Depois de uma primeira apresentação em Los Angeles e mais tarde em Genebra, Lisboa foi a cidade escolhida para dar a conhecer aos jornalistas a peça que faltava nas ambições globais da Jeep: o novo Jeep Compass.
Nesta segunda geração, a aposta no mercado europeu é mais clara do que nunca, e vem no seguimento de um bom momento da Jeep – a marca americana tem sido um verdadeiro caso de sucesso dentro do universo FCA, tendo registado um crescimento consecutivo nos últimos 7.
Com a introdução do novo Compass, a Jeep completa assim a sua oferta na Europa com um SUV que entra diretamente para um dos segmentos mais concorridos mas também em maior crescimento.
No meio é que está a virtude?
Posicionado entre o Renegade e o Cherokee na gama Jeep, o Compass assume-se como um SUV médio na Europa – os americanos chamam-lhe compact SUV. E se a plataforma (Small US Wide) é a mesma do Renegade, no que toca à estética o Compass foi roubar inspiração ao Cherokee.
Por fora, os designers da Jeep esforçaram-se em manter a herança da marca, visível principalmente na grelha dianteira com as sete entradas e nos arcos das rodas trapezoidais. A assinatura luminosa foi radicalmente revista, assim como a secção traseira, com linhas mais elevadas. Em relação ao modelo anterior, a linha descendente do tejadilho confere-lhe um estilo mais desportivo, um aspeto que no geral é mais consensual e que nos enche as medidas. E por falar nelas: 4394 mm de comprimento, 1819 mm de largura, 1624 mm de altura e uma distância entre eixos de 2.636 mm.
No interior, as semelhanças com o Cherokee continuam. A escolha dos materiais e o equipamento confirmam as aspirações do modelo, principalmente na versão Trailhawk com apontamentos a vermelho um pouco por todo o habitáculo.
A moldura trapezoidal da consola central volta a recorrer às linhas características da Jeep, concentrando diversões botões de forma algo confusa na parte inferior. Sobre o espaço no banco traseiro e na bagageira (438 litros de capacidade,1251 litros com os bancos traseiros rebatidos), pouco ou nada há a apontar.
O novo Jeep Compass dispõe de mais de 70 recursos de segurança ativa e passiva, incluindo os alertas de colisão, monitorização do ângulo morto, câmara de marcha-atrás e controlo eletrónico de estabilidade. Para uma maior proteção, o Compass beneficia da construção do tipo "gaiola de segurança" com mais de 65% de aço de alta resistência.
Feitas as apresentações, pudemos por à prova a versão Trailhawk com motor 2.0 Multijet de 170 cv e 380 Nm, equipada com um sistema de tração às 4 rodas e uma caixa automática de nove velocidades. Começámos por testar a versão mais adaptada às incursões fora de estrada precisamente… em circuito urbano. Mesmo assim, o motor Diesel mostrou ser agradavelmente competente, sem ruídos de maior e proporcionando uma condução suave. A direção, embora mais pesada e menos sensível que a dos rivais do segmento, é precisa e oferece boas sensações em curva.
Ao passar do modo cruzeiro para um modo mais apressado, o motor pode parecer algo preguiçoso por causa da suavidade da caixa de 9 velocidades, mas os 170 cv e 380 Nm estão lá e fazem-se sentir – se as dúvidas persistirem, basta dar uma vista de olhos no velocímetro.
“O veículo da sua classe mais apto para o todo-o-terreno”. Será?
Tratando-se de um Jeep, o que mais nos despertava a curiosidade eram as aptidões todo-o-terreno do Jeep Compass, principalmente nesta versão Trailhawk. E aqui o SUV americano faz-se valer de dois sistemas inteligentes de tração integral permanente, batizados convenientemente de Jeep Active Drive e Jeep Active Drive Low. Ambos conseguem transmitir a totalidade do binário disponível a qualquer uma das rodas, sempre que necessário – essa gestão é feita através do seletor na consola central que permite escolher 5 modos – Auto, Snow (neve), Sand (areia), Mud (lama) e Rock (rocha). Tudo muito bonito. Mas… e na prática?
Na prática, podemos dizer que a Jeep não estava a exagerar quando elogiou o desempenho fora de estrada do seu novo modelo. Nesta nova geração, o Compass trata os buracos e pedregulhos por “tu”, sem grandes sobressaltos, mesmo nas subidas e descidas mais acentuadas e nos “caminhos apertados” do Parque Natural da Serra Sintra.
Mais do que o aspeto aventureiro, o aumento da distância ao solo (em 2,5 cm), as placas de proteção da parte inferior da carroçaria e os ângulos de ataque e de saída nesta versão Trailhawk são um aspeto diferenciador do Compass em relação à concorrência. Com o bónus de que o desacoplamento eletrónico no eixo traseiro permite obter consumos típicos de um modelo de tração dianteira. O melhor de dois mundos.
Chega em outubro a Portugal
Já com largos meses de comercialização no outro lado do Atlântico, o Jeep Compass chega aos principais mercados do «velho continente» já no próximo mês com duas opções a gasolina e três Diesel. O lançamento em Portugal só está previsto para o mês de outubro, com preços ainda por revelar.
O motor 1.4 MultiAir2 Turbo vai estar disponível em dois níveis de potência: 140 cv (acoplado a uma caixa manual de 6 velocidades e com tração 4×2) e 170 cv (acoplado a uma caixa automática de 9 velocidades com tração 4×4).
Na variante Diesel, o Compass conta com o motor 1.6 MultiJet II de 120 cv (caixa manual de 6 velocidades e tração 4×2) e o 2.0 MultiJet II de 140 cv (tração 4×4 com uma caixa automática de 9 velocidades ou manual de 6 velocidades). A versão mais potente do 2.0 MultiJet II (e que pudemos testar) debita 170 cv de potência, conjugada com a caixa automática de 9 velocidades e tração 4×4.
Novo Jeep Compass. Só chega em outubro mas nós já o testámos
Primeiras impressões
Data de comercialização: Outubro 2017
Prós
- Vocação para o todo-o-terreno
- Qualidade de construção
Contras
- Organização da consola central, pouco espaço debaixo do apoio de braço
Sem comentários
Novo Jeep Compass. Só chega em outubro mas nós já o testámos
A convite da Jeep fomos conhecer os principais ingredientes da versão europeia do novo Jeep Compass. O lançamento para o mercado nacional está previsto para outubro.
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