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Reino Unido acaba com incentivos para a compra de automóveis elétricos

A decisão do governo britânico em acabar os incentivos à compra de automóveis elétricos tem efeito imediato. O primeiro de muitos?

Mini cooper se

Teria de acontecer mais cedo ou mais tarde e o Reino Unido acaba de se tornar no primeiro país europeu a acabar, com efeito imediato, com os incentivos à aquisição de automóveis novos 100% elétricos.

A decisão é justificada, segundo o governo britânico, pelo “sucesso da revolução do automóvel elétrico no Reino Unido” — as vendas passaram de 1000 unidades em 2011 para aproximadamente 100 mil só nos cinco primeiros meses de 2022 —, tendo os subsídios sido atribuídos a mais de 500 mil automóveis elétricos desde o início do programa.

Não é uma decisão repentina. O governo britânico já tinha reduzido o valor dos incentivos por várias vezes, assim como o valor máximo do preço dos automóveis elegíveis a estes — a última redução, efetuada há seis meses, baixou o valor do subsídio de 2500 libras para 1500 libras, respetivamente, 2900 euros e 1740 euros.

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Porta de carregamento

Ao verificar que a redução dos incentivos não teve qualquer impacto na procura, cada vez maior, por automóveis elétricos, a decisão do governo britânico em terminar os incentivos ficou mais fácil.

O governo britânico relembrou ainda que este programa de incentivos teve, desde sempre, um caráter temporário e que já tinham sido previamente confirmados que durariam até 2022 ou 2023.

A decisão de acabar com os incentivos foi criticada pela SMMT (associação de construtores e comerciantes automóveis britânica), que faz do Reino Unido o único dos principais mercados europeus sem incentivos à aquisição de automóveis elétricos: “Com o setor ainda a não estar em recuperação e com os fabricantes prestes a serem obrigados a vender mais elétricos que os níveis de procura atual indicam, esta decisão não podia vir em pior altura”.

A verba atribuída ao programa de 300 milhões de libras (aprox. 348 milhões de euros) será agora redirecionada para a expansão da rede de postos de carregamento e para estimular a venda de outros tipos de veículos elétricos, como os comerciais, táxis e motas.

Em Portugal

A decisão do Reino Unido poderá encontrar eco noutros países europeus nos próximos anos, ainda que, por agora, devam ser os híbridos plug-in os principais visados no corte ou eliminação desses incentivos.

Portugal manteve em 2022 o subsídio de 4000 euros à aquisição de automóveis novos elétricos (com preço máximo de 62 500 euros), mas as candidaturas terão de ser feitas até 30 de novembro do corrente ano.

Para mais o governo português estabeleceu um número limite de veículos incentivados que, no caso dos ligeiros de passageiros para uso particular, é de 1300 veículos.

Também os ligeiros de mercadorias 100% elétricos têm direito a um subsídio de 6000 euros, ainda que este seja limitado apenas a 150 veículos.

Fonte: Bloomberg, Autocar