Primeiro Contacto CUPRA Terramar. Justifica a diferença de preço para o Formentor?

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CUPRA Terramar. Justifica a diferença de preço para o Formentor?

Não tenho dúvidas de que o maior rival do Terramar está dentro de portas e chama-se Formentor. Mas esta escolha não é difícil de fazer.

CUPRA Terramar e-HYBRID 272 cv

Primeiras impressões

7.5/10

Data de comercialização: Novembro 2024

A CUPRA precisava de um SUV mais adulto e capaz de atrair as famílias. Vamos descobrir se o Terramar é a resposta.

Prós

  • Acabamentos interiores
  • Autonomia 100% elétrica
  • Conforto de rolamento

Contras

  • Capacidade da bagageira nas versões PHEV
  • Menos divertido que o Formentor

O Formentor é um sucesso de vendas desde que foi lançado e, praticamente sozinho, colocou a CUPRA num trajetório de crescimento que poucos achavam ser possível alcançar em tão pouco tempo.

Se o Formentor está orientado para quem procura um crossover de cariz mais desportivo, o Terramar aposta numa silhueta mais formal, tipicamente SUV, dando prioridade às necessidades de espaço e versatilidade das famílias. No entanto, sem as credenciais dinâmicas do Formentor.

No papel esta receita é praticamente perfeita, sobretudo se tivermos em conta o que vale o Formentor. Mas será que na realidade é assim tudo tão simples e literal? Provavelmente não. Mas fomos até Barcelona, em Espanha, para descobrir a resposta. Vejam o vídeo:

Uma questão de tamanho

Basta olhar para o Terramar para perceber, quase de imediato, que adere à mais recente linguagem visual da CUPRA, que também vimos na renovação do Formentor. Fica logo evidente na dianteira, ao nível da assinatura luminosa e do para-choques.

Mas aquilo que mais separa estes dois modelos é mesmo o tamanho: com 4,52 m de comprimento, 1,87 m de largura e 1,58 m de altura, o Terramar é 7 cm mais comprido e 5,4 cm mais alto do que o Formentor e isso tem um impacto direto no espaço disponível no interior.

O espaço na segunda fila de bancos, por exemplo, é superior ao do Formentor, ainda que não ultrapasse o do elétrico Tavascan, que é o maior modelo do catálogo da jovem marca espanhola.

E se falamos de necessidades familiares, temos de falar na bagageira, que varia de forma significativa de acordo com a motorização escolhida e com a posição dos bancos traseiros (deslocam-se longitudinalmente).

Nas versões híbridas plug-in (PHEV) a capacidade de carga varia entre os 400 l e os 490 l; e nas versões aó a combustão, varia entre os 540 l e os 642 l, isto se contarmos com o piso inferior.

Interior vistoso

Questões de espaço esclarecidas, importa falar de outro trunfo importante deste SUV, a perceção de qualidade a bordo. Os acabamentos são em tudo semelhantes ao que encontramos, por exemplo, no Formentor, mas este Terramar vai um pouco mais longe na precisão: ser construído na mesma fábrica do Audi Q3 pode ter contribuído para isso.

CUPRA Terramar - Interior
© CUPRA O ecrã central multimédia permite integração sem fios com Android Auto e Apple CarPlay. Gosto do facto de a CUPRA não ter repetido a receita do Tavascan, que tem um ecrã maciço, com 15,9’’.

Depois, é impossível ignorar os elementos em cobre e em cinza mate que já nos habituámos a encontrar nos modelos da marca de Martorell, e que ajudam a diferenciar o interior dos CUPRA face a propostas rivais.

No que diz respeito à oferta tecnológica, a CUPRA apostou numa dupla de ecrãs com 10,25’’ (instrumentação) e 12,9’’ (infoentretenimento), que podem ser complementados, de forma opcional, com um sistema de head-up display.

Descubra o seu próximo automóvel:

Sem Diesel

Tudo indica que o Terramar venha a ser o último novo modelo da CUPRA com motorizações de combustão interna, ainda que olhando para o que se passa na indústria, isso possa mudar.

O Terramar surge disponível com opções bastante distintas, que permitem cobrir um vasto leque de utilizações. É certo que não há qualquer motorização Diesel, como certamente muitos clientes ainda gostariam, mas existem motorizações a gasolina, híbridas plug-in e com eletrificação ligeira (leia-se, mild-hybrid).

A gama arranca com o 1.5 eTSI com 150 cv, que surge associado a um sistema mild-hybrid com 48 V. Depois, está disponível uma motorização híbrida plug-in, que junta um motor de quatro cilindros a gasolina (1.5 TSI), com um motor elétrico integrado na caixa DSG de seis velocidades, e uma bateria com 19,7 kWh de capacidade.

O resultado são 272 cv de potência máxima combinada, a mais elevada da gama — também existe uma versão PHEV com 204 cv —, 400 Nm de binário máximo e até 120 km de autonomia.

CUPRA Terramar VZ perfil
© CUPRA

Foi precisamente esta motorização que tive oportunidade de testar durante este primeiro contacto e fiquei convencido pela suavidade de funcionamento do sistema híbrido. É, efetivamente, um dos maiores trunfos deste SUV, sobretudo num mercado como o português, dominado pelas empresas e frotas.

Se quiserem saber mais detalhes sobre este sistema híbrido, o melhor é mesmo ver o vídeo:

O que muda para o Formentor?

Que este sistema híbrido é competente, já nós sabíamos, porque já o testámos, por exemplo, no novíssimo Volkswagen Tiguan. Mas e o comportamento dinâmico? Faz o mesmo que o Formentor? A resposta é simples: não.

Ao volante do CUPRA Terramar, não consegue disfarçar que é uma proposta maior, mais pesada e, acima de tudo, com mais preocupações com o conforto. Dito isto, é mais «vivo» do que a grande maioria dos SUV deste segmento.

É certo que os engenheiros da CUPRA fizeram um bom compromisso entre conforto, capacidade de rolamento e dinamismo, sobretudo nas versões com suspensão adaptativa. Mesmo assim, para quem procura um SUV capaz de entreter numa estrada mais revirada, o Formentor leva vantagem.

CUPRA Terramar perfil
© CUPRA

O Formentor está mais bem plantado na estrada e controla melhor os movimentos em curva e acima de tudo, mostra-se um pouco mais incisivo. Como explico no vídeo em destaque, se o Terramar perde neste capítulo, acaba por compensar em outros.

Vale a pena pagar mais?

As primeiras unidades do novo CUPRA Terramar vão chegar ao mercado nacional ainda durante o mês de novembro e têm preços a começar nos 42 075 euros para o 1.5 eTSI. Já o 1.5 e-HYBRID com 272 cv tem preços a começar nos 55 492 euros. O 1.5 e-HYBRID com 204 cv vai chegar um pouco mais tarde, mas já tem preço anunciado, a começar nos 50 863 euros.

Entre o Terramar 1.5 e-HYBRID 272 testado e o Formentor com a mesma motorização e equipamento, há uma diferença a rondar os 2000 euros. Esta diferença é menor na versão 1.5 eTSI e maior na variante PHEV com 204 cv.

CUPRA Terramar VZ vista de cima
© CUPRA

Será que o Terramar justifica o preço superior? Depende. Sei que não é a resposta que muitos querem ouvir (ou ler, neste caso), mas é mesmo a mais acertada.

Para quem privilegia uma imagem mais desportiva a uma condução mais acutilante, o Formentor é a escolha que faz mais sentido. Já para quem valoriza o conforto e precisa do espaço extra, então o Terramar é o SUV da CUPRA que melhor pode responder a isso.

E o CUPRA Ateca? Sim, a chegada do Terramar não significou a reforma do Ateca. Os três SUV da CUPRA posicionam-se todos no mesmo segmento e vão conviver, pelo menos, durante os próximos três anos.

É uma decisão que me custa entender. Isto porque o Ateca já parece, claramente, uma carta fora do baralho: em primeiro lugar, porque já acusa a idade (quer por fora quer no interior); em segundo, porque tem uma única motorização: 2.0 TSI com 300 cv.

Não me interpretem mal, eu adoro este motor, mas será que isso, só por si, justifica que a CUPRA mantenha este modelo na gama? Provavelmente não.

Veredito

CUPRA Terramar e-HYBRID 272 cv

Primeiras impressões

7.5/10

Data de comercialização: Novembro 2024

Prós

  • Acabamentos interiores
  • Autonomia 100% elétrica
  • Conforto de rolamento

Contras

  • Capacidade da bagageira nas versões PHEV
  • Menos divertido que o Formentor