Primeiro Contacto Mercedes-Benz EQE. Já guiámos o “Classe E” 100% elétrico

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Mercedes-Benz EQE. Já guiámos o “Classe E” 100% elétrico

Já pudemos conduzir ao Mercedes-Benz EQE por estradas nacionais. A mesma fórmula do EQS num «corpo» mais pequeno ou tem mais alguma coisa?

Mercedes-Benz EQE 350+
© Miguel Dias / Razão Automóvel

A família de modelos EQ da Mercedes-Benz não pára de crescer e nós já fomos «sentir o pulso» em solo nacional ao seu mais recente membro, o EQE, que pode ser visto como uma espécie de Classe E totalmente elétrico.

Ainda assim, porventura o carro com que faz mais sentido compará-lo é mesmo com o seu «irmão» mais velho, o EQS, que eu também já tive oportunidade de conduzir num fim de semana passado entre Lisboa e o Alentejo.

Em termos estéticos, são praticamente idênticos, sendo o EQE mais pequeno. Mas será que a sensação ao volante também é assim tão parecida, uma espécie de “mini-EQS” mais barato e mais desportivo? É a isso que vos vou responder nas próximas linhas…

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Por ser mais compacto, o EQE até parece mais alto do que o EQS, ainda que isso não se verifique. © Miguel Dias / Razão Automóvel

Dimensões mais contidas

Tal como o EQS, este é o segundo modelo da Mercedes-Benz a assentar na plataforma dedicada para veículos 100% elétricos da marca de Estugarda, denominada EVA2.

É produzido na unidade de Bremen, na Alemanha, para todo mundo, com exceção dos exemplares vendidos no mercado chinês, cuja produção é local, como muitas vezes acontece.

Em termos de design, o formato geral é herdado do EQS e os elementos estilísticos são muito semelhantes, mas ao vivo percebemos que as dimensões deste EQE são mais contidas.

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De série o EQE conta com jantes de 19”. Opcionalmente podem crescer até às 21”. © Miguel Dias / Razão Automóvel

E quando olhamos para os números, não restam dúvidas: a distância entre eixos de 3132 mm é 90 mm mais curta do que a do EQS e o comprimento total (4,946 m) é muito próximo do do CLS.

Interior «copiado» quase a papel químico

E se a forma exterior é mais que familiar, o interior parece ter sido «copiado» a papel químico do seu «irmão» EQS. E isso são excelentes notícias, ou não fosse esse um dos interiores mais impressionantes que vi (e testei) ultimamente.

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Além dos materiais muito cuidados, a primeira coisa que salta à vista é o já conhecido Hyperscreen, um «super painel» com 1,41 m de largura que junta três ecrãs distintos: um ao centro, outro à frente do condutor e outro dedicado ao passageiro dianteiro.

Tabliê EQE
O Hyperscreen (opcional) toma conta de quase todo o tabliê do Mercedes-Benz EQE.

Porém, o Hyperscreen apenas está disponível de forma opcional, sendo que de origem o Mercedes-Benz EQE vem equipado de série com um ecrã central (do tipo tablet) com 12,8” e com um painel de instrumentos digital com 12,3”.

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De série, o EQE apresenta uma solução semelhante ao que encontramos, por exemplo, no novo Classe C, com um enorme ecrã do tipo tablet ao centro. leonardo domingos

Mas há mais opcionais…

Como seria de esperar, a lista de opcionais não se esgota aqui. E vai muito além do que se passa no interior deste EQE, podendo contar com um eixo traseiro direcional com duas variantes: uma com rotação de 4,5º e outro com rotação de 10º.

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Os materiais do interior deste EQE são muito agradáveis ao toque, sendo que muitos deles são sustentáveis. O requinte e o luxo são palavras de ordem a bordo deste EQE… leonardo domingos

As unidades que testei neste primeiro contacto (muito breve) com o EQE por estradas nacionais estavam equipadas com o eixo traseiro direcional de 4,5º e o seu impacto fez-se sentir.

Um trunfo que torna bem mais fácil manobrar o EQE e até nos faz esquecer que estamos aos «comandos» de um automóvel tão grande.

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E depois é preciso falar do conforto e da serenidade a bordo. Começa logo na suspensão, pois o EQE conta de série em todas as versões com suspensão pneumática Airmatic, com amortecimento regulável progressivo, que filtra de forma notável as irregularidades do asfalto.

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A Nazaré foi o palco escolhido pela Mercedes-Benz para a apresentação dinâmica do EQE à imprensa nacional e espanhola.

Silêncio…

Este é sempre o «tom» a bordo do EQE. Na estrada, os ruídos dos pneus e os ruídos aerodinâmicos estão muito bem «camuflados» e raramente se fazem ouvir no habitáculo. E nem mesmo a velocidades de autoestrada eles chegam a incomodar.

E isto combina na perfeição com a toada mais confortável deste modelo, seja qual for o modo selecionado entre os três disponíveis: Eco, Comfort e Sport.

Mercedes-Benz_EQE_apresentacao_1
leonardo domingos

Progressividade é palavra de ordem

Mas antes de detalhar mais o comportamento deste EQE, importa falar de motores. Durante este primeiro contacto em solo nacional a motorização que tive oportunidade de conduzir foi a 350+, que conta com um motor elétrico (montado na traseira) com 215 kW (292 cv) e 565 Nm.

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Graças a estes números o EQE 350+ é capaz de acelerar até aos 210 km/h e precisa de apenas 6,4s para cumprir o sprint dos 0 aos 100 km/h. Em estrada, estes números parecem ainda mais rápidos, ainda que este EQE raramente nos brinde com aquele punch típico dos 100% elétricos.

Mercedes-benz EQE interior
Espaço na segunda fila de bancos é muito satisfatório.

Aqui, tal como acontece no EQS, tudo acontece de forma muito progressiva. E a meu ver isso combina muito bem com a atitude deste elétrico, que tem no conforto a sua maior virtude.

Não é desportivo, longe disso…

Tenho alguma dificuldade em afirmar que este EQE é mais desportivo que o EQS, como inicialmente se pensava que iria acontecer. É, isso sim, mais curto e mais leve, e isso dá-nos uma maior sensação de agilidade.

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Isso fica ainda mais evidente no modo Sport, que acrescenta mais peso à direção e nos permite perceber que ela é bem mais direta do que se podia imaginar. Contudo, não é muito comunicativa…

Mercedes-benz EQE 350+ bagageira
A capacidade de bagageira de apenas 430 litros é um dos maiores «problemas» do Mercedes-Benz EQE 350+.

Também evidente é o impacto que o modo Sport tem ao nível do controlo dos movimentos da carroçaria, muito mais contidos do que por exemplo no modo Comfort.

Mas apesar disto tudo, o EQE nunca convida a uma condução mais desportiva. E curiosamente, até foi em autoestrada que ele se mostrou mais confortável, fruto das suas responsabilidades ao nível do conforto (acústico e de rolamento) e das suas capacidades de estradista.

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Autonomia e carregamentos

A Mercedes-Benz reclama uma autonomia máxima de até 654 km para este EQE 350+ e durante este primeiro contacto ficou evidente que «arrancar» 550 km reais a esta bateria de 90,6 kWh é relativamente fácil.

Naturalmente, este número cai para perto dos 475 km numa utilização exclusiva em autoestrada, com o ar condicionado ligado e com uma velocidade à volta dos 120 km/h. Neste cenário, conseguimos consumos pelos 19 kWh/100 km.

Quando a energia se esgota, este EQE é capaz de suportar carregamentos de até 170 kW em corrente contínua (de série suporta até 11 kW em corrente alternada — 22 kW opcional), o que em teoria permite repor 80% da carga em apenas 32 minutos.

Contudo, importa dizer que enquanto marcas como a Porsche, a Hyundai ou Kia estão a equipar os seus novos elétricos com arquiteturas de 800 V, a Mercedes-Benz ficou-se pelos 400 V.

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Os vários Mercedes-Benz EQE alinhados em frente ao Mercedes-EQ Lounge, na Nazaré.

Porém, compensa um pouco isso com um sistema de gestão térmica que arrefece ou aquece as baterias com o carro em movimento, antes de chegar ao posto de carregamento.

Por outras palavras, esta solução permite que as baterias estejam à temperatura ideal na chegada a uma estação de carregamento rápido, permitindo assim atingir potências de carga mais elevadas em menos tempo e mantendo-as de forma mais regular.

E os preços?

Nesta fase, o Mercedes-Benz EQE está disponível em duas versões: EQE 350+ com preços desde 73 800 euros e AMG EQE 43 4MATIC com preços desde 105 650 euros.

Mais tarde, no verão, a gama do EQE no nosso país vai ser reforçada com mais três versões: EQE 350, EQE 500 4MATIC e AMG EQE 53 4MATIC+.

Mercedes-Benz EQE. Já guiámos o “Classe E” 100% elétrico

Primeiras impressões

8/10
Nota: 8,5. Por fora, e por culpa das proporções, o EQE até parece mais bem resolvido do que seu «irmão» EQS, mas isso não chega para o distanciar. No interior, as semelhanças continuam, o que resulta num habitáculo espaçoso e com acabamentos/materiais em muito bom nível. A somar a isto, o EQE é capaz de nos brindar com níveis de conforto altíssimos, juntando a isso boas performances (mesmo nesta versão 350+) e excelentes consumos, tudo isto a um preço bem mais convidativo do que o do EQS.

Data de comercialização: Maio 2022

Prós

  • Tecnologia
  • Conforto
  • Espaço

Contras

  • Lista de opcionais extensa
  • Espaço da bagageira
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