Ensaio Testámos o Toyota C-HR GR Sport. É possível juntar boas performances com consumos baixos?

Desde 41 880 euros

Testámos o Toyota C-HR GR Sport. É possível juntar boas performances com consumos baixos?

Com um visual mais desportivo e 184 cv, o Toyota C-HR GR Sport quer conjugar o «útil ao agradável», ou seja, a performance com a eficiência. Será que consegue?

Toyota C-HR GR Sport
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Num segmento onde as propostas de cariz mais desportivo continuam a escassear, o Toyota C-HR GR Sport tenta aliar «o melhor de dois mundos».

Por um lado o visual mais desportivo e os 184 cv aproximam-no de propostas efetivamente desportivas como o Ford Puma ST, apesar de não ser um rival direto.

Por outro, o facto de recorrer a uma motorização híbrida faz com que o C-HR GR Sport continue a apelar a quem valoriza a eficiência e os baixos consumos. Mas será que a proposta japonesa consegue agradar a «gregos e a troianos»? Para descobrir já o pusemos à prova.

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Toyota C-HR Hybrid
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Como (não) passar despercebido

Apesar de ter sido lançado em 2016 e de até ser uma visão algo comum nas nossas estradas, o Toyota C-HR continua a destacar-se visualmente da concorrência, sendo que nesta versão GR Sport fá-lo com ainda maior facilidade.

No interior os apontamentos diferenciadores continuam presentes, com principal destaque para os bancos desportivos. Com um excelente apoio lateral e um visual bem conseguido, apenas é de lamentar que o seu assento seja algo curto.

Quanto ao resto do habitáculo, o tabliê ainda hoje apresenta um visual moderno, mantendo os sempre úteis comandos físicos. A montagem e a qualidade dos materiais estão em linha com a elevada «bitola» usual na Toyota, mas há alguns elementos que nos relembram que o C-HR não é nenhum novato no mercado.

Toyota C-HR Hybrid
O sistema de infoentretenimento é completo, mas podia beneficiar de um grafismo mais moderno. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Para começar, temos poucos espaços de arrumação e os que existem são pequenos. Além disso, o sistema de infoentretenimento apresenta um grafismo algo antiquado e longe do apresentado pelo sistema já presente, por exemplo, no Toyota Yaris Cross.

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Já no campo da habitabilidade, o C-HR continua a não ser uma referência no segmento. Atrás o espaço para as pernas é apenas mediano, e a elevada altura das portas aliada à reduzida dimensão dos vidros não ajudam a aumentar a sensação de espaço a bordo (à semelhança do que acontece no DS 3 Crossback).

Também a capacidade da bagageira relembra-nos de que o C-HR não é uma proposta especialmente pensada para as famílias. Afinal de contas, os seus 358 litros são até inferiores aos 397 litros oferecidos pelo Yaris Cross e estão bem longe dos 445 litros disponibilizados pelo Volkswagen T-Roc.

Não é só «fogo de vista»

Ao contrário do que por vezes acontece nas versões «apimentadas», o C-HR GR Sport apresenta argumentos dinâmicos que condizem com o seu visual mais desportivo.

Referimos o Ford Puma ST antes, mas a proposta nipónica não consegue o mesmo nível de performance ou dinamismo. Ainda assim, o C-HR GR Sport não é só «fogo de vista», principalmente quando selecionamos o modo «Sport» (estão também disponíveis o «Normal» e o «Eco», este aconselhável para uma condução mais calma).

Toyota C-HR Hybrid
Os bancos dianteiros são vistosos, confortáveis, oferecem um bom apoio lateral, mas contam com um assento algo curto. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

O sistema híbrido é rápido a responder e apesar de a sonoridade não ser o seu forte (com a transmissão e-CVT não há milagres), as suas prestações depressa convencem quem segue ao volante.

As acelerações ocorrem com agradável celeridade e as recuperações permitem encarar as manobras de ultrapassagem com confiança.

Contudo, o melhor mesmo é quando chegamos às curvas. A direção revela-se precisa e direta (não é referencial, mas também não anda longe das que o são), o amortecimento consegue controlar convincentemente os movimentos da carroçaria sem prejudicar o conforto e as qualidades da plataforma TNGA são, uma vez mais, evidentes.

Toyota C-HR Hybrid
As jantes de 19” e os pneus de baixo perfil ajudam a melhorar (ainda mais) o comportamento. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

E em ritmos mais calmos?

Se em ritmos mais acelerados o Toyota C-HR GR Sport surpreende pela positiva, numa toada mais calma o modelo japonês não fica atrás, com o 2.0 Hybrid Dynamic Force de 184 cv a ser capaz de uma elogiável frugalidade.

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Quis a minha agenda que a maioria dos quilómetros percorridos ao volante do C-HR fossem feitos longe do meio urbano onde os híbridos mais brilham — o modelo japonês é capaz de circular em modo 100% elétrico até 80% do tempo em cidade — e a ritmos relativamente elevados. Devo dizer que o crossover da Toyota impressiona fora da sua «zona de conforto».

Toyota C-HR Hybrid
Ao contrário do que é usual, os modos de condução não são selecionados num botão junto ao comando da caixa. Em vez disso temos de ir até um submenu no computador de bordo, algo a rever pela Toyota. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Quando o devolvi à Toyota a média indicada no computador de bordo era de 4,9 l/100 km — abaixo dos 5,3 l oficiais —, valor alcançado com uma condução na qual não me coibi de explorar a «veia mais desportiva» do C-HR.

Em estrada aberta e autoestrada o sistema surpreende pela suavidade na transição entre o motor térmico e o elétrico, sendo que em meio urbano a promessa de circular até 80% do tempo em modo elétrico não anda longe da realidade.

O melhor de tudo é que para o fazer não temos de nos preocupar com carregamentos, sendo o C-HR mais uma prova de que a aposta nos híbridos convencionais ainda faz sentido não só para reduzir consumos como, consequentemente, emissões.

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É o carro certo para mim?

Desde o seu lançamento que o Toyota C-HR se destacou pelo seu visual e nesta versão GR Sport fá-lo com ainda maior sucesso.

Tal como em 2016, o C-HR continua a não ser a proposta ideal para quem, como eu, precisa de mais espaço, sendo antes um modelo pensado para quem se quer destacar no rebuliço urbano e não precisa de um modelo com grandes argumentos práticos ou de versatilidade.

Sem querer ser um rival direto do Ford Puma ST, a verdade é que o Toyota C-HR GR Sport apresenta-se como uma alternativa muito interessante, abdicando (em parte) das prestações em detrimento de consumos com os quais a proposta da Ford só pode apenas sonhar.

Testámos o Toyota C-HR GR Sport. É possível juntar boas performances com consumos baixos?

Toyota C-HR GR Sport

7/10

Com a versão GR Sport do C-HR a Toyota consegue «pregar dois pregos com uma só martelada». Por um lado oferece uma proposta capaz de cativar quem procura um crossover capaz de prestações interessantes e com um bom comportamento dinâmico; por outro, continua a propor um dos modelos mais frugais do segmento, tudo sem termos de adotar uma condução demasiado cautelosa. Infelizmente, há áreas onde o Toyota C-HR começa a acusar o «peso dos anos» como alguns aspetos tecnológicos que nos relembram que foi lançado em 2016. Ainda assim, mesmo com seis anos no mercado, a proposta japonesa continua a ser uma a considerar.

Prós

  • Prestações
  • Oferta de equipamento
  • Comportamento
  • Funcionamento do sistema híbrido
  • Estilo mais desportivo

Contras

  • Visibilidade nos bancos traseiros
  • Grafismo do sistema de infoentretenimento
  • Capacidade da bagageira
  • Espaço nos lugares traseiros

Versão base:€41.880

IUC: €205

Classificação Euro NCAP: 5/5

€42.630

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cilindros em linha
  • Capacidade: 1987 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Injeção mista direta e indireta
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válvulas/cilindro
  • Potência:
    Motor combustão: 152 cv às 6000 rpm
    Motor elétrico: 109 cv
    Potência máxima combinada: 184 cv
  • Binário:
    Motor combustão: 190 Nm entre as 4400 rpm e as 5200 rpm
    Motor elétrico: 202 Nm
    Binário máximo combinado: 190 Nm entre as 4400 e as 5200 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Automática, e-CVT

  • Comprimento: 4395 mm
  • Largura: 1795 mm
  • Altura: 1565 mm
  • Distância entre os eixos: 2640 mm
  • Bagageira: 358 litros
  • Jantes / Pneus: 225/45 R19
  • Peso: 1560 kg

  • Média de consumo: 5,3 l/100 km
  • Emissões CO2: 120 g/km
  • Velocidade máxima: 180 km/h
  • Aceleração máxima: >8,2 s

    Tem:

    • Vidros traseiros escurecidos
    • Difusor traseiro em preto
    • Sistema "Smart Entry & Start"
    • Espelhos retrovisores exteriores elétricos e aquecidos
    • Sensor de luz e chuva
    • Sensores de estacionamento
    • Câmara auxiliar traseira
    • Aviso de saída de faixa de rodagem com assistência na direção
    • Reconhecimento de Sinais de Trânsito
    • Luzes de Máximos Automáticas
    • Alerta de Ângulo Morto
    • Luzes de circulação diurna LED
    • Faróis de nevoeiro dianteiros LED
    • Deteção Traseira de Aproximação de Veículos
    • Limitador de velocidade
    • Controlo de Assistência ao Arranque em Subida
    • Ecrã multimédia de 8"
    • Entrada USB
    • Sistema de som JBL
    • Puxadores interiores em cromado
    • Ar condicionado automático dual
    • Bancos dianteiros aquecidos
    • Espelho retrovisor interior eletrocromático
    • Banco do condutor com ajuste em altura elétrico
    • Banco do condutor com ajuste lombar elétrico
    • Ecrã de informações de 4.2"

Pintura Branco Platina + Tejadilho Night Sky — 750 euros

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