Salão de Munique 2023. Já não há salões como antigamente

O nome oficial do Salão de Munique é IAA Mobility e nesta edição de 2023 fez jus ao nome. Afinal, a tónica esteve mais sobre a mobilidade no geral do que o automóvel.

Claro que não faltaram automóveis — e um número muito interessante de novidades —, mas competiram em atenção pelos espaços dedicados à mobilidade, serviços, financiamento e componentes. Neste último caso, o software, que cada vez mais define o automóvel, foi o protagonista.

Nesta visita ao Salão de Munique, o Guilherme Costa é o anfitrião de serviço e conta-vos tudo o que houve de relevante no evento:

Presença chinesa muito sentida

A poderosa indústria automóvel alemã «jogou em casa» em Munique e foram muitas as novidades mostradas, mas a colossal indústria automóvel chinesa fez-se sentir com uma intensidade nunca antes vista nos palcos europeus.

Algo que já tínhamos constatado e discutido no Auto Rádio, um podcast da Razão Automóvel com o apoio do PiscaPisca.pt. O Guilherme reforça esse argumento nesta visita ao salão. E deu a conhecer mais algumas marcas que começam a expandir-se pela Europa: Leap Motors e Forthing, por exemplo.

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Redação

É certo que chegar não é a mesma coisa que vencer, sobretudo no mercado europeu, um dos mais difíceis do mundo — já outros o tentaram e falharam, fossem norte-americanos ou japoneses. Mas neste «assalto» inicial já contamos quase uma dezena de novos atores no mercado e mais estão previstos chegar.

Das trotinetas às aeronaves elétricas

O Salão de Munique, como já foi referido, acabou por ser mais sobre mobilidade que automóveis. E havia muito para ver.

Se mobilidade leva-nos a pensar em trotinetas e bicicletas, a verdade é que é se trata de um universo muito mais vasto. Em Munique foi possível ver desde mini-autocarros elétricos e autónomos até aeronaves elétricas, também autónomas.

Estaremos prontos para confiar nestes veículos autónomos para nos transportar nas mega-cidades de hoje e amanhã?

Software é o futuro da indústria automóvel

Se a expansão dos chineses pela Europa é motivo de preocupação para os construtores europeus, o que dizer do software?

A transformação do automóvel para um objeto elétrico, digital e conectado está a obrigar a ganhar novas e inéditas competências na indústria… e de forma muito rápida. As dores de crescimento têm sido mais que muitas.

Isto deu espaço para a chegada de novos atores à indústria: os gigantes tecnológicos. Em Munique, por exemplo, era da Samsung um dos maiores stands, superando os dos construtores automóveis.

Eles trazem «para a mesa» soluções integradas que podem dar resposta aos desafios que o software coloca. Entre os quais o como colocar componentes individuais de diferentes fornecedores a funcionar como um todo harmonioso num veículo.

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Redação

Comprar? Provavelmente vamos subscrever

A relação entre o automóvel e o consumidor também está a passar por uma transformação. A expressão “comprar carro” poderá começar a rivalizar com outras como “subscrever carro”.

A transformação da aquisição do automóvel num serviço está de «vento em popa» e durante esta década veremos a expansão de várias modalidades distintas para lá do leasing e renting.

Não admira que as empresas financeiras tenham sido, também, um dos grandes protagonistas do Salão de Munique 2023.

Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.

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