Ensaio Mercedes-Benz EQA testado. Será mesmo uma alternativa realista ao GLA?

Desde 53 750 euros

Mercedes-Benz EQA testado. Será mesmo uma alternativa realista ao GLA?

Uma espécie de "irmão elétrico" do GLA, será que o Mercedes-Benz EQA é efetivamente uma alternativa à proposta com motor de combustão?

Mercedes-Benz EQA
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

O novo Mercedes-Benz EQA acaba por ser um dos mais importantes modelos da ofensiva elétrica da marca da estrela e é impossível “esconder” a sua proximidade ao GLA, do qual deriva.

É verdade que conta com a sua própria identidade visual (pelo menos no exterior), contudo, a plataforma a que recorre é exatamente a mesma do modelo com motor de combustão (MFA-II) e as dimensões são virtualmente idênticas às do mais pequeno SUV da marca alemã.

Posto isto, será que o novo EQA é uma alternativa viável ao GLA? Afinal de contas, o valor pedido pela versão híbrida plug-in e pela versão mais potente com motor Diesel do GLA acabam por não diferir muito do preço deste EQA.

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Mercedes-Benz EQA 250
Thomas van Esveld

Corte e costura

Tal como disse, o exterior do Mercedes-Benz EQA assume uma personalidade própria e devo admitir que a minha opinião acerca das suas linhas se divide precisamente a “meio” do carro.

É que se a aplicação da já típica grelha dos Mercedes-EQ me agrada (até mais do que a solução adotada pelo GLA), o mesmo já não posso dizer da traseira, onde se destaca a faixa luminosa também comum a outros Mercedes-Benz 100% elétricos.

Mercedes-Benz EQA 250
Visto de perfil o Mercedes-Benz EQA pouco difere do GLA. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Quanto ao interior, é difícil encontrar diferenças face ao dos GLA, GLB ou até ao Classe A. Com uma robustez assinalável e materiais agradáveis ao toque e à vista, este distingue-se pela adoção do até agora inédito painel retroiluminado em frente ao passageiro.

Tendo em conta estas semelhanças, o sistema de infoentretenimento continua a revelar-se bastante completo e a ergonomia até sai beneficiada pelas inúmeras formas que temos de navegar neste sistema (temos comandos no volante, uma espécie de touchpad, o ecrã tátil, teclas de atalho e até podemos “falar” com ele com o “Hey, Mercedes”).

vista do interior, tabliê
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel
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No campo do espaço, a instalação da bateria de 66,5 kWh por debaixo do piso do carro, fez com que a segunda fila de bancos ficasse um pouco mais alta que no GLA. Apesar disso, atrás viaja-se com conforto, se bem que é inevitável que as pernas e os pés fiquem numa posição um pouco mais alta.

Já a bagageira, apesar de perder 95 litros para a do GLA 220 d e perder 45 litros para o GLA 250 e, continua a ser mais do que suficiente para uma viagem em família, contando com 340 litros de capacidade.

Bagageira
A bagageira oferece 340 litros de capacidade. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

O “som” do silêncio

Uma vez ao volante do Mercedes-Benz EQA somos “presenteados” por uma posição de condução idêntica à do GLA. As diferenças só começam a surgir quando ligamos o motor e, como seria de esperar, nada se ouve.

Somos presenteados com um agradável silêncio que vem comprovar o cuidado posto pela Mercedes-Benz no isolamento acústico e na montagem do habitáculo do seu elétrico.

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Como seria de esperar, os 190 cv e, principalmente, os 375 Nm de binário instantâneo permitem-nos usufruir de prestações mais do que aceitáveis para uma proposta deste segmento e, acima de tudo, nos arranques iniciais, capazes de envergonhar os GLA a combustão e híbridos.

Já no capítulo dinâmico, o EQA não consegue disfarçar o considerável aumento de massa (mais 370 kg do que um GLA 220 d 4MATIC com igual potência) que as baterias trouxeram.

Dito isso, a direção é direta e precisa e o comportamento é sempre seguro e estável. Contudo o EQA está longe de oferecer os níveis de acutilância e controlo dos movimentos da carroçaria de que o GLA é capaz, preferindo uma condução mais suave a tiradas mais dinâmicas.

Identificação do modelo EQA 250 e detalhe da ótica traseira
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Desta forma, o melhor mesmo é usufruir do conforto oferecido pelo SUV da Mercedes-Benz e, acima de tudo, da eficiência da sua cadeia cinemática elétrica. Auxiliado por quatro modos de regeneração de energia (selecionáveis através de patilhas colocadas atrás do volante), o EQA como que parece multiplicar a autonomia (424 km segundo o ciclo WLTP) permitindo-nos enfrentar longos percursos em autoestrada sem receios.

Aliás, a gestão eficiente da bateria está de tal forma bem conseguida que dei comigo a conduzir o EQA sem qualquer “ansiedade de autonomia” e com o mesmo à vontade para enfrentar uma viagem mais longa que teria ao volante do GLA. Dei comigo a registar consumos na sua larga maioria entre os 15,6 kWh e os 16,5 kWh por cada 100 km, valores abaixo dos 17,9 kWh oficiais (ciclo combinado WLTP).

Mercedes-Benz EQA 250
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Por fim, para permitir que o EQA se ajuste aos mais diversos tipos de condutor temos quatro modos de condução — Eco, Sport, Comfort e Individual — sendo que este último nos permite “criar” o nosso modo de condução.

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É o carro certo para si?

Disponível a partir de 53 750 euros, o novo Mercedes-Benz EQA não é um carro acessível. Contudo, quando levamos em linha de conta a poupança que este permite e o facto de ser elegível para os incentivos à compra de carros elétricos, o valor passa a ser um pouco mais “simpático”.

Jante aerodinâmica
As jantes aerodinâmicas são um dos destaques estéticos do novo EQA. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Além disso, o GLA 220 d de potência semelhante custa a partir de 55 399 euros e o GLA 250 e (híbrido plug-in) arranca nos 51 699 euros e nenhum deles permite a poupança que o EQA permite ou usufrui das mesmas isenções fiscais.

Posto isto, apesar de não se basear numa plataforma dedicada — com consequentes limitações espaciais —, a verdade é que o Mercedes-Benz EQA convence como proposta elétrica. E, verdade seja dita, após alguns dias ao seu volante devo admitir que é até uma boa proposta para quem procura um SUV daquele segmento, independentemente da motorização.

Mercedes-Benz EQA testado. Será mesmo uma alternativa realista ao GLA?

Mercedes-Benz EQA 250

7/10

Às qualidades já reconhecidas ao GLA, o novo Mercedes-Benz EQA junta as qualidades típicas dos elétricos. Com uma gestão das baterias muito bem conseguida, o mais pequeno dos SUV elétricos da marca alemã é, mais do que uma boa proposta para quem quer um elétrico, uma boa proposta para quem quer um modelo premium deste segmento, independentemente da motorização.

Prós

  • Eficiência/Consumos
  • Qualidade geral
  • Espaço a bordo

Contras

  • Comportamento face ao GLA
  • Preço com opcionais

Versão base:€53.750

Classificação Euro NCAP: 0/5

€60.299

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:Motor elétrico
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Bateria de iões de lítio de 66,5 kWh
  • Potência: 190 cv (140 kW)
  • Binário: 375 Nm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Caixa redutora com uma relação

  • Comprimento: 4463 mm
  • Largura: 1849 mm
  • Altura: 1620 mm
  • Distância entre os eixos: 2729 mm
  • Bagageira: 340-1320 litros
  • Jantes / Pneus: 235/55 R18
  • Peso: 2040 kg

  • Média de consumo: 17,9 kWh/100 km; Autonomia: 424 km
  • Emissões CO2: 0 g/km
  • Velocidade máxima: 160 km/h
  • Aceleração máxima: >8,9s

    Tem:

    • Assistente ativo de faixa de rodagem
    • Assistente ativo de travagem
    • Sensor de chuva
    • Sistema de navegação
    • Apoio de braço traseiro
    • Cruise control
    • Assistente de Limite de Velocidade
    • Sistema de multimédia MBUX
    • Faróis LED High Performance
    • Bancos desportivos
    • Assistente adaptativo de máximos
    • Sistema de carregamento de corrente directa DC 24 kW
    • Portão traseiro elétrico
    • Apoio lombar de 4 vias
    • Cabo de carregamento para wallbox e postos de carregamento públicos com 5 metros
    • Assistente de ângulo morto
    • Painel de instrumentos digital de 10,25"
    • Ecrã central de 10,25"
    • Pack parking com câmara de marcha-atrás
    • Retrovisor interior e exterior do condutor com anti- encadeamento automático
    • Retrovisores exteriores rebatíveis eletricamente
    • Proteção de peões

Teto de abrir panorâmico em vidro — 1449,99 €
Pintura Sólida Branco Polar — 249,99 €
Pack Night (inclui: barras de tejadilho em preto e jantes AMG de cinco raios de 18'') — 149,99 €
Linha AMG (inclui: vidros traseiros escurecidos, estética AMG, volante multifunções desportivo em pele, embaladeiras iluminadas) — 4700 €.

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Mercedes-Benz 190 (W201), antecessor do Classe C, celebra 35 anos