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Suspensão

Após 30 anos, suspensão “mágica” da Bose a caminho da produção?

Fala-se em Bose e associamos automaticamente a sistemas áudio, mas a sua atividade não se fica por aqui. No início da década de 80 desenvolveu uma suspensão ativa, que ficou conhecida como suspensão "mágica" que ficámos a conhecer já neste século. Deverá chegar, finalmente, à produção.

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Foi no início da década de 80 que a Bose deu início ao “Project Sound”, que apesar do nome, propositadamente enganador, nada tinha a ver com som. Na realidade, tratava-se do desenvolvimento de uma suspensão ativa. O maior benefício desta suspensão é o de livrar-se de todos os movimentos da carroçaria, fosse a curvar, acelerar, travar, ou passar por cima de qualquer irregularidade.

O vídeo que demonstra a tecnologia continua a impressionar após estes anos todos. Podemos ver dois Lexus LS400 — que foram usados como demonstradores —, um equipado com a suspensão de origem e outro com a suspensão da Bose, e as diferenças são notáveis.

Na sua apresentação aos média, em 2004, semelhante à que podem ver no vídeo abaixo, não admira que tenha ganho rapidamente a alcunha de suspensão “mágica”.

Previa-se que chegasse ao mercado em em 2009, no entanto, tal nunca aconteceu — a suspensão adicionava bastante peso e era, previsivelmente, muito cara. Também obrigaria aos construtores automóveis onerosos re-designs dos seus modelos para conseguir incorporar a suspensão nos seus veículos.

Mas agora, surgem notícias de que a suspensão “mágica” está a caminho da produção. Em 2017, a Bose vendeu a tecnologia da sua suspensão ativa a uma empresa chamada ClearMotion, e esta agora afirma que está pronta a entrar no mercado com a sua “suspensão digital”.

Como funciona?
O protótipo original da Bose recorria a um esquema tipo MacPherson modificado, que combinava imãs, motores elétricos e controladores. A ClearMotion chama ao grupo de componentes Activalve e permite adaptar-se à generalidade dos sistemas de suspensão. É composto por três componentes principais: uma bomba tipo gerotor, um motor elétrico de corrente contínua sem escovas e um controlador digital. Quando o controlador deteta uma "perturbação", bastam 0,005s (milissegundos) para o motor elétrico agir de acordo aplicando pressão exata no amortecedor. O carro monta quatro Activalves — um por roda —, formando o que a ClearMotion define como "Digital Chassis". Estes estão ligados a um gateway central, recolhendo dados sobre a estrada e armazenando-os numa cloud para ser analisada e instantaneamente recuperados.

O que mudou para a tornar viável?

A ClearMotion recorreu à mesma tecnologia, mas efetuou diversas alterações ao sistema original da Bose que permitiu reduzir substancialmente os seus custos, sobretudo os relativos à adaptação ao automóvel — a empresa afirma que o sistema, mais compacto, pode ser acoplado a qualquer amortecedor regular, sem obrigar a profundos re-designs do esquema de suspensão, o que a torna mais atrativa para os construtores.

Será em 2019 que veremos os primeiros carros equipados com este sistema, numa produção limitada, antes de chegar a mais veículos em 2020. Quem é o construtor visado? Oficialmente, nada se sabe, mas o material de imprensa da ClearMotion recorre a um Tesla Model 3 — será este o primeiro modelo a receber a suspensão “mágica”? No entanto, como demonstradores, a ClearMotion recorre a dois BMW Série 5 (F10), pelo que nunca se sabe…

Faz sentido apontar para os segmentos médios e superiores do mercado, dado que esta opção, apesar da redução de custos anunciada, promete não ser a mais acessível, e nestes segmentos, o custo desta opção tecnológica cria menos impacto do que nos segmentos mais acessíveis.

Tesla Model 3, protótipo ClearMotion
Será o Tesla Model 3 o primeiro a receber esta suspensão?
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