta proposta prevê uma redução de 100% nas emissões de CO2 dos automóveis novos até 2035, o que, indiretamente, levará a uma proibição da venda de automóveis e veículos comerciais novos com motores de combustão interna.

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efuel bosch, combustíveis sintéticos
A confirmarem-se estas metas, nem os combustíveis sintéticos serão suficientes para «manter vivos» os motores de combustão interna.

Caso a sua venda fosse permitida após esta data, o objetivo da Europa ser neutra em carbono em 2050 poderia ficar comprometido. Isto porque a Comissão Europeia parte do princípio que os automóveis se mantenham em circulação, em média, entre 10 a 15 anos.

Curiosamente, apesar do apoio a esta medida, os membros desta comissão votaram contra a imposição de metas de emissões mais exigentes até 2030. Em «cima da mesa» estava uma redução de 55% das emissões de CO2 em 2030 face aos valores de 2021 como tinha sido proposto no pacote “Fit for 55”.

Mais medidas foram apoiadas pela Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar, entre elas:

  • fim do mecanismo de incentivos aos ZLEV (veículos de zero e baixas emissões, como por exemplo, híbridos), já que não serve o seu propósito original;
  • criação de um relatório pela Comissão sobre o progresso em direção a uma mobilidade rodoviária zero emissões até ao fim de 2025, e numa base anual após essa data. O objetivo é o de cobrir o impacto nos consumidores e emprego, o nível de energia renovável usada, assim como recolher informações sobre o mercado de usados;
  • reduzir o limite do benefício de emissões para as eco-inovações. Até 2024 continuaria a ser de 7 g CO2/km, propondo-se que desça para 5 g em 2025, 4 g em 2027 e 2 g até 2034;
  • criação de um relatório pela Comissão até ao fim de 2023, a detalhar a necessidade de financiamento específico para assegurar uma transição justa no setor automóvel, para mitigar o impacto negativo no emprego e noutros aspetos económicos;
  • criação de uma metodologia comum na UE pela Comissão até 2023 para avaliar o ciclo de vida das emissões de CO2 em automóveis e veículos comerciais, assim como para os combustíveis e eletricidade que necessitam.

Metas incentivam a indústria a inovar

Segundo Jan Huitema, um dos principais responsáveis por estas medidas, “Com as metas de CO2, criamos clareza para a indústria automóvel e estimulamos a inovação e os investimentos dos fabricantes”.

Com esta meta de 100% de redução das emissões de CO2 dos automóveis e a consequente transição para os automóveis elétricos, a União Europeia pretende reduzir a quota parte de emissões provenientes do setor dos transportes — correspondem a 25% do total de emissões, com a dos automóveis a ser de 12% —, emissões essas que têm vindo a aumentar nos últimos anos.

Agora, falta o Parlamento Europeu votar estas novas metas de emissões, algo que deverá ocorrer nos próximos meses. Caso estas sejam aprovadas (algo muito provável de acontecer), os legisladores europeus e os 27 países da União Europeia vão depois «afinar» a sua aplicação.

Alguns grupos na indústria automóvel já alertaram para a decisão de se banir uma tecnologia específica e ainda disseram que para atingir o objetivo pretendido é preciso apoio político para implementar de forma maciça uma infraestrutura de carregamento.

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Relembramos ainda que, apesar destas metas ambiciosas por parte da Comissão Europeia, já foram vários os construtores que anunciaram prazos ainda mais agressivos para deixarem de produzir e vender automóveis com motores de combustão interna na Europa. A maioria aponta para 2030 e alguns até mais cedo.

Fonte: Reuters

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