Primeiro Contacto Toyota Hilux: já conduzimos a 8ª geração

Desde 26 040 euros

Toyota Hilux: já conduzimos a 8ª geração

Foi pelos estreitos e esburacados caminhos da península de Tróia que rodámos pela primeira vez ao volante da oitava geração da Toyota Hilux, a líder de vendas em Portugal no segmento das pick-up.

Com partida em Lisboa, mais concretamente das instalações da Salvador Caetano, rumamos até Tróia onde esperava por nós um programa que prometia pôr à prova as qualidades da nova pick-up nipónica. Mas antes de lá chegarmos, foi em autoestrada e estradas nacionais que retirámos as primeiras impressões desta oitava geração da Hilux.

Uma pick-up que chega ao mercado nacional com uma hercúlea missão pela frente: defender o primeiro lugar num segmento que tradicionalmente tem sido liderado por si, tendo sido número 1 em vendas 4 vezes nos últimos 5 anos (o ano passado atingiu uma cota de 40,7% do segmento pick-up).

Mais refinada

Para a Toyota, uma das grandes bandeiras da nova geração da Toyota Hilux é a sua proximidade com um SUV em termos de conforto e o equipamento. Para alcançar este resultado, a marca reforçou o chassis com aços de alto limite elástico, suavizou a suspensão e reformulou profundamente o habitáculo. E é precisamente no habitáculo que a nova Hilux mais se aproxima de um SUV.

Lá dentro não falta nada: sistema de navegação Toyota Touch 2, câmara de estacionamento traseira, cruise control, volante em pele com botões multifunções, ar-condicionado automático e vários sistemas de auxilio à condução, entre outros equipamentos presentes maioritariamente nas versões de lazer Tracker e Tracker S (lista completa aqui).

Toyota Hilux, interior

A qualidade aparente dos materiais empregues no interior não é fabulosa, mas como é apanágio na Hilux o mais provável é que daqui por 10 anos estejam exatamente com o mesmo aspeto. O que é que podemos pedir mais num veículo que certamente não vai ter um quotidiano fácil?

Esquecendo as considerações sobre o interior, como disse anteriormente os primeiros quilómetros ao volante da Hilux foram em asfalto (autoestrada e estrada nacional). Ainda que o comportamento tenha melhorado imenso, a verdade é que neste particular continua longe de um SUV. O conforto também melhorou substancialmente, alinhando pela média do segmento, mas não deixa de apresentar o típico saltitar do eixo traseiro até nas mais pequenas irregularidade do piso, chegando a ser incomodativo. Talvez menos um lâmina no eixo traseiro solucionasse o problema.

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Igualmente robusta

Será que com esta aproximação aos SUV a Hilux perdeu alguma da sua mítica robustez? A resposta é não. A nova Hilux apresenta um novo chassis de longarinas que oferece um aumento de 20% na rigidez torsional face à sétima geração e na traseira, a Toyota decidiu continuar a apostar no comprovado sistema mola de lâmina e suspensão traseira com amortecedor duplo, nesta geração profundamente revistos para permitir um aumento do curso da suspensão em 20%. Graças a estes reforços e melhorias, a capacidade de reboque da Hilux subiu para os 3500 kg de peso. Por outras palavras: já podem ir aos saldos com as vossas mulheres sem preocupações de maior.

Muito importante nos trabalhos mais pesados é a transmissão. A Hilux apresenta nesta geração um sistema comutável de tração às quatro rodas com uma caixa de transferências para relações altas e baixas e diferencial dianteiro. Um conveniente botão rotativo, ergonómicamente colocado junto ao volante permite a comutação entre tração às duas rodas (H2) e tração às quatro rodas (H4 e L4) permitindo um desempenho todo o terreno de elevado nível, ao qual não será alheio o maior curso de suspensão do segmento e o ângulo de entrada de 31 graus e de saída 26 graus. Mas já lá vamos…

Toyota Hilux

Quanto ao motor, a nova Toyota Hilux está disponível com um novo motor 2.4 D-4D Global Diesel (GD) equipado com função Stop/Start. Este novo motor de 16 válvulas comandadas por duas árvores de cames e de quatro cilindros está equipado com um turbocompressor de geometria variável e intercooler, e é capaz de gerar 150 cv às 3400 rpm e um binário máximo de 400 Nm entre as 1600 e as 2000 rpm. A eficiência na utilização de combustível do novo motor melhorou 9% face à unidade que substitui. O 2.4 D-4D alcança uma média de consumo de combustível e emissões de CO2 anunciados de 7,1 l/100 km e 187 g/km, respetivamente. Valores reais? Teremos de esperar por outra oportunidade para aferir com exatidão.

Na prática, a sensação com que ficámos do novo motor 2.4 é que é uma unidade sempre disponível e célere, capaz tanto de carregar a mais pesada carga como de efetuar aquela ultrapassagem de forma rápida e segura. No pára-arranca a 1ª relação da caixa sente-se demasiado curta (ao contrário das restantes relações muito bem escalonadas), característica que não é mais do que uma manifestação da preocupação da Toyota com a durabilidade da mecânica ao oferecer uma 1ª relação que em trabalhos mais pesados não castigue a embraiagem. Há campos onde a distância para os SUV é muito bem vinda…

Fora de Estrada

A Toyota preparou um percurso onde foi possível testar na prática as capacidades todo o terreno da Toyota Hilux. Nada mais nada menos do que a zona militar do Pinheiro da Cruz, local onde há uns anos as tropas norte-americanas ficaram com as suas viaturas atoladas na praia durante um exercício de treino. Felizmente, nós não repetimos a «gracinha», muito por mérito do sistema de tração da Hilux e das constantes dicas dos militares que nos acompanharam durante o percurso.

Preparar as Hilux para a areia | #hiluxrobustez #toyota #pinheirodacruz #4×4 #razaoautomovel #portugal #army

Um vídeo publicado por Razão Automóvel (@razaoautomovel) a

Os obstáculos em areia foram ultrapassados sem dificuldades de maior e alguns dos jornalistas presentes pediram inclusivamente mais obstáculos. A Hilux certamente não se importava, nem que fosse com os 1055 quilos atrás que a caixa de carga permite transportar.

Resumindo…

Às características de robustez e fiabilidade já conhecidas das anteriores gerações, a Toyota adicionou mais conforto, tecnologia e equipamento sem prejudicar as primeiras. Um trabalho notável, que certamente continuará a permitir à Toyota Hilux discutir um segmento cada vez mais competitivo.

Pode a Hilux assumir-se finalmente como uma alternativa real a um SUV? Os 39 750 euros pedidos por esta versão Tracker e a distância que ainda lhe falta percorrer ao nível do conforto de rolamento dizem-me que não. Mas sou da opinião que quem quer um SUV deve comprar um SUV, e quem quer uma pick-up agora pode comprar uma que até se aproxima de um SUV, permitindo uma amplitude de utilização maior, que vai muito além dos trabalhos ou atividades de lazer mais exigentes.

Toyota Hilux: já conduzimos a 8ª geração

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