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UE vai dar apoios para elétricos a todos os países e pede menos ideologia

A União Europeia está a preparar uma proposta de incentivos para elétricos, que poderá ser utilizada por todos os países.

Carregador Carregamento Elétrico
© CHUTTERSNAP

As vendas de automóveis elétricos na Europa continuam a não despertar o interesse necessário para o cumprimento de metas de emissões, estando em causa os objetivos impostos pela União Europeia aos construtores de automóveis.

Com os incentivos para a aquisição de carros elétricos a assumirem diversas velocidades (ou mesmo a serem afastados), dependendo do país, a União Europeia pede um esforço colectivo a todos os estados membros no sentido de caminhar numa uniformização dos apoios.

O objetivo é impulsionar as vendas de automóveis elétricos e revitalizar a indústria automóvel europeia. Para isso será criado um pacote de incentivos ao qual todos os países poderão aderir.

O anúncio foi feito pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, durante o Fórum Económico Mundial, em Davos, referindo que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acolheu a sua proposta de criar incentivos europeus harmonizados para carros elétricos.

Parque para carregamento de carros elétricos
© André Mendes / Razão Automóvel

Depois de referir que a resposta da Europa aos desafios globais deve passar por um fortalecimento económico, maior competitividade industrial e redução da burocracia, Scholz acrescentou: “precisamos de soluções pragmáticas, não ideológicas”.

O chanceler alemão também defendeu que a mobilidade elétrica é o futuro da indústria automóvel e alertou para os riscos de ignorar essa transição. Na Alemanha, foi proposta uma dedução fiscal temporária — como parte do programa eleitoral do Partido Social Democrata —, destinada a promover a aquisição de automóveis elétricos fabricados no país.

Ursula von der Leyen mantém a sua posição referindo que a Europa deve manter 2035 como meta para a proibição de carros novos que emitam CO2 — com a porta aberta à utilização de combustíveis sintéticos neutros em emissões, em carros novos com motores de combustão.

Segundo a presidente da Comissão Europeia, “os próximos anos serão cruciais para nos mantermos na corrida por tecnologias limpas e disruptivas”, considerando ainda que “a Europa tem tudo o que precisa para que isso aconteça”.

O efeito Trump

Para além da pressão em cumprir os limites de emissões e de 2035 continuar no calendário, há um novo desafio adicional.

Donald Trump revelou a sua vontade de colocar um ponto final nos subsídios destinados à aquisição de automóveis menos poluentes nos Estados Unidos. Uma decisão que, além da imposição de novas tarifas, poderá afetar vários construtores europeus e dar origem a mais uma quebra de vendas de elétricos.