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Ford Mustang Shelby GT500 acelera mais depressa com pneus de estrada do que de pista

Não deveria ser ao contrário? Fica com a explicação para o Ford Mustang Shelby GT500 acelerar mais rápido com pneus de estrada do que com pneus de pista.

Ford Mustang Shelby GT500

O Ford Mustang Shelby GT500 praticamente dispensa apresentações. O mais potente e rápido Mustang de sempre conta com um poderoso V8 Supercharged de 5,2 l de capacidade que produz substanciais 770 cv e 847 Nm, números que aterrorizam qualquer pneu, para mais quando só dois dos quatro que o GT500 traz têm a responsabilidade de lidar com eles.

Seria de esperar, portanto, que os pneus otimizados para pista, mais aderentes, fossem os mais eficazes a colocar toda a força do V8 Supercharged no asfalto de modo a obterem os melhores tempos em aceleração, mas não…

Foi o que a norte-americana Car and Driver descobriu durante o teste que fez ao GT500. De série, o musculado desportivo vem equipado com Michelin Pilot Sport 4S, mas em opção, podemos equipá-lo com os mais agressivos Michelin Pilot Sport Cup 2, otimizados para andar em circuito.

Aceleração Michelin Pilot Sport 4S Michelin Pilot Sport Cup 2
0-30 mph (48 km/h) 1,6s 1,7s
0-60 mph (96 km/h) 3,4s 3,6s
0-100 mph (161 km/h) 6,9s 7,1s
¼ mile (402 m) 11,3s 11,4s

Contra factos não há argumentos e as medições efetuadas pela Car and Driver são evidentes: o Ford Mustang Shelby GT500 é mais rápido a acelerar com os pneus de estrada do que os pneus para circuito.

Ford Mustang Shelby GT500
Os opcionais Michelin Pilot Sport Cup 2 vêm acompanhados de jantes em fibra de carbono.
TENS DE VER: Guiámos o Ford Mustang Shelby GT500, uma “fera” com 760 cv

Como é que é possível?

Intrigada pelos resultados, a publicação norte-americana entrou em contacto com o chefe de desenvolvimento do Shelby GT500, Steve Thompson, que não ficou surpreendido pelos resultados: “Não há surpresa (nos resultados). Não é atípico ver o Pilot Sport 4S igualar o Pilot Sport Cup 2, ou até ser um pouco mais rápido.”

Falta saber o porquê de tal acontecer e Thompson justifica com vários fatores que contribuem para este resultado contra-intuitivo.

O pneu de estrada tem blocos de piso mais espessos, capazes de reter melhor o calor, incrementando, assim, a tração, o que pode contribuir para um arranque mais rápido. O pneu de pista, por outro lado, foi otimizado para oferecer maior aderência lateral, um fator muito mais importante para obter bons tempos em circuito — a prova está nos 1,13 g de aceleração lateral conseguidos pelo Pilot Sport Cup 2 contra os 0,99 g do Pilot Sport 4S.

Os dois tipos de pneu acabam por diferir, seja ao nível da construção, seja ao nível dos componentes (mix de ingredientes para fazer a borracha), pois têm de cumprir diferentes objetivos. No Cup 2 os ombros do pneu foram concebidos para suportar a maior parte das forças laterais e o desenho do piso nas extremidades do pneu é também otimizado nesse sentido. A secção central do piso, por outro lado, acaba por ser muito parecida com a do pneu de estrada, pois o Cup 2 está também homologado para circular na via pública.

Fica a dica: se provas de arranque são a vossa “cena” e se se encontrarem aos comandos de um Ford Mustang Shelby GT500, talvez seja melhor manterem os Pilot Sport 4S montados, pois estes tendem a ter melhor aderência longitudinal…

Fonte: Car and Driver.