Primeiro Contacto Pelo Douro ao volante do Porsche Cayenne (geração E3)

Ao volante

Pelo Douro ao volante do Porsche Cayenne (geração E3)

Parece que pouco mudou, mas são muitas as novidades da terceira geração do Porsche Cayenne (E3). Nós fomos conhecê-las, nas magníficas (e sinuosas) estradas do Douro.

Porsche Cayenne 2018 Portugal Douro

Hoje o Porsche Cayenne é um dado adquirido na gama do construtor alemão.

Contestado na primeira geração e aceite na segunda, esta terceira geração do Porsche Cayenne (que assume a denominação E3) tem tudo para ser a derradeira aclamação do primeiro SUV da história da marca.

Introduzido há 15 anos, os puristas vaticinaram-lhe uma vida curta. Porém, o Porsche Cayenne continua a provar a validade do seu conceito e está melhor que nunca. Fomos até ao Douro comprovar isso mesmo.

Mudou assim tanto?

Em termos estéticos a Porsche foi conservadora — de resto, como já nos habituou. Face à geração anterior, foram as proporções gerais que mais ficaram a ganhar, ainda que a sensação de que pouco mudou prevaleça. Mas agora a carroçaria está mais equilibrada, ou por outras palavras, está mais elegante: o conjunto ganhou coerência.

Porsche Cayenne
A frota dos novos Porsche Cayenne à nossa espera no Aeroporto Sá Carneiro.

Já a lateral — a superfície mais complexa de desenhar num SUV — não tem nenhuma novidade digna de nota. Na dianteira, tudo mudou para… ficar tudo quase na mesma. Mas o resultado final do conjunto convence, as proporções da carroçaria e as linhas inconfundíveis da Porsche impõem a sua presença na estrada.

Presença essa que foi reforçada pelo ganho de 63 mm em comprimento total, contando agora com 4.918 mm (embora com a distância entre eixos a manter-se nos 2.895 mm). Apesar de estar maior, não aparenta, de todo.

Verdadeira mudança

É debaixo da chapa que dá forma à carroçaria que encontramos as maiores diferenças face à geração que agora cessou funções. Do anterior Cayenne não sobrou nada. A terceira geração do Cayenne (E3) recorre agora à plataforma MLB, que serve de base a outras propostas do grupo Volkswagen, como o Audi Q7, o futuro Volkswagen Touareg ou o (ainda) mais exclusivo Bentley Bentayga.

Com esta plataforma chegaram ao Cayenne tecnologias que não estavam disponíveis até agora — ou pelo menos neste estágio de eficácia. É o caso da tração integral ativa (com vetorização de binário), ou a suspensão pneumática de três câmaras, que pode contar com o Porsche Active Suspension Management (PASM), sinónimo de nivelação automática (ou manual) e altura constante ao solo.

Tal como sempre acontece na Porsche, também desta vez procurámos enveredar por uma evolução na continuidade, ainda que partindo de uma folha em branco.

Nuno Costa, Diretor de Marketing da Porsche Ibérica em Portugal
Porsche Cayenne 2018 Portugal Douro
Versão Turbo.

Voltamos a encontrar o Porsche Dynamic Chassis Control (PDCC), destinado a reduzir o adornar da carroçaria em condução desportiva e aumentar a agilidade de todo o conjunto. O PDCC conta agora com um novo aliado (de peso): o eixo traseiro direcional, que tem o condão de fazer do Cayenne um SUV mais ágil do que as suas dimensões deixam adivinhar.

E já que falamos de competência dinâmica, não podemos esquecer os Porsche Surface Coated Brake (PSCB), um sistema de travagem inovador com discos revestidos a carboneto de tungsténio que, embora mais baratos que os travões em carbono, oferecem maior capacidade de fricção, menor desgaste, maior resistência à fadiga e uma melhor impermeabilização às poeiras. Uff!…

Um “segredo” chamado Spoiler Dinâmico
Já no capítulo da aerodinâmica ativa, destaque para o novo spoiler dinâmico de tejadilho, que varia a sua elevação em função do tipo de condução e velocidade. Um sistema que tem ainda uma funcionalidade apelidada de Airbrake. Como o próprio nome indica, serve para ajudar a travar a velocidades acima dos 170 km/h, com o spoiler a assumir a sua inclinação máxima (80 mm).

 

Menos peso, mais potência.

Igualmente significativa, é a redução de peso que permite ao Porsche Cayenne E3 anunciar menos 55 kg (1.985 kg) face à anterior geração — apesar do incremento de equipamento e sistemas a bordo.

Um dos responsáveis por este emagrecimento foi o «downsizing» que os motores sofreram. Apesar de mais pequenos (em cilindrada) todos os motores anunciam um aumento da potência e binário. No caso da versão base, que tem por base um V6 turbo 3.0 litros, contamos com mais 40 cv (340 cv) e mais 50 Nm de binário (450 Nm) apesar deste motor ter perdido 0.6 litros de capacidade.

Porsche Cayenne E3 2018
A capacidade do Cayenne em curva é impressionante.

A versão Cayenne S, equipada com um V6 2.9 litros biturbo, oferece mais 20 cv (440 cv), e os mesmos 550 Nm de binário máximo. Finalmente, no topo da gama Cayenne encontramos a versão Turbo, que recorre a um motor V8 4.0 litros (com menos 0.8 litros de capacidade) biturbo, a prometer mais 30 cv (550 cv) e 20 Nm (770 nm) que o antecessor.

Traduzidos para “linguagem corrente”, são números que prometem uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 5,9 segundos (-1.7 s) e uma velocidade máxima de 245 km/h (+15 km/h), no Cayenne base, ao passo que o Cayenne S passa a conseguir fazer 4.9 s (-0.5 s) nos 0 aos 100 km/h e 265 km/h (+ 6 km/h) de velocidade máxima.

Já o Cayenne Turbo, anuncia uma aceleração dos 0 aos 100 km/h nuns balísticos 3,9 s (-0.5 s), e 286 km/h (+7 km/h) de velocidade de ponta. Impressionante, sem dúvida!

Por dentro

Menos botões, mais tecnologia, a mesma qualidade de sempre. Um dos grandes responsáveis pelo aspeto hi-tech e prático do Cayenne é o novo Porsche Communication Management (PCM), um sistema de infotainment estreado em 2017 no Panamera e que colocou um «ponto final» na imensidão de botões que proliferava no interior do anterior Cayenne.

Porsche Cayenne E3 2018
O interior está mais tecnológico que nunca. Encontramos muitas soluções herdadas do novo Panamera.

Composto por dois ecrãs de 7 polegadas integrados no painel de instrumentos (mas sempre com o conta-rotações, analógico, ao centro e em posição de destaque, sublinhe-se!…), este novo PCM destaca-se, acima de tudo, por integrar um enorme ecrã quase “televisivo” (de 12.3″, a cores, e tátil) a ocupar toda a consola central, no qual estão acessíveis funcionalidades como a navegação online, o módulo de telefone LTE, o controlo por voz inteligente, o hotspot WI-FI, além dos serviços Porsche Connect e as quatro portas USB.

RELACIONADO: Porsche reinventa-se. E se o Cayenne fosse um SUV-coupé?

Estas são soluções que a marca de Estugarda propõe de série no novo Porsche Cayenne, a par das luzes em LED, do assistente de travagem de emergência com proteção ativa de peões, o Cruise Control com limitador de velocidade e o assistente de estacionamento à frente e atrás.

Porsche Cayenne 2018 Portugal Douro
A direção tem uma ótima assistência.

Reservado à lista de opcionais ficaram soluções como as luzes LED Matrix, os assistentes de visão noturna, o assistente de manutenção na faixa de rodagem com reconhecimento de sinais de trânsito, o sistema de câmaras Surround View e o Cruise Control Adaptativo. Podíamos ficar o dia todo a escrever a extensa lista de opcionais…

O Porsche Cayenne é um dos finalistas ao prémio World Luxury Car 2018

À descoberta do “911 dos SUV”

Os responsáveis da marca não fazem por menos quando dizem que o “objetivo foi, desde o primeiro momento, conceber o rei dos SUV, o 911 dos SUV!”. Rei ou não, a dinâmica é exemplar.

A Porsche voltou a recorrer à genialidade dos seus engenheiros para produzir um SUV que vale a pena ser conduzido. Um dos culpados é sem dúvida o novo chassis. Fabricado maioritariamente em alumínio e com barras estabilizadoras elétricas, o Cayenne consegue anular quase por completo o adornar da carroçaria. Mesmo naquelas curvas abordadas com mais… otimismo.

Não menos importante, é o eixo traseiro direcional (as rodas podem virar até 3 graus) ou a suspensão pneumática (de série apenas no Turbo). Esta panóplia de tecnologias quase nos conseguem fazer acreditar que estamos ao volante, não de um SUV, mas de um desportivo. E nem precisamos de conduzir a versão Turbo, a versão base do Cayenne já dá muito bem conta de si em ritmos mais aplicados.

Reduzindo o ritmo frenético e aproveitando melhor as vistas de «cortar a respiração» do Douro, selecionámos o modo Confort. Os consumos constantemente acima dos 9 litros quase que foram esquecidos graças à suavidade e conforto oferecido. Nem parece o SUV que minutos antes fazia os pneus queixarem-se curva após curva.

Preços? Sempre acima dos 100 mil euros…

Disponível em Portugal desde dezembro de 2017, o novo Porsche Cayenne E3 está disponível a partir de 101 772 euros, versão de entrada. Com o Cayenne S (por sinal, o mais procurado até ao momento) a começar nos 119 770 euros, ao passo que o topo de gama Cayenne Turbo, está disponível a partir de 188 582 euros.

Desde que arrancou a comercialização do Cayenne (E3), já foram vendidas 12 unidades em Portugal. Números que vão certamente continuar a crescer com a chegada das versões Diesel e híbridas do Cayenne – ainda sem data confirmada.

Pelo Douro ao volante do Porsche Cayenne (geração E3)

Primeiras impressões

9/10
O Porsche Cayenne está melhor que nunca. Aguardamos pela derradeira versão e-Hybrid para decidir se merece os 10 pontos. É uma verdadeira evolução face ao modelo anterior — muito mais do que a estética deixa adivinhar.

Data de comercialização: Dezembro 2017

Prós

  • Motor do Cayenne S é fantástico;
  • Qualidade do interior;
  • Comportamento.

Contras

  • Consumos (sempre os consumos!);
  • Lista de opcionais.
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Pode encontrar a resposta aqui:

Audi RS3 e Mercedes-AMG A45. Qual deles consegue um melhor drift?