Taxa de carbono atualizada anula descida dos combustíveis. Gasóleo ficou mais caro

Era mesmo uma questão de tempo até conhecermos os novos ajustes das medidas extraordinárias do governo referentes ao preço dos combustíveis.

Foram anunciadas ontem, ao final do dia, surtindo efeito imediato no preço dos combustíveis. A descida do preço da gasolina verificada ontem (5 de junho) fica quase sem efeito. E o gasóleo acaba mesmo por ficar mais caro.

No comunicado do Governo é revelado que o desconto no ISP em vigor durante o mês de maio se prolonga até ao final de junho. Porém, se o desconto no ISP não sofre alterações, o mesmo não aconteceu com o valor da taxa de carbono.

Em comunicado do Ministério de Justiça podemos ler: “(…) o Governo prossegue o descongelamento gradual da atualização do adicionamento sobre as emissões de CO₂ (taxa de carbono) iniciado no mês de maio, atualizando a taxa em cerca de dois cêntimos na gasolina e no gasóleo.”

Se considerarmos todas as medidas em vigor, esta atualização da taxa de carbono reduz o «desconto fiscal».

A partir deste momento a redução da carga fiscal passa a ser de 28 cêntimos por cada litro de gasóleo e de 30 cêntimos para cada litro de gasolina — durante o mês de maio era, respetivamente, 30 cêntimos e 31,6 cêntimos.

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A atualização da taxa de carbono praticamente anula a descida do preço da gasolina: é de agora só 0,5 cêntimos por litro. No caso do gasóleo é mais grave, pois a anunciada descida é agora uma subida de 1,5 cêntimos por litro.

Contas feitas, o preço dos combustíveis fica agora em 1,678 €/l para a gasolina e em 1,458 €/l para o gasóleo.

A taxa de carbono atualizada já se reflete hoje no preço dos combustíveis das principais gasolineiras. A BP, por exemplo, aumentou o preço do litro de gasolina 95 em 2,5 cêntimos e do gasóleo simples em dois cêntimos. No caso da Repsol, o aumento da gasolina foi de 2,2 cêntimos e o do gasóleo 2,4 cêntimos.

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O comunicado enviado pelo Governo relembra ainda que estas “medidas têm em vista os objetivos ambientais e o alinhamento gradual do peso dos impostos sobre os combustíveis em Portugal com a média da Zona Euro.”

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O comunicado diz ainda que “o preço de referência do gasóleo e da gasolina está atualmente abaixo do preço verificado em outubro de 2021, que justificou as medidas iniciais de mitigação ao nível do ISP”.

Recorde de consumo

Podemos ler ainda no comunicado que “o consumo de combustíveis nos primeiros quatro meses de 2023 atingiu o recorde da última década”.

O consumo de combustíveis rodoviários em abril, que foi o último mês com dados publicados, registou um crescimento de 19% face ao período homólogo.

André Mendes

Jornalista automóvel desde o final dos anos 90. Assistiu às grandes transformações do setor e acredita que o melhor ainda está para vir.

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