Conduzimos o Opel Grandland que faz 87 km sem gastar gasolina

O Opel Grandland nesta versão híbrida plug-in faz jus ao provérbio “no meio é que está a virtude”.

A Opel está a apostar forte no lançamento da nova geração do Grandland, sendo que este é muito provavelmente um dos lançamentos mais importantes da marca dos últimos tempos. Ainda que faça parte do extenso portefólio da Stellantis, partilhando muito com outros modelos do grupo, o Grandland é anunciado como tendo sido “concebido, projetado e construído na Alemanha”.

Em outubro do ano passado, já tínhamos conhecido a versão 100% elétrica e também a híbrida mais simples, com tecnologia de 48 V. Mas agora chegou finalmente o momento de conhecermos a terceira opção da gama, que tinha ficado prometida no primeiro evento: a híbrida plug-in.

Este sistema combina um motor a gasolina de 1,6 litros, sobrealimentado, com um motor elétrico integrado na caixa de velocidades de dupla embraiagem e sete relações — é exatamente a mesma configuração do «primo» francês Peugeot 3008.

O. motor elétrico declara uma potência máxima de 92 kW (125 cv) e um binário de 118 Nm, sendo alimentado por uma bateria com 17,9 kWh de capacidade (utilizável), composta por 96 células, e que é produzida junto da linha de montagem do Opel Grandland. Segundo os dados da marca, um carregamento completo (0-100%) demora menos de três horas, usando o carregador integrado de 7,4 kW.

O Opel Grandland Plug-in Hybrid arranca, por defeito, no modo 100% elétrico. Pelo menos enquanto houver carga na bateria.

Com a carga completa, a marca anuncia uma autonomia máxima de 87 km (WLTP), que se pode estender até aos 101 km, caso o trajeto inclua apenas deslocações em ambiente urbano.

Primeiras impressões positivas

Neste primeiro contacto dinâmico, ocorrido em Palma de Maiorca, Espanha, infelizmente não conseguimos confirmar se o Grandland cumpre o que anuncia — vamos ter de esperar por um ensaio mais detalhado em Portugal.

A unidade que conduzi já tinha a carga da bateria abaixo dos 50%, mas mesmo assim, coloquei todos os valores do computador de bordo a zero antes de iniciar o trajeto previsto, para pelo menos ter uma ideia do que o SUV era capaz.

Preços

Opel Grandland chega a Portugal. Primeiras impressões e preços

A nova geração do Opel Grandland já está disponível para encomenda. Mas antes de chegar ao mercado, fomos conhecê-lo na «casa-mãe» da marca.

André Mendes

O arranque é efetuado em silêncio e apenas com o motor elétrico em funcionamento, sendo que este, apesar da carga bateria estar abaixo de metade, não demonstrou ter grande vontade de «pedir favores» ao motor de combustão, para que este o ajudasse na locomoção.

Seja em estrada e especialmente em ambiente urbano, o Opel Grandland Plug-in Hybrid aproveita muito bem todo e qualquer momento de travagem ou desaceleração para regenerar energia.

Em conjunto, o sistema disponibiliza uma potência máxima combinada de 195 cv e um binário máximo de 350 Nm, sempre com tração dianteira. Apesar de não serem valores modestos, sempre são 1900 kg de SUV.

Dito isto, o Grandland não se fez rogado nas zonas de montanha mais retorcidas, permitindo adotar um ritmo menos moderado, agora com o motor térmico muito mais interventivo, mas sem prejudicar (muito) as médias de consumo.

Cheguei ao fim do trajeto — praticamente 70 km —, com a bateria a zero, mas o consumo final a ter sido de apenas 2,1 l/100 km. Mas do outro lado do painel de instrumentos, ainda estava a indicação de um depósito de combustível praticamente cheio (55 litros) e de uma autonomia total de 763 km.

No final deste primeiro, mas algo breve, contacto, deu para verificar que o nível de conforto é elevado, mesmo com a presença de jantes de liga leve com 20” desta versão GS, a mais completa.

Nesta opção estão incluídos os assentos desportivos e de ergonomia certificada, mas em termos visuais, por fora e por dentro, a versão híbrida plug-in não tem grandes diferenças face às restantes.

No meio da gama

O Opel Grandland Plug-in Hybrid fica a meio da gama, entre o Hybrid 1.2 Turbo e o Electric (73 kWh). Os preços arrancam nos 43 850 euros para a versão Edition.

Caso prefira um ambiente mais desportivo, o melhor é dar uma vista de olhos à versão GS, precisamente a que conduzi e que pode ver nas imagens. Neste caso, o valor de entrada aumenta para os 47 550 euros.

A diferença de preço reflete-se na oferta de equipamento mais completa do GS. A Opel tem a decorrer uma campanha de lançamento que envolve um desconto em torno dos 2110 euros, fazendo com que os preços baixem para os 41 740 euros e 45 440 euros, consoante a versão.

Com as encomendas já abertas e as primeiras unidades a chegar em abril, o Opel Grandland nesta versão híbrida plug-in demonstrou que poderá ser uma das escolhas mais racionais desta gama. Mas como costumamos alertar em qualquer híbrido plug-in, só fará sentido se tiver local para carregar, em casa ou no trabalho.

Veredito

Especificações técnicas

André Mendes

Jornalista automóvel desde o final dos anos 90. Assistiu às grandes transformações do setor e acredita que o melhor ainda está para vir.

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