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Condução Autónoma. Os automóveis vão mesmo conduzir sozinhos?

Os desafios da condução autónoma não se esgotam na tecnologia. Da legislação às infraestruturas, tudo o que vai mudar para nós deixarmos de conduzir.

Condução Autónoma. Os automóveis vão mesmo conduzir sozinhos?

Os desafios da condução autónoma não se esgotam na tecnologia. Da legislação às infraestruturas, tudo o que vai mudar para nós deixarmos de conduzir.

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Nas últimas décadas, a indústria automóvel tem feito um enorme investimento no desenvolvimento de sistemas de segurança ativa e passiva.

O resultado foi uma diminuição histórica dos acidentes e do número de feridos e vítimas mortais — e muitas dessas tecnologias já estão ao nosso serviço há décadas.

Porém, nesta busca pela segurança, mais do que o automóvel, é o elemento humano que mais vezes falha.

De acordo com os dados da União Europeia (UE), o erro humano é responsável por 95 por cento dos acidentes rodoviários. É um número significativo, que só pode ser reduzido com sistemas de auxilio à condução.

A condução autónoma é apontada como uma das soluções para o aumento da segurança rodoviária.

Porém, para a condução autónoma ser uma realidade nas nossas estradas, ainda há muitos desafios a superar. Este artigo do Espaço Ford é sobre todos esses desafios.

Os cinco níveis da condução autónoma

Em 2014, fruto dos avanços nos sistemas de apoio à condução, a Sociedade Internacional de Engenheiros Automóveis (SAE), sentiu necessidade de classificar os vários níveis de automatização dos automóveis.

Condução autónoma
Do mais simples para o mais complexo.

Atualmente, toda a gama Ford está no nível 1 de condução autónoma — com a maioria dos sistemas de apoio à condução a serem propostos de série — a transitar para o nível 2. Mas o objetivo a médio prazo é mais ambicioso.

A democratização da mobilidade (e não só)

O objetivo da Ford relativamente ao futuro dos veículos autónomos é simples:

Usar a tecnologia autónoma para melhorar a vida das pessoas através de uma mobilidade mais segura, mais barata e de confiança.

A somar a isto, haverá uma democratização da mobilidade. No Reino Unido, estima-se que os adultos com mobilidade física reduzida deslocam-se, em média, menos 26% em viagens do que os adultos sem qualquer limitação.

Mas as possibilidades que esta tecnologia abre são muito mais amplas, e podem revolucionar até as tarefas mais rotineiras do nosso quotidiano:

Neste momento, um dos principais desafios passa por «ensinar» os automóveis autónomos a tomar decisões por conta própria, com base em protocolos de segurança e em algoritmos que permitirão, no futuro, que os automóveis abdiquem do elemento humano.

Os primeiro testes em estrada

Em Miami, nos Estados Unidos — onde foram criados mecanismos legais para facilitar os testes em condições reais — há uma pequena frota de táxis autónomos da Argo AI (uma start up financiada pela Ford e por outras marcas de automóveis) ao dispor dos clientes da Lyft — uma aplicação concorrente da UBER.

Condução autónoma

O mais recente veículo autónomo de nova geração construído em parceria com a Argo AI utiliza a plataforma partilhada do Ford Kuga, e inclui novos sensores com maior alcance e precisão.

Todos os apêndices visíveis na dianteira e no tejadilho do Ford Kuga dizem respeito aos radares e câmaras que alimentam de informação os sistemas de condução autónoma.

Estes sistemas são os «sentidos» do automóvel, percecionam todo o espaço circundante, alimentando os processadores que através de avançados algoritmos de inteligência artificial tomam as decisões: travar, acelerar e virar.

Estes são alguns dos sistemas necessários para conseguir substituir a presença humana atrás do volante.

De todos os sistemas, destaca-se o novo sistema LiDAR de longo alcance, de alta resolução e 128 feixes de deteção, e um conjunto de câmaras e radares de curto alcance para uma visão de 360 graus.

Condução autónoma
Em 2022 este projeto piloto vai estender-se a outras cidades.

Carros autónomos e cidades inteligentes. O ecosistema do futuro?

Cada cidade tem necessidades de mobilidade muito específicas, mas no futuro devem contar com o automóvel autónomo. O caso da frota de testes de carros autónomos da Ford, em Miami, é um exemplo de como poderão ser as cidades do futuro. Esta frota conta com a ajuda de infraestruturas inteligentes desenvolvidas para comunicar com os automóveis.

Trata-se de sensores montados em locais estratégicos, como os cruzamentos — numa posição mais elevada para uma análise mais abrangente — que ajuda os automóveis autónomos da Ford a tomar decisões de forma rápida e fiável.

Nenhum automóvel com condução autónoma de Nível 4 precisa deste tipo de “ajuda” para operar em segurança. Mas estas informações adicionais são importantes porque ajudam a dar mais contexto ao automóvel em cenários difíceis, onde o sistema de condução autónoma tem que decidir o que fazer com base no comportamento de outros automóveis e de peões — naturalmente menos previsíveis.

Desafios da condução autónoma

Os automóveis autónomos ainda têm um longo caminho pela frente até fazerem parte do nosso quotidiano.

Um caminho repleto de questões éticas e de responsabilidade que precisam de ser definidas a vários níveis.

Como os veículos autónomos transferem as tarefas de condução dos humanos para os seus sistemas, o ordenamento jurídico da UE precisa de evoluir e esclarecer uma grande questão: quem é responsável em caso de acidente, o utilizador ou o fabricante?

Condução autónoma

Esta questão ainda não tem um enquadramento legal, mas o caminho já começou a ser trilhado.

Em janeiro de 2019 os deputados do Parlamento Europeu adotaram um relatório sobre a condução autónoma que assegura algumas regras comuns.

Na sequência deste relatório, passou a ser obrigatória a utilização de sistema de registo de ocorrências — à semelhança do que acontece na aviação civil —  e ficou previsto o desenvolvimento de “regras adequadas que abranjam a proteção de dados e a ética no setor dos transportes automatizados”, pode ler-se no relatório do Parlamento Europeu.

No mesmo relatório — que pode ser consultado aqui — a União Europeia prevê diretrizes específicas para a inteligência artificial, que ainda estão a ser elaboradas, bem como medidas para “garantir a segurança cibernética e proteger os veículos autónomos contra possíveis ataques informáticos”.

As previsões mais otimistas apontam o final desta década, como meta para partilharmos as estradas com automóveis autónomos.

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