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Portugueses nunca tiveram carros tão velhos. Idade média bate recorde

Os números da ACAP não deixam dúvidas. Parque automóvel nacional continua a envelhecer e bate recorde de idade.

Trânsito
© André Mendes / Razão Automóvel

ACAP (Associação Automóvel de Portugal) apresentou o balanço anual do mercado automóvel nacional e Portugal registou um novo recorde de idade média do parque automóvel.

Em 2024, a idade média dos ligeiros de passageiros em circulação, que representam 81% do parque automóvel nacional, ultrapassou pela primeira vez os 14 anos (14,1 anos), sendo que nos ligeiros de mercadorias e nos veículos pesados — aqueles que mais quilómetros acumulam anualmente —, a média atinge já os 16 anos.

Segundo a associação, no ano passado, “circulavam em Portugal cerca de 1,6 milhões de automóveis com mais de 20 anos de idade”, o que equivale a 27% do total de automóveis em circulação. Para comparação, no ano 2000 estes não chegavam a representar 1%.

Segunda Circular
© Câmara Municipal de Lisboa

No ano passado, 55% dos automóveis que circulavam nas estradas nacionais eram a gasóleo, e 36% a gasolina. Apenas 3% eram elétricos, sendo que 5% eram electrificados (híbridos e híbridos plug-in).

ACAP pede incentivos para híbridos

A ACAP apelou para que o Governo não incentivasse apenas a compra de automóveis elétricos, mas também de electrificados, de forma a que mais pessoas consigam beneficiar.

No final do ano passado, os incentivos à compra de automóveis elétricos não geraram o interesse esperado. Dos 1050 incentivos que o Fundo Ambiental oferecia a pessoas singulares, foram recebidas apenas 773 candidaturas.

Mas o cenário global das vendas de elétricos é o oposto. Os elétricos continuam a crescer, com um aumento de 14,7% face a 2023, impulsionados acima de tudo pelas empresas. Em proporção, também as emissões de CO2 (g/km) continuam a descer. Em 2025 os automóveis novos registaram uma média de emissões de 89 g/km, em 2021 estavam nas 108 g/km.

Por outro lado, os usados — com uma idade média de 8 anos — registaram, no ano passado, uma média de emissões de 105 g/km. Apesar de ser um valor mais elevado do que nos novos, o que é compreensível, representa uma descida significativa face a 2021 (114 g/km).

Nas matrículas de automóveis ligeiros de passageiros elétricos na União Europeia, Portugal surge bem posicionado, em sexto lugar, com 20%. Em primeiro lugar está a Dinamarca com 52%, seguida da Suécia (35%), Holanda (35%), Finlândia (30%) e Bélgica (29%).