Opinião A V60 tem motor Diesel, o novo Volvo S60 não. Porquê?

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A V60 tem motor Diesel, o novo Volvo S60 não. Porquê?

No lançamento do novo Volvo S60 destacou-se a ausência de motorizações Diesel, sendo o primeiro modelo da marca a dispensá-lo em décadas. Mas porquê o S60?

Volvo S60

Não faz muito sentido, pois não? A recentemente apresentada Volvo V60 incorpora duas motorizações Diesel, pelo que seria de esperar que o novo Volvo S60, que é, essencialmente, a carroçaria berlina do mesmo modelo, também tivesse as mesmas motorizações. Mas nada de motores Diesel para o novo S60, mesmo considerando o continente europeu onde, apesar de todas as nuvens negras que pairam sobre as demonizadas motorizações, ainda correspondem a vendas significativas.

E para mais, um modelo integrado no segmento D premium, em que a maioria das vendas são para frotas, o que faz da motorização Diesel a rainha das vendas — é como se a carreira comercial do S60 na Europa já tivesse condenada à partida.

A Volvo já afirmou que a sua atual geração de motorizações Diesel será a última a ser desenvolvida, mas também afirmou em como estas serão fulcrais para continuar a reduzir as suas emissões de CO2, a fim de atingir a meta imposta pela UE de 95 g de CO2/km em 2021.

Volvo S60 R-design 2018

Porquê então esta decisão por parte da Volvo?

Será apenas por uma questão de imagem? Claro que não, mas deve ajudar a marca a cair nas boas graças dos consumidores, afastando-se do tóxico Diesel. As decisões dos fabricantes não costumam ser tomadas de ânimo leve — apesar de por vezes deixarem-se levar pela emoção —, pelo que existem, do meu ponto de vista, fundamentos bem racionais e lógicos para esta decisão.

Volvo fábrica Charleston 2018

Basta olhar para os números. O segmento onde o novo Volvo S60 se insere não tem crescido na Europa — em 2017 diminuiu 2%, apesar do mercado ter crescido e da chegada de novas propostas e, verdade seja dita, continua a ser totalmente dominado pelos alemães. E neste segmento, na Europa, há claramente uma predileção por carrinhas — apesar da ameaça crescente dos SUV —, muito mais do que berlinas de quatro portas.

Olhemos para a geração S60/V60 agora substituída: apenas 16% de total de vendas correspondem à berlina — a V60 “esmaga” o S60 comercialmente. Os números absolutos também não são famosos — talvez fruto dos seus nove anos no mercado. O S60 vendeu em 2017, na Europa, aproximadamente 7400 unidades, com um pico de 15 400 unidades em 2012 (compare-se com o pico de 52 300 unidades da primeira geração S60, alcançadas 10 anos antes).

Os números da V60 são incomparavelmente melhores — em 2017 vendeu quase 38 mil unidades, com um pico de quase 46 mil em 2011.

Será que o Diesel faz mesmo falta ao novo Volvo S60?

Aparentemente não. As vendas no continente europeu não representam volumes expressivos, poupam em custos de desenvolvimento e produção — o novo S60 é produzido exclusivamente nos EUA, mas os motores Diesel continuam a ser fabricados na Suécia —, e por fim, com duas versões híbridas plug-in na gama, têm os argumentos certos para acompanhar o crescimento expressivo das vendas deste tipo de motorizações que se verifica na Europa.

Faz sentido, para já, manter os motores Diesel na V60 — e já agora nos seus SUV —, tipologias com muito maior expressão comercial na Europa. Mas o argumento torna-se dúbio no S60. Parece uma decisão precoce, mas, neste caso, parece ser a decisão mais acertada.

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