Volvo C40 Recharge. Era uma questão de tempo até a marca sueca apresentar um SUV elétrico com «ares» de coupé, respondendo de forma direta aos rivais germânicos.
O Guilherme Costa já lhe tinha «sentido o pulso» há cerca de cinco meses, na Bélgica, e agora chegou a vez de o conduzirmos em solo nacional, e logo na versão mais potente, com dois motores elétricos e uma potência máxima combinada de 300 kW, o mesmo que 408 cv.
O sistema elétrico é, de resto, partilhado com o já conhecido Volvo XC40 Recharge P8, que o João Tomé já testou. Mas aqui vem acompanhado de uma silhueta mais elegante e, acima de tudo, mais divertida.
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E não há outra forma de o dizer, este C40 Recharge apresenta-se com um desfile de números impressionante, que vão muito além dos 408 cv de potência máxima combinada de que eu já vos contei acima.
Temos 660 Nm de binário máximo enviados às quatro rodas (a distribuição é sempre de 50/50 entre os dois eixos), e conseguimos acelerar dos 0 aos 100 km/h em apenas 4,7s. A velocidade máxima, tal como acontece com todos os novos Volvo, está limitada aos 180 km/h.
A permitir tudo isto está uma bateria com 75 kWh de capacidade que alimenta os dois motores elétricos, com a Volvo a anunciar uma autonomia máxima de 436 km (WLTP).
Para os que quiserem uma proposta mais contida e acessível, a marca sueca também já disponibiliza este modelo 100% elétrico com uma nova versão de entrada, apenas com um motor elétrico e de tração dianteira com 170 kW (231 cv) de potência.
Simples e eficaz
Mas vamos voltar ao C40 Recharge Twin, o modelo que testámos e aquele que encabeça a gama deste SUV coupé elétrico. E ele começa logo por nos conquistar desde o momento em que nos sentamos.
É tudo muito simples e eficaz. Nem sequer existe um botão “Start”. Basta abrir a porta, sentar, colocar a caixa em “Drive” e arrancar.
E toda esta «calma” é complementada pelo interior de qualidade com que a Volvo nos brinda. Os materiais são agradáveis ao toque, a qualidade de montagem está em muito bom nível e são muitos os detalhes que nos fazem olhar duas vezes, o que mostra a atenção ao pormenor dos designers da Volvo.
A NÃO PERDER: Mobilidade elétrica. “Nunca prometemos que ia ser mais barato”, diz a Managing Director da Volvo Car PortugalMas não me interpretem mal, isso são boas notícias. Por outras palavras, este C40 Recharge é um lugar muito bom para se estar. É clara uma inspiração mais zen e a fazer lembrar um loft escandinavo. Mas existem alguns… «mas».
O pilar “A”, por exemplo, é um pouco obstrutivo e »rouba» alguma visibilidade para os cantos. E por falar em visibilidade, não se vê praticamente nada pelo óculo traseiro.
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Como se porta na estrada?
Bem, em estrada este Volvo C40 Recharge mostra-se como era expectável. Isto é, com mais de 400 cv é muito (mas mesmo muito) rápido em reta, mas não consegue aproveitar todo o seu «poder de fogo» nas curvas.
Atenção, é sempre muito competente e «agarra-se” melhor nas curvas do que muitos modelos de «porte» atlético semelhante — sempre são mais de duas toneladas —, mas não esperem que se comporte como um desportivo.
LEIAM TAMBÉM: Volvo e a condução autónoma: “Assumimos a responsabilidade legal em caso de acidente”Faz sempre tudo de forma muito progressiva e parece sempre mais confortável quando não o provocamos. E nem sequer há muito a fazer para procurar uma afinação diferente ou para o «espevitar» em alguns capítulos específicos.
Isto porque a Volvo só nos deixa escolher um modo de direção mais firme e ativar ou desativar o modo “one-pedal”.
E aqui, mais um reparo, já que achei esta funcionalidade menos suave do que noutros rivais, o que obriga a alguma habituação.
Refinado e confortável
Mesmo com o modo de direção mais firme ativado, a direção nunca chega a ter o feeling que obtemos, por exemplo, de rivais como o Audi Q4 e-tron, mas a qualidade de rolamento, por outro lado, é sempre muito agradável, com a suspensão deste C40 Recharge a filtrar sempre muito bem as irregularidades da estrada.
A NÃO PERDER: Q4 e-tron. Testámos o SUV elétrico da Audi na sua versão mais potenteÉ óbvia uma maior preocupação com o conforto do que com a dinâmica. E a verdade é que isso combina relativamente bem com o «caráter» mais tranquilo deste elétrico.
E aqui temos de falar do refinamento deste modelo, que se mostra sempre em muito bom nível. Os ruídos aerodinâmicos e dos pneus chegam a ouvir-se um pouco no habitáculo, mas tudo aparenta ser bastante sólido, sem vibrações e sem ruídos mais aborrecidos.
Consumos, autonomia e carregamentos
Estes três capítulos são temas obrigatórios sempre que se fala de um elétrico. Comecemos, então, pelos consumos: cheguei ao fim deste ensaio com um consumo médio de 19 kWh/100 km, um número que até fica abaixo dos 21,1 kWh/100 km anunciados pela marca.
Contudo, é justo dizer que ao contrário do que é habitual nos meus testes, acabei por fazer poucos quilómetros em autoestrada, tendo passado grande parte do tempo em estradas secundárias e cidade.
E se tivermos em conta este registo, basta pegar na calculadora para perceber que a este ritmo é possível «arrancar» 395 km de uma carga de bateria completa.
LEIAM TAMBÉM: Tesla Model Y (2022). O melhor crossover elétrico?Porém, quando a energia se esgota, é bom saber que este C40 Recharge suporta carregamentos de até 150 kW em corrente contínua, o que nos permite ir dos 0 aos 80% (de capacidade da bateria) em apenas 40 minutos. Em corrente alternada suporta apenas 11 kW.
É o carro certo para si?
Este Volvo C40 Recharge concorre num segmento onde existem muitas e boas propostas. Cada vez mais. Mas tem bons argumentos do seu lado, a começar logo na imagem, que a meu ver é mais distinta e mais dinâmica do que no XC40 Recharge, fruto da sua linha de tejadilho descendente.
A NÃO PERDER: Volvo XC40 Recharge P8. O que vale o primeiro Volvo 100% elétrico?É certo que isso acarreta alguns compromissos em termos de espaço no banco traseiro, o que não me parece que seja um fator decisivo, até porque este elétrico escandinavo continua a conseguir acomodar confortavelmente dois adultos com 1,83 m (a minha altura) atrás.
Depois, é preciso falar do interior, um local muito relaxante de se estar e, acima de tudo, muito bem construído. Ao mesmo tempo que oferece um leque muito interessante de elementos tecnológicos, que tem no ecrã central de 9” o seu maior protagonista.
A mecânica também impressiona, sobretudo em linha reta, onde a capacidade de aceleração deste C40 Recharge é capaz de deixar modelos com outras responsabilidades desportivas em sentido.
Mas infelizmente, sentimos em grande parte do tempo que não estamos a aproveitar toda a potência e binário que este sistema tem para nos oferecer, o que me leva a uma questão importante: é mesmo preciso ter toda esta potência?
A resposta varia de caso para caso e depende muito daquilo que procuram num carro. Mas fiquei curioso para testar o C40 Recharge menos potente e penso que isso já diz praticamente tudo…
Volvo C40 Recharge Twin
Nota: 7,5. Este Volvo C40 Recharge Twin é um bom SUV elétrico, bem equipado, confortável de conduzir e muito agradável de se estar. A isso ainda soma uma imagem que, a meu ver, é mais atraente e divertida do que a do seu «irmão», o XC40 Recharge P8. Mas tudo isto vem com um preço. E num segmento com cada vez mais opções, isso obriga a fazer contas.
Prós
- Potência
- Prestações
- Imagem (interior e exterior)
Contras
- Comportamento suave para a performance
- Visibilidade traseira
Versão base:€60.103
Classificação Euro NCAP:
€60.954
Preço unidade ensaiada
- Arquitectura:2 motores elétricos (1 por eixo)
- Posição:Motor 1: dianteira transversal; Motor 2: traseira transversal
- Carregamento: Bateria de iões de lítio de 78 kWh (75 kWh úteis)
- Potência:
Motor 1: 150 kW (204 cv)
Motor 2: 150 kW (204 cv)
Potência máxima combinada: 300 kW (408 cv) - Binário:
Motor 1: 330 Nm
Motor 2: 330 Nm. Binário máximo combinado: 660 Nm
- Tracção: Integral
- Caixa de velocidades: Caixa redutora de uma velocidade
- Comprimento: 4440 mm
- Largura: 1873 mm
- Altura: 1591 mm
- Distância entre os eixos: 2702 mm
- Bagageira: 413-1205 litros + 31 litros (bagageira dianteira)
- Jantes / Pneus: 255/45 R19
- Peso: 2185 kg
- Média de consumo: 21,1 kWh/100 km; Autonomia: 436 km
- Velocidade máxima: 180 km/h
- Aceleração máxima: >4,7s
- Direção assistida adaptativa
- Espelhos de cortesia iluminados
- Espelhos retrovisores com antiencadeamento automático
- Faróis LED
- Ecrã central de 9''
- Painel de instrumentos de 12''
- Sistema de monitorização da pressão dos pneus
- Aviso de Colisão Traseira
- Assistência ao estacionamento (traseira e dianteira)
- Câmara de Assistência ao Estacionamento
- Espelhos retrovisores exteriores elétricos rebatíveis
- Suporte para recibos
- Cruise Control Adaptativo
- Informação de Sinais de Trânsito
- Assistência à Manutenção na Faixa de Rodagem
- Portão da bagageira elétrico
- Banco da segunda fila solto mecanicamente
- Bancos dianteiros Comfort
- Banco do passageiro regulável
- Cabo de carregamento doméstico (7 metros)
- Cabo de posto de carregamento (6 metros)
- Purificador de ar
- Sensor de humidade
- Sistema de climatização de duas zonas
- Jantes de 19''
- Tejadilho panorâmico
- Vidros laterais temperados
- Airbag para os joelhos, lado do condutor
- Cortina Insuflável
- Proteção contra impactos laterais
- Carregamento de smartphone sem fios
- Sistema de som High Performance
Tem:
Pintura Azul Fjorde — 738 €
Vidros Traseiros Escurecidos — 384 €.
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1 comentário
Testámos o mais potente dos Volvo C40 Recharge (408 cv). Convenceu?
Conduzimos o "ponta de lança" da eletrificação da Volvo, o C40 Recharge, e logo na versão mais potente da gama, a Twin. Tem argumentos para vingar?
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