Notícias Mais acidentes e vítimas em 2023. Os números da sinistralidade em Portugal

Segurança Rodoviária

Mais acidentes e vítimas em 2023. Os números da sinistralidade em Portugal

Os números da sinistralidade rodoviária subiram em 2023, mas permaneceram abaixo dos de 2019, o ano de referência para as metas de 2030.

Farol partido

A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) só agora divulgou o Relatório Anual de Sinistralidade a 30 dias relativo ao ano de 2023 e os resultados não são positivos.

Face a 2022, os números agravaram-se. Em 2023, foram registados no Continente e nas Regiões Autónomas 36 595 acidentes de viação com vítimas (óbitos, feridos graves e feridos leves), mais 6,8% do que no ano anterior. Contudo, em comparação a 2019 é inferior em 1,8%.

acidente carro

Os números da sinistralidade em 2023

Dos 36 595 acidentes de viação com vítimas registados em 2023, resultaram 642 óbitos, 2500 feridos graves e 42 873 feridos leves.

São mais 2319 acidentes (+6,8%), 24 vítimas mortais (+3,9%), 198 feridos graves (+8,6%) e 2759 feridos leves (+6,9%) comparativamente a 2022. Este aumento poderá estar relacionado, em parte, com o aumento da circulação.

No total, em 2023, o parque automóvel segurado português contava com 8,7 milhões de veículos, um crescimento de 2,9% face a 2022.

Relativamente à média da União Europeia (UE), que regista 45,6 vítimas mortais por milhão de habitantes, Portugal está bastante acima com 60,8 vítimas mortais por milhão de habitantes — mais 33,1% que a média na UE. O que coloca o nosso país no 22.º lugar entre os 27 países estados-membros.

Vítimas mortais por milhão de habitantes UE 2013-2023
© Comissão Europeia Vítimas mortais por milhão de habitantes 2013 a 2023

Qual a natureza dos acidentes?

Mais de metade dos acidentes registados — 52,6% — foram colisões, tendo estas sido responsáveis por 40,5% (260) das vítimas mortais e 46,1% (1152) dos feridos graves.

Contudo, foram os despistes — 34,1% do total de acidentes de 2023 —, os responsáveis pelo maior número de óbitos, tendo representado 43% (276) do número total. Por fim, surgem ainda os atropelamentos — 13,3% do total de acidentes de 2023 —, com 106 óbitos registados (1%).

Carro acidentado
Segurança Rodoviária

Falta de seguro e inspeção foram as infrações que mais subiram em 2023

Os números avançados pela ANSR registam um aumento no número de veículos fiscalizados como no das infrações, em 2023. Fique a conhecê-los em detalhe.

André Mendes

O número de colisões, despistes e atropelamentos também aumentaram relativamente a 2022, respetivamente, 8,6%, 5,2% e 4,1%.

Vítimas por tipo de via

Houve mais vítimas mortais dentro das localidades (350) do que fora das localidades (292), registando-se um aumento em ambos face a 2022 de 5,1% e 2,5%, respetivamente. Ainda assim, ambos os registos são inferiores aos de 2019.

O maior número de acidentes ocorreu principalmente em arruamentos, correspondendo a 62,8% do total, representando 34,4% (221) das vítimas mortais e 46,3% (1158) dos feridos graves.

Nas estradas nacionais, nas autoestradas e estradas municipais, a «fatia» é mais pequena, com a primeira a representar 31% dos acidentes totais, a segunda 5,5% e a terceira 3,5%.

Em comparação com 2022, registou-se um aumento de acidentes nestas quatro vias, mas houve menos vítimas mortais, à exceção das estradas nacionais, em que esse valor subiu 10,6%.

E por distrito…

Olhando para os distritos, as maiores reduções no número de vítimas mortais verificaram-se em Évora (menos sete mortes, o que significa menos 36,8%), Bragança (menos quatro mortes, menos 36,4%), e Viseu (menos nove vítimas mortais, menos 25,7%).

Por outro lado, os distritos onde se verificaram os maiores aumentos em termos de vítimas mortais foram Castelo Branco (mais 10 mortes, o que equivale a mais 71,4%), Portalegre (mais seis mortes, o que significa mais 46,2%) e Beja (mais cinco mortes, mais 27,3%).

Olhando para os números absolutos, os distritos que registaram mais vítimas mortais foram Porto (61), Lisboa (60), Setúbal (59) e Braga (50). Bragança foi o que registou menos, apenas sete.

Relativamente às Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, ambas registaram uma aumento nos acidentes de viação com vítimas, mais 14,4% e 1,1%, respetivamente.

No entanto, relativamente às vítimas mortais, apenas a Região dos Açores registou um aumento, mais 28,6%, totalizando 18 óbitos. Já a Madeira, registou uma queda de 15,4%, com 11 óbitos.

Motociclos com maior aumento de vítimas

Por fim, os números da sinistralidade de 2023 no que se refere ao tipo de veículos, são os ligeiros que concentram o maior número de vítimas — afinal, são o tipo de veículos mais comum —, com 40 663 vítimas (no continente), o que equivale a um aumento de 6,2% face ao período homólogo do ano anterior.

No entanto, foram os motociclos (cilindrada superior a 125 cm3) que registaram o maior aumento face a 2022, com mais 19,1%, a que correspondem 3737 vítimas.

Impacto económico

Em 2023, o custo económico e social dos acidentes rodoviários (com vítimas e sem vítimas) alcançou os 7,2 mil milhões de euros, cerca de 3% do PIB desse ano. Em 2023, Portugal teve 2,234 mil milhões de euros em custos com vítimas mortais e 1,511 mil milhões de euros com feridos graves.

Fonte: ANSR

Sabe esta resposta?
Que medida de segurança da Volvo já salvou mais de um milhão de vidas?