Botões físicos vão ser obrigatórios? O que pode mudar

“Honestamente, é um carro. Não é um telefone. É um carro.” As palavras são de Andreas Mindt, o chefe de design da Volkswagen e são em resposta à pergunta sobre o desaparecimento galopante dos botões físicos do interior dos automóveis.

Foi no âmbito da apresentação do Volkswagen ID.EVERY1 que as disse, em entrevista à Autocar, e que ajuda a justificar o regresso dos botões ou comandos físicos para as funções mais usadas — volume do som, climatização, luzes de emergência (quatro piscas) —, não só ao futuro citadino, como nos futuros modelos da marca.

As suas palavras motivaram o ressurgimento de uma discussão que já leva anos e serviu também de mote a mais um Auto Rádio, um podcast da Razão Automóvel com o apoio do PiscaPisca.pt, onde o Diogo Teixeira e o Guilherme Costa discutem argumentos sobre o fim dos botões e a concentração excessiva de funções nos ecrãs táteis.

É um problema geral

Se a Volkswagen tem sido muito criticada pela redução do número de botões físicos, concentração de funções no ecrã tátil e também pela adição de superfícies de controlo hápticas, a verdade é que não é a única. Todos o fizeram e muitas continuam a fazê-lo.

A origem desta tendência redutora que tem varrido os interiores dos automóveis, em prol de um aspeto mais minimalista, limpo e sofisticado pode ser atribuída a um modelo: Tesla Model S, lançado em 2012. Todos foram atrás desta solução de design, o que acabou por prejudicar a usabilidade e também a segurança.

Mas há limites para o minimalismo: na Tesla foi preciso acabarem com a haste dos piscas para o atingir. Já foram várias as marcas que deram um passo atrás, fazendo regressar os botões físicos para as funções principais e outras, como a Volkswagen, também o vão fazer.

Neste Auto Rádio, vai também poder perceber as razões por detrás de toda a indústria ter feito esta guerra aos botões, com o Diogo e o Guilherme a partilharem também algumas das suas experiências.

Euro NCAP é amiga dos botões

O regresso dos botões poderá ganhar muita força nos próximos anos, não só pelas criticas dos media e clientes, como também graças ao Euro NCAP.

A partir do próximo ano (2026), este organismo independente vai também avaliar o controlo de funções consideradas essenciais, que requerem comandos físicos (botões, hastes, etc.). E o peso desta avaliação será grande o suficiente ao ponto de impedir um modelo de alcançar as desejadas cinco estrelas, caso tenha má nota nesta área. Fique a saber mais detalhes:

Segurança

Regresso dos botões? Euro NCAP vai exigir comandos físicos para funções essenciais

A presença de botões e outros comandos físicos para funções essenciais será necessária para obter as cinco estrelas nos testes do Euro NCAP.

André Mendes

Ainda que os testes do Euro NCAP não tenham impacto na homologação de um veículo — a União Europeia é que define as regras de homologação, incluindo as de segurança —, o peso que têm na percepção pelo mercado de quais são os automóveis mais seguros é inegável.

E, por isso, é de prever que os novos testes do Euro NCAP venham a influenciar o design dos interiroes dos futuros modelos.

Encontro marcado no Auto Rádio para a próxima semana

Não faltam por isso motivos de interesse para ver/ouvir o mais recente episódio do Auto Rádio, que está de volta na próxima semana nas plataformas habituais: YouTube, Apple Podcasts e Spotify.

Redação

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