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Twitter muda de nome mas também há mudanças na Tesla

Esta semana começou com Elon Musk a mudar o nome do Twitter, que agora se chama X. Mas a Tesla também está a mudar…

X e Tesla Model X
© Razão Automóvel

O pássaro azul deixou de voar, que é como quem diz: o Twitter agora chama-se X. E ninguém pode dizer que foi apanhado de surpresa.

Elon Musk tinha prometido mudanças quando apostou quase 44 mil milhões de dólares (cerca de 39 mil milhões de euros) na compra do Twitter e a mais radical acaba de acontecer.

Depois de muitos tweets (será que ainda lhe podemos chamar isso?) de Musk sobre a mudança de Twitter para X, o logótipo do famoso pássaro azul — usado desde o lançamento da rede social, em 2006 — foi substituído por um X.

Esta segunda-feira (24 de julho de 2023) o Twitter passou a chamar-se X

Letra X é «paixão» antiga de Musk

Apesar do domínio ainda ser twitter.com, se escreverem X.com no vosso browser vão ser redirecionados para esta rede. Curiosamente, X.com era um domínio que já pertencia ao próprio Elon Musk, que o tinha comprado ao PayPal em 2017.

Na altura, como podem ler no tweet (ou no X…) acima, Elon Musk escreveu que “não tinha planos imediatos” para esse domínio, mas que tinha “um grande valor sentimental”.

E tudo porque X.com foi o nome original do PayPal, empresa que Elon Musk vendeu ao eBay em 2002 por 1,5 mil milhões de dólares, qualquer coisa como 1,36 mil milhões de euros.

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Mas há mais. É que a letra X tem estado presente em praticamente todos os projetos de Musk. Desde a Tesla, com o Model X, à SpaceX e passando pela X.AI, a sua empresa de inteligência artificial.

E surge bem presente nos nomes dos dois filhos que teve com a cantora canadiana Grimes, um rapaz chamado X Æ A-Xii e uma rapariga chamada Exa Dark Sideræl.

Tesla também está em mudanças

Ao contrário do Twitter, a Tesla não mudou de nome, mas também irá passar por uma transformação importante, ao poder vir a licenciar o FSD (Full Self-Driving), o seu software de assistência à condução, a outra construtora automóvel.

“Já estamos em discussões iniciais com um grande fabricante sobre o uso do FSD da Tesla”, afirmou Musk durante o anúncio dos resultados do segundo trimestre, citado pela Automotive News Europe.

“Não estamos a tentar ficar com isto (o FSD) só para nós. Estamos mais do que contentes por licenciá-lo para outros”, acrescentou o «patrão» da Tesla. Musk voltou a afirmar que o sistema FSD vai permitir uma condução autónoma tão segura quanto um condutor humano já no final deste ano.

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Recorde-se que a Tesla abriu a sua rede de Superchargers a outros fabricantes em alguns países, como os Estados Unidos da América (EUA).

Recentemente, firmou um acordo com a Ford, a GM, a Rivian e a Nissan para que a partir do próximo ano os modelos elétricos destes construtores passem a ser vendidos, nos EUA, com um adaptador que lhes permita carregar na rede da Tesla.

Tesla Supercharger
© Tesla Tesla Supercharger

Isto porque ao contrário do que acontece na Europa, os Tesla usam um padrão distinto diferente nos EUA, denominado NACS, ou North American Charging Standard.

Tesla já forneceu Toyota e Mercedes-Benz no passado

A confirmar-se o licenciamento do FSD a outros construtores, não será a primeira vez que a Tesla fornece tecnologia a outras empresas automóveis.

Basta pensar na segunda geração do RAV4 EV, que a Toyota produziu entre 2012 e 2014 e que contava, entre outras coisas, com um pack de baterias e uma unidade motriz fornecida pela Tesla.

Toyota RAV4 EV na estrada, frente 3/4
© Toyota North America Toyota RAV4 EV

E convém não esquecer o Mercedes-Benz Classe B Electric Drive, que resultou de uma colaboração entre a gigante de Estugarda e a Tesla. Este usou um sistema motriz elétrico e um pack de baterias (usado no Model S da altura) da empresa norte-americana.

Estas parcerias não surgiram por acaso. É que tanto a Toyota como a Daimler (agora Mercedes-Benz Group) foram investidoras da Tesla no passado.

mercedes-benz_b-classe_electric_drive
© Daimler Mercedes-Benz Classe B Electric Drive

No caso da Toyota, por exemplo, a empresa nipónica comprou 50 milhões de dólares em ações da Tesla (equivalente a 3% da empresa) em 2010, como parte do negócio que envolveu a venda de uma antiga fábrica da Toyota em Fremont, na Califórnia, nos EUA.

Esta participação durou até 2016, altura em que a Toyota vendeu as últimas ações que tinha da Tesla por 481 milhões de dólares, cerca de 435 milhões de euros, já depois de uma primeira venda em 2014, que rendeu aproximadamente 690 milhões de dólares (cerca de 625 milhões de euros).

Quanto à Daimler, adquiriu uma participação de quase 10% na Tesla em 2010, num investimento que rondou os 50 milhões de dólares (45 milhões de euros). As empresas acabariam por seguir caminhos separados em 2014, quando a Daimler vendeu todas as suas acções com um lucro de mais de 730 milhões de dólares (aproximadamente 661 milhões de euros).

Fonte: Automotive News Europe, Financial Times