Esqueçam o Yoke da Tesla. Conduzimos o Lexus RZ 450e na versão OMG

A qualidade dos materiais, a atenção ao detalhe, o conforto de rolamento. Três características que nos ajudam a esquecer que a autonomia do Lexus RZ 450e podia ser maior.

O novo Lexus RZ 450e fecha o ciclo de eletrificação do SUV premium japonês. Já conhecíamos as versões híbridas e híbridas plug-in e agora temos esta nova versão que abdica totalmente do motor a combustão.

Nós fomos até Marselha para ver (e conduzir) o resultado final desta subtração de combustão e reforço na tecnologia elétrica. Sem surpresa, encontrámos um Lexus tradicional, com tudo o que isso tem de bom e menos bom.

Interior com (muita) qualidade

Há mais de 10 anos que testo automóveis na Razão Automóvel. Já é um período de tempo considerável. E durante todo este período, houve sempre uma constante: a qualidade dos interiores dos modelos da Lexus.

Quase dá para «respirar» essa percepção de qualidade — e não é preciso ter 10 anos de experiência para entender isso. A atenção ao detalhe, a qualidade de montagem está à vista de todos.

Felizmente, numa indústria automóvel onde parece que tudo está a mudar, a Lexus nisso não muda. Por outro lado, felizmente há campos onde está a mudar, nomeadamente no que diz respeito aos sistemas de infotainment.

A Lexus tinha os sistema de infotainment mais sofríveis do segmento premium. Agora já não são sofríveis, são bons sem surpreender. Temos atualizações remotas, ligação Apple Car Play e Android Auto e até podemos controlar algumas funções através do nosso smartphone.

Falando do habitáculo, como refiro no vídeo em destaque, o espaço oferecido é interessante, principalmente nos lugares traseiros. Quando à capacidade da bagageira, cumpre aquilo que se espera num modelo deste segmento.

Sistema OMG agora e já!

O sistema One Motion Grip (OMG) deste Lexus RZ 450e é, na minha opinião, uma das tecnologias mais interessantes que testei nos últimos anos. Tenho a certeza que o futuro vai passar por aqui.

Na prática, trata-se de um sistema de direção ride-by-wire (ligação por fios) que dispensa a ligação mecânica entre o volante e as rodas. Isto permite fazer variar a assistência ao volante, reduzir o número de voltas ao volante para uma manobra e dá maior liberdade de configuração dos interiores aos engenheiros.

Além disso, mais importante que tudo: é muito agradável de utilizar. Faz o sistema Yoke da Tesla parecer algo primitivo — normalmente é a marca liderada por Elon Musk a fazer isto à restante indústria automóvel. É para vermos como as coisas podem mudar de um dia para o outro.

E por falar novamente em tempo, vamos ter de esperar até 2025 para poder escolher o nosso Lexus RZ 450e com este sistema OMG. Já lá vão 10 anos de desenvolvimento e ainda faltam mais dois. Por este andar, a condução autónoma chega primeiro ao mercado do que esta tecnologia.

Elétricos

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Falando agora da performance, este RZ 450e vem equipado com o sistema Direct4, que é composto por dois motores elétricos com 313 CV de potência combinada. A aceleração dos 0 aos 100 km/h cumpre-se em 5,6 segundos e a velocidade máxima é de 160 km/h. Eu sei que nos dias que correm pode parecer pouco, mas no mundo real é mais que suficiente.

O que poderá não ser suficiente é a capacidade da bateria, que é de 71,4 kWh. A Lexus anuncia autonomia média de até 440 km (versões com jantes de 18’’) e de 404 km para as versões com jantes de 20’’.

Em condições reais estes valores devem descer para os 350 km, mas vamos aguardar por um teste em Portugal para chegar a conclusões mais definitivas.

Falando de carregamentos, este SUV premium japonês aceita carregamentos até 150 kW em corrente contínua (30 minutos para repor 80% da bateria) e até 11 kW em corrente alternada.

Os preços em Portugal

A gama nacional do Lexus RZ 450e será composta por cinco versões de equipamentos, que começam na Executive por 74 250 euros, Executive Plus por 79 050 euros, Premium por 80 270 euros, Luxury por 87 600 euros e Luxury bi-tone por 88 230 euros.

Olhando para tudo aquilo que este RZ 450e tem para oferecer — ou melhor, tudo aquilo que um SUV deste segmento deve oferecer — aconselho a considerarem a versão Premium: é a mais equilibrada em termos de equipamento/preço.

No entanto, se o orçamento não tiver constrangimentos, sim… vale a pena escolher a Luxury. Se tenho alguma coisa contra as versões de acesso? Naturalmente que não. Simplesmente parece-me valer a pena o esforço adicional.

Veredito

Guilherme Costa

Desde muito cedo trocou a companhia dos brinquedos pelas revistas de automóveis. Alimentado por essa paixão em 2012 fundou a Razão Automóvel.

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