IUC é apenas a ponta do icebergue. Há mais impostos que vão subir

A subida do IUC (Imposto Único de Circulação) para os automóveis matriculados antes de julho de 2007 na proposta do Orçamento do Estado 2024 (OE 2024) tem sido um dos tópicos mais discutidos das últimas duas semanas, mas o IUC é apenas a ponta do icebergue, como vai poder descobrir no episódio n.º 46 do Auto Rádio, um podcast da Razão Automóvel com o apoio do Piscapisca.pt.

Abaixo da linha de água percebemos que a dimensão real do tópico dos impostos vai muito além do IUC. Encontramos outros, como o ISP (Imposto Sobre Produtos Petrolíferos) ou o ISV (Imposto Sobre Veículos) que também estão previstos subir no próximo ano.

O Miguel Dias e o Guilherme Costa mergulham de cabeça no tema da fiscalidade automóvel juntamente com o convidado Marco Libório, parceiro da UWU Solutions, que traz luz às partes mais profundas deste icebergue. Assistam ao episódio completo:

O que vai acontecer em 2024?

Como já todos sabemos o OE 2024 propõe subir o IUC para todos os automóveis, mas com a agravante de penalizar mais os automóveis com matrícula anterior a julho de 2007 (data de entrada em vigor do IUC).

O objetivo final desta “reforma ambiental do IUC” (citando o governo) é o de equiparar a tributação do imposto com os automóveis com matrícula posterior a 30 de junho de 2007, com a justificação de serem mais poluidores e para compensar a perda de receita prevista pela redução do preço de algumas portagens.

De acordo com a proposta do OE 2024 essa subida será limitada a um máximo de 25 euros no próximo ano. Se fizermos as contas, contudo, em poucos anos um utilitário com um pequeno motor a gasolina anterior a 2007 que pague hoje perto de 40 euros de IUC irá acabar por pagar mais de 125 euros.

IUC

IUC dos «ovos de ouro». Vejam como a receita aumentou nos últimos 10 anos

A receita do IUC tem subido continuamente nos últimos 10 anos. Com o agravamento significativo previsto para os automóveis antigos, a receita promete bater todos os recordes.

Fernando Gomes

Faz sentido este aumento brutal do imposto? É uma medida fiscalmente justa? Terá o efeito desejado de incentivar a renovação do parque automóvel nacional? São perguntas que encontram respostas neste Auto Rádio, mas a discussão não é apenas à volta do IUC.

Na proposta do OE 2024 podemos retirar (pelo menos) uma notícia positiva relacionada com o automóvel: o regresso dos incentivos ao abate de veículos. Uma medida há muito pedida pelo setor e já prometida noutros anos, mas nunca cumprida.

Contudo, caso chegue a bom porto, deixa aberta a discussão sobre as condições para aceder a esse incentivo. Pois, corre-se o risco de este incentivo não chegar às pessoas que realmente o precisam.

O que vai acontecer nos anos seguintes?

No Auto Rádio, a discussão do IUC é apenas o início — ou a ponta do icebergue. Há outros impostos que também vão subir, como o ISV e o ISP, o que gera mais questões.

Comprar carro e ter carro vai continuar a ficar mais caro nos próximos anos? E os automóveis elétricos?

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Até que o IUC nos separe

Manter, vender ou mandar abater. O aumento do IUC no OE 2024 promete mexer com os nervos e com a garagem de muitos portugueses.

Guilherme Costa

Bem… Hoje “os automóveis elétricos são um péssimo negócio para o Estado”, como se pode ouvir no Auto Rádio. Não pagam nem ISV nem IUC e como funcionam a eletricidade, não contribuem para as receitas do ISP ou taxa do carbono.

Será que esta realidade vai mudar? Se sim, quando é que poderemos assistir a essa mudança?

Encontro marcado no Auto Rádio para a próxima semana

Não faltam assim motivos de interesse para ver/ouvir o mais recente episódio do Auto Rádio, que está de volta na próxima semana nas plataformas habituais: YouTube, Apple Podcasts e Spotify.

Têm sugestões para temas que queiram ver no Auto Rádio? Deixem-nas nos comentários.

Redação

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