Ensaio Testámos o Mazda CX-30 e-Skyactiv-X. É tão económico como promete?

Desde 42 573 euros

Testámos o Mazda CX-30 e-Skyactiv-X. É tão económico como promete?

No «papel», o motor e-Skyactiv-X promete juntar o melhor dos motores a gasolina e gasóleo. Para descobrir se o faz, testámo-lo no Mazda CX-30.

Mazda CX-30 e-skyactiv-x
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Depois de já termos testado o Mazda CX-30 com os motores Skyactiv-G nas versões de 122 cv e 150 cv, chegou a hora de o pôr à prova com o revolucionário e-Skyactiv-X.

Descrito como “um motor a gasolina que funciona como um Diesel”, o e-Skyactiv-X continua a ser uma «pedrada no charco» numa era em que a maioria das marcas estão a desinvestir nos motores a combustão.

Para saberem como funciona o motor mais potente do CX-30, o melhor é lerem este artigo. Mas para descobrirem se na «vida real» este consegue ser tão económico como promete o melhor é mesmo manterem-se deste lado.

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Mazda CX-30 e-skyactiv-x
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Como um Diesel? Nem por isso

Apesar de «funcionar como um Diesel», mal ligamos o motor torna-se evidente que debaixo do capô «mora» um propulsor que consome gasolina. Essa certeza é dada pela ausência do matraquear típico dos motores a gasóleo.

Depois disso, e uma vez em andamento, o e-Skyactiv-X comporta-se como um motor naturalmente aspirado, isto apesar de contar com um pequeno compressor.

Os 186 cv surgem às 6000 rpm e os 240 Nm de binário às 4000 rpm, regimes usuais em motores sem sobrealimentação. O motor sobe alegremente de rotação e fá-lo com uma agradável sonoridade, mas «nem tudo são rosas».

Motor e-skyactiv-x
Debaixo desta tampa plástica está um dos motores de combustão mais inovadores dos últimos anos. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Isto porque o escalonamento muito longo da caixa manual de seis velocidades afeta negativamente a vivacidade deste motor. Se as duas primeiras relações até têm um escalonamento correto, da terceira relação para a frente são particularmente longas, fazendo com que o e-Skyactiv-X pareça ter menos potência do que aquela que realmente produz.

Isto reflete-se, acima de tudo, nas recuperações. Por várias vezes fui obrigado a reduzir mais que uma relação para realizar ultrapassagens e acabei a fazer mais «cálculos» para efetuar estas manobras do que seria expectável ao volante de um carro com quase 200 cv.

Caixa de velocidades manual
Desde o curso curto ao tato mecânico passando pelo comando de pequenas dimensões, a caixa do CX-30 tem tudo para contribuir para o prazer de condução. Tudo menos um escalonamento mais adequado. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Contudo, nada a apontar ao excelente tato mecânico e curso curto da ação desta caixa manual, que faz dela uma das referências da indústria.

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Gasta tão pouco como um Diesel?

Por esta altura podem pensar: ahh, mas a caixa longa ajuda nos consumos. A verdade é que, na prática, acabei por verificar que não é bem assim. Ao termos de recorrer amiúde à caixa, o motor deixa muitas vezes de estar no seu regime ideal, principalmente em meio urbano, e isso reflete-se nos consumos.

Nos percursos em cidade a média manteve-se entre os 7-7,5 l/100 km, mesmo tendo o contributo de um sistema mild-hybrid de 24 V. Nos traçados sinuosos também ficou evidente a dificuldade desta caixa em «acordar» o e-Skyactiv-X.

Assim, foi em autoestrada e nas estradas nacionais do Alentejo que este «casamento» pareceu funcionar melhor.

Aí, o escalonamento longo da caixa permitiu ao e-Skyactiv-X girar a regimes mais baixos, mantendo-se suave e silencioso, ao mesmo tempo que me «presenteou» com médias tão baixas como 5-5,5 l/100 km.

Painel de instrumentos misto: analógico e digital
A mistura entre o analógico e o digital confere um visual requintado ao painel de instrumentos e uma fácil legibilidade. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Mas este teste não se ficou apenas por «estradas abertas» e autoestradas. Por isso mesmo, no final deste teste o computador de bordo mostrava uma média de 6,6 l/100 km.

Um valor que não sendo mau — para mais num crossover a gasolina com mais de 180 cv —, não fica assim tão próximo do alcançado por um Diesel em circunstâncias idênticas.

Tipicamente competente

«Esquecendo» o motor que equipava este Mazda CX-30, nas restantes áreas de avaliação o modelo japonês continua «igual a si mesmo».

O visual sóbrio e elegante do interior mantém-se moderno e interessante, acompanhado por uma qualidade da montagem e dos materiais muito próxima da oferecida pelas propostas premium. O espaço habitável, por outro lado, está abaixo da média do segmento.

Contudo, é sua condução e o comportamento que continua a ser um dos principais argumentos do CX-30. Com uma direção precisa e direta, e um chassis bastante interativo, o CX-30 é uma das propostas mais cativantes de conduzir do segmento.

Tudo isto sem abdicar do conforto exigido a um veículo que terá (quase sempre) que cumprir com as obrigações familiares.

É o carro certo para si?

Mais focado no estilo do que na versatilidade, o Mazda CX-30 continua a ser uma proposta válida no segmento, apresentando-se com excelentes aptidões dinâmicas, apesar do espaço que oferece estar abaixo da média.

Ao mesmo tempo, a qualidade a que a Mazda nos tem vindo a habituar nas suas mais recentes propostas «diz presente» e leva o CX-30 para perto de modelos premium em campos como a agradabilidade dos materiais ou a robustez da montagem, estabelecendo-o igualmente como uma alternativa a ter em conta.

Por fim, apesar da caixa de escalonamento longo, o e-Skyactiv-X é realmente capaz de bons consumos, principalmente em autoestrada.

Acaba por ser uma alternativa interessante para quem percorre largos quilómetros e não «morre de amores» por Diesel. Principalmente numa altura em que o preço da gasolina e do gasóleo está, cada vez mais, próximo entre si.

Testámos o Mazda CX-30 e-Skyactiv-X. É tão económico como promete?

Mazda CX-30 2.0 e-Skyacytiv-X Excellence

7/10

NOTA: 7,5. Não fosse a caixa excessivamente longa e o motor e-Skyactiv-X não só tinha tudo para se estabelecer como a alternativa aos Diesel como para oferecer ao CX-30 o carácter mais «desportivo» que o seu chassis reclama. O potencial do e-Skyactiv-X como uma alternativa aos Diesel no campo dos consumos só se faz mesmo sentir em autoestrada. Em tudo o resto o Mazda CX-30 continua a merecer elogios, pois independentemente do motor que o equipa apresenta-se como um dos modelos mais cativantes de conduzir no segmento ao mesmo tempo que oferece uma qualidade (dos materiais e montagem) à prova de críticas.

Prós

  • Comportamento
  • Qualidade geral
  • Consumos em autoestrada
  • Equipamento de série

Contras

  • Caixa com escalonamento longo
  • Habitabilidade e bagageira abaixo da média do segmento
  • Visibilidade traseira

Versão base:€43.223

IUC: €205

Classificação Euro NCAP: 5/5

€42.573

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cilindros em linha
  • Capacidade: 1998 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Injeção direta + Compressor + Intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válvulas por cilindro (16 válv.)
  • Potência: 186 cv às 6000 rpm
  • Binário: 240 Nm às 4000 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Manual de 6 velocidades

  • Comprimento: 4395 mm
  • Largura: 1795 mm
  • Altura: 1540 mm
  • Distância entre os eixos: 2655 mm
  • Bagageira: 430 l
  • Jantes / Pneus: 215/55 R18
  • Peso: 1443 kg

  • Média de consumo: 5,7 l/100 km
  • Emissões CO2: 128 g/km
  • Velocidade máxima: 204 km/h
  • Aceleração máxima: >8,3s

    Tem:

    • Chave inteligente
    • Fecho de portas automático
    • Travão de parque eletrónico com assistente de imobilização
    • Luzes e limpa-vidros automáticos
    • Ficha USB e Ficha 12V
    • Sistema Bluetooth
    • Sistema de conectividade com o telemóvel
    • Sistema de navegação
    • Jantes de liga leve
    • Faróis dianteiros de LED adaptativos
    • Luzes frontais diurnas de halogéneo
    • Faróis traseiros de LED
    • Spoiler do tejadilho à cor da carroçaria
    • Retrovisores exteriores com rebatimento automático, ajustáveis e aquecidos
    • Ecrã central TFT de 8.8"
    • Volante revestido a pele
    • Volante revestido a pele
    • Ar condicionado automático
    • Jantes liga leve 18"
    • Sensores estacionamento dianteiro
    • Vidros traseiros escurecidos
    • Abertura/fecho de bagageira elétrica
    • Alerta de tráfego frontal
    • Sistema de monotorização do condutor
    • Sistema inteligente de apoio à travagem em marcha atrás
    • Head-up display
    • Sistema de apoio transito em fila
    • Câmara traseira
    • Apoio de braço central traseiro
    • Assistente de subidas
    • Monitor de pressão dos pneus
    • Apoio inteligente à travagem em cidade com deteção de peões
    • Antena integrada na vidro traseiro
    • Detetor de ângulo morto com alerta de tráfego traseiro
    • Reconhecimento de sinais de trânsito
    • Aviso de saída de faixa e assistente de posição na faixa
    • Apoio inteligente à travagem
    • Controle de velocidade com radar com assistente inteligente de velocidade
    • Sensores de estacionamento traseiros
    • Máximos automáticos
    • Bancos em pele

Azul Crystal — 650 €.

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Qual era a cilindrada do Mazda 323 GT-R?