Um Bugatti de quatro portas. Será desta?

Atualmente associamos a Bugatti a máquinas capazes de superar os 400 km/h. Mas a marca, num passado muito distante, foi responsável por algumas das mais sumptuosas berlinas de luxo do mundo, como o magnânimo Royale.

É por isso que um Bugatti de quatro lugares e quatro portas tem sido ponto de discussão constante ao longo dos anos. Desde o tempo de Romano Artioli, proprietário da Bugatti antes do Grupo Volkswagen entrar em cena e adquirir a marca.

Uma superberlina, superluxuosa, de quatro portas e quatro lugares seria uma extensão natural da marca francesa. Tão natural que de tempos a tempos conhecemos protótipos e vêm a público discussões internas sobre a possibilidade de produção de um modelo com essas características.

Entre os protótipos mais conhecidos, Giorgetto Giugiaro, assinou dois. Ainda no tempo de Romano Artioli, deu a conhecer em 1993 o elegante Bugatti EB112, que teria como destino acompanhar o fantástico EB110. Apesar do estatuto de protótipo, três unidades parecem ter sido construídas.

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O segundo protótipo assinado por Giugiaro já a Bugatti estava nas mãos do grupo alemão. Estávamos em 1999 e ficávamos a conhecer o EB218. Destacava-se pela escolha peculiar da sua motorização: um motor com 18 cilindros em W e 6.3 litros.

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Em 2009 surgiu uma nova visão para a berlina de luxo da Bugatti. Denominado 16C Galibier, foi o que esteve mais perto de chegar às linhas de produção. E sim, o 16C refere-se ao número de cilindros do seu motor, que era o mesmo do Veyron.

Apesar dos planos de produção terem avançado –  cerca de 3000 unidades durante oito anos – o projeto seria cancelado após a saída de Wolfgang Dürheimer, diretor executivo da Bugatti, para a Audi.

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Um novo Galibier na forja?

Bem mais recentemente, e após o Dieselgate, voltou-se a falar novamente de um Galibier para a Bugatti.

Porquê? Primeiro, Dürheimer regressou à liderança da Bugatti. Segundo, a decisão de manter a Bugatti no portefólio de marcas do grupo alemão após o Dieselgate – com custos que não parecem parar de crescer -, obrigou a efetuar um plano a longo prazo para garantir a sustentabilidade futura das suas operações e a necessária independência financeira em relação ao restante grupo.

E, por fim, caso mantenham os números previstos para o primeiro Galibier, o número de unidades previstas suplanta (e muito!) as 500 unidades do Chiron.

Tal como os protótipos que mencionámos, esta nova berlina manteria o motor em posição frontal, equacionando-se o uso do 16 cilindros em W do Chiron. A diferença entre as duas propostas poderá estar na eletrificação parcial do 16 cilindros. Opção não tomada para o Chiron, devido ao lastro extra que tal solução acarretaria, um problema que não se coloca nesta berlina, caso avance.

Antevisão

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Quanto à base, especula-se o recurso a uma variante da MSB, a plataforma desenvolvida pela Porsche, que já podemos encontrar no novo Panamera, e que terá um papel fundamental em outra marca de luxo do Grupo Volkswagen, a Bentley.

Quanto às outras hipóteses em discussão, concorrentes do Galibier, segundo a Autocar, incluem um super SUV, concorrente do Rolls-Royce Cullinan, um sucessor espiritual do Royale 100% elétrico e um superdesportivo posicionado abaixo do Chiron. No entanto, a preferência de Wolfgang Dürheimer é clara. Tem de ser um novo Galibier.

Entretanto, na imagem em destaque, com base no concept do Galibier original, temos uma proposta efetuada pela Indav Design sobre um eventual futuro Galibier. Será o caminho certo?

Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.

Bugatti, Bugatti Galibier, Indav Design