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Quanto custa um veículo florestal de combate a incêndios moderno?

Os VFCI (veículo florestal de combate a incêndios) são, muitas das vezes, a última linha de defesa contra os incêndios. Uma defesa que "não tem preço", mas que custa muitos milhares de euros.

©Jacinto

Conhecidos pela maioria da população como «camiões dos bombeiros», estes veículos têm um nome técnico: veículo florestal de combate a incêndios (VFCI). Mas são mais do que isso.

São autênticos castelos móveis — preparados para todos os tipos de situações — com sistemas de ataque e defesa.

Além da capacidade de transporte de 3500 litros de água, estes veículos estão hoje equipados com sistemas de proteção avançados: arco de proteção, cintos de segurança, botijas de oxigénio e até um sistema anti-incêndio incorporado.

A NÃO PERDER: Como funciona um camião dos bombeiros moderno. Todos os detalhes em vídeo

Nem sempre foi assim, como podem ver neste vídeo (acima) da Razão Automóvel, onde testámos duas viaturas com 30 anos de diferença. Veja aqui o vídeo completo.

Um investimento de centenas de milhares de euros

Os valores podem variar, mediante a marca do camião e os opcionais escolhidos pelas corporações de bombeiros — um pouco à semelhança do que sucede com os veículos normais.

bombeiros com VFCI
© Razão Automóvel

O Renault D14 4X4 dos Bombeiros Voluntários do Cadaval é um excelente exemplo. Preparado pela empresa portuguesa JACINTO, e testado pela Razão Automóvel, este camião de origem francesa é um bom exemplo de um VFCI moderno.

Custou 160 mil euros e visou substituir, parcialmente, uma viatura das mesmas características que já contava com mais de 30 anos de serviço.

Como nos explicou Ricardo Coelho, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Cadaval, este era um veículo muito desejado pela corporação: “Em 2019 fizemos uma candidatura ao QREN, para financiamento da viatura, mas ficámos a duas décimas da aprovação. Ainda assim, não desistimos e partimos para aquisição deste veículo sem qualquer tipo de financiamento”.

Veículos dos bombeiros cada vez mais velhos

A aquisição de novas viaturas é um tema «quente» nas corporações de bombeiros. Para contornar os custos das viaturas mais modernas e os apoios que por vezes escasseiam, a resposta encontrada por muitas corporações de bombeiros, de norte a sul do país, tem sido a aquisição de VFCI em segunda-mão.

São veículos oriundos de outros países europeus, onde os padrões de segurança são por vezes mais restritos.

Uma realidade que tem sido motivo de queixa por parte dos bombeiros e que conhece agora uma «luz ao fundo do túnel». O Conselho de Ministros aprovou na última quinta-feira a autorização de despesa para a aquisição faseada destes veículos, no âmbito do Programa Mais Floresta, previsto no Plano de Recuperação e Resiliência.

VFCI Renault 30 anos
Este VFCI encontra-se ao serviço dos Bombeiros do Cadaval há mais de 30 anos. E não é caso único em Portugal. © Razão Automóvel

Esta verba permite a compra de 59 Veículos Florestais de Combate a Incêndios (VFCI) e de 22 Veículos Tanque Táticos Florestais (VTTF), o que “representa a maior distribuição de veículos para resposta a incêndios rurais desde 1980“, segundo uma nota do Ministério da Administração Interna.

Estas viaturas serão distribuídas até 2024 e vão custar um total de 12,6 milhões de euros.

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