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Tesla faz marcha-atrás na tecnologia gigacasting por um motivo

Depois de despedir recentemente 10% dos seus trabalhadores, a Tesla parece estar também a desinvestir na sua produção.

Tesla Gigacasting
© Tesla

A Tesla abandonou o plano ambicioso que tinha para o desenvolvimento da técnica de produção gigacasting, avança a Reuters, que cita “duas fontes familiarizadas com o processo”.

Recorde-se que a Tesla tem liderado o gigacasting nos automóveis, uma técnica que recorre a prensas capazes de gerar milhares de toneladas de pressão e que permitem moldar grandes secções da parte inferior de um automóvel.

No caso do Model Y, por exemplo, isso permite que a estrutura dianteira seja uma única peça, tal como toda a secção posterior. Isto permite otimizar os recursos durante a produção, reduzir o tempo na linha de montagem e claro, tem um reflexo muito positivo no preço final.

Contudo, a Tesla queria ir ainda mais além. Para o tão ambicionado “Next Gen Vehicle” (onde se incluía o Model 2 — entretanto cancelado, o robô-táxi e vários outros modelos), a Tesla começou a desenvolver uma nova plataforma de raíz, denominada “NV9X”.

E com base nisso, como anunciado pela marca durante o Tesla Investor Day 2023, a marca liderada por Elon Musk prometia custos de produção 50% inferiores aos do Model 3 e Model Y. É um registo notável, que iria ser alcançado graças aos tais desenvolvimentos da técnica de gigacasting, que iriam permitir que toda a secção inferior do carro fossem uma única peça.

Tesla Cybertruck com atrelado
© Tesla Tesla Cybertruck

Porém, de acordo com a Reuters, a Tesla decidiu não seguir esse caminho, mantendo-se fiel ao método «tradicional» utilizado no Model Y e na Cybertruck, que contempla três secções inferiores.

Assim, as secções da dianteira e da traseira vão continuar a ser produzidas através do gigacasting enquanto a parte do meio, onde fica posicionada a bateria, continuará a ser feita de alumínio e ferro.

Até agora, a Tesla ainda não fez qualquer comentário oficial acerca desta de situação, que terá sido definida, de acordo com as fontes citadas pela Reuters, “no outono do ano passado”, antes da decisão de abandonar o desenvolvimento do elétrico de 25 mil euros (ao que tudo indica se iria chamar Model 2), que foi conhecida em abril de 2024.

Tesla Model 2 2025
Tesla Model 2 — Ilustração gerada a partir de inteligência artificial

A decisão de «riscar» o modelo mais pequeno e acessível da gama da Tesla explica-se, de acordo com a referida agência noticiosa, pela aposta mais afirmativa no projeto do robô-táxi, que Elon Musk já confirmou que será revelado no próximo dia 8 de agosto.

Tesla sob pressão

O abandono desta nova geração da tecnologia de gigacasting acaba por ser mais um sinal de abrandamento por parte da construtora norte-americana, que pela primeira vez nos últimos quatro anos, registou uma quebra de vendas no primeiro trimestre do ano.

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A somar a isso, ficámos recentemente a saber que a empresa vai despedir 10% dos seus trabalhadores, o que equivale a aproximadamente 140 000 funcionários, e que toda a equipa responsável pela divisão dos Tesla Superchargers (cerca de 500 pessoas, de acordo com o Financial Times) acaba de ser cortada.

Contas feitas, apostar numa evolução da tecnologia de gigacasting deixou de ser prioridade, isto porque iria obrigar a um avultado investimento por parte da Tesla, investimento esse que só iria começar a dar frutos mais tarde.

Fonte: Reuters

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