Primeiro Contacto Alfa Romeo Tonale Plug-in Hybrid Q4. O Tonale certo em quase tudo

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Alfa Romeo Tonale Plug-in Hybrid Q4. O Tonale certo em quase tudo

Foi em Balocco, Itália, que conduzimos o primeiro híbrido plug-in da Alfa Romeo, o Tonale Plug-in Hybrid Q4, que passa a ser o topo de gama do SUV.

Alfa Romeo Tonale Plug-in Hybrid Q4 na estrada, frente 3/4

O Plug-in Hybrid Q4 é, por agora, a versão mais potente e mais rápida do Alfa Romeo Tonale, graças à combinação de hidrocarbonetos e eletrões que garantem 280 cv de potência máxima.

Sendo um híbrido plug-in — o primeiro da Alfa Romeo —, é também o Tonale com mais potencial para poupar combustível; podemos percorrer até 69 km em modo elétrico (ciclo combinado WLTP), uma contributo fundamental para esse objetivo.

Um conjunto de características contrastantes — mais performance e mais economia — que justifica a definição dada pela Alfa Romeo a esta versão: “eficiência desportiva”.

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Aliás, muito do que os responsáveis da Alfa Romeo disseram durante a apresentação internacional do Tonale Plug-in Hybrid Q4 girou à volta da definição de desportividade, uma característica cara à marca, mas que procura agora redefinir enquanto se dirige, inexoravelmente, para a total eletrificação da sua gama.

O primeiro passo é este Tonale híbrido plug-in, mas em 2024 veremos chegar o primeiro elétrico da marca italiana, em 2025 será a vez do primeiro modelo exclusivamente elétrico e a partir de 2027 só haverá «Alfas» elétricos — aguenta cuore “alfista”

O que faz mexer o Tonale Plug-in Hybrid Q4?

Já sabíamos que o Tonale usa a mesma base do Jeep Compass e, portanto, não admira que a cadeia cinemática do Plug-in Hybrid Q4 tenha também provido deste, da variante 4xe.

Isto significa que temos um híbrido plug-in diferente dos demais, porque cada eixo tem o seu próprio motor, ou seja, não há uma ligação física (veio de transmissão) entre os dois eixos motrizes, como podem ver na imagem abaixo.

Cadeia cinemática do Alfa Romeo Tonale híbrido plug-in
À frente temos o motor de combustão (1.3 Turbo e 180 cv) e transmissão automática (6 vel.) que está ligado apenas às rodas dianteiras; ao meio, por baixo do banco traseiro e do túnel central (a azul) é a bateria de 15,5 kWh; atrás temos o motor elétrico de 90 kW (122 cv) que está apenas ligado às rodas traseiras. Não há qualquer ligação física entre os dois eixos.

À frente temos o mesmo 1.3 Turbo de 180 cv do Compass 4xe, mas atrás a Alfa Romeo trocou o motor elétrico de 44 kW (60 cv) por um bem mais potente: 90 kW, o mesmo que 122 cv.

Desta forma, o Alfa Romeo Tonale Plug-in Hybrid Q4 demarca-se do «primo americano» ao declarar 280 cv, mais 40 cv, o que tem um efeito positivo nas performances. Os 6,2s nos 0-100 km/h, menos 1,1s que o Compass 4xe, são a prova disso.

As diferenças para o Compass 4xe estendem-se à bateria, que cresceu dos 11,4 kWh deste até aos 15,5 kWh no Tonale, o que permite ao italiano ampliar a autonomia elétrica até aos 69 km (pode superar os 80 km em ciclo urbano WLTP).

E mexe-se bem?

Sem dúvida. Tendo em conta que até ao momento só tinha conduzido o Tonale 1.5 Hybrid de 130 cv, quando adicionamos 150 cv a esse valor, nota-se… e bem.

Alfa Romeo Tonale Plug-in Hybrid Q4 traseira 3/4

Dito isto, apesar da ficha técnica inficar que tenho 280 cv à disposição, as acelerações e retomas de aceleração não são «fogosas» como o esperado. Nova consulta à ficha técnica e percebo o porquê. O Plug-in Hybrid Q4 pode ser o Tonale mais potente de todos, mas é também o mais pesado… e por larga margem: 1835 kg (DIN), mais 300 kg que o 1.5 Hybrid.

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Não me esquecendo disso, curiosamente, é evidente a facilidade com que os 90 kW (122 cv) e 250 Nm do motor elétrico conseguem mover toda esta massa quando em modo só elétrico.

Alfa Romeo Tonale Plug-in Hybrid Q4 na cidade rente 3/4

É uma novidade «ouvir» um Alfa Romeo a rolar silenciosamente e ao fazê-lo, passando por várias localidades italianas onde os pisos já viram melhores dias, percebemos o quão robusta é a montagem deste SUV — nada de ruídos parasita.

Para aqueles que não prescindem de uma boa banda sonora, este Tonale feito de contrastes também não desilude. O pequeno «mil e trezentos» viu a sua sonoridade ser mais apurada, está mais grave e… aprazível.

E nas curvas?

Posso já afirmar que este é o Tonale mais interessante de conduzir e explorar quando as retas acabam, mesmo considerando o quão pesado é.

Isto porque o Tonale Plug-in Hybrid Q4 vê-se munido de argumentos que os outros Tonale não têm — ironicamente, muito por «culpa» dos 125 kg de bateria que traz. A bateria encontra-se por baixo do banco traseiro e parte do túnel central e isso deu a este SUV um centro de gravidade mais baixo (3%) e uma distribuição de peso bem mais equilibrada (53%/47%).

Alfa Romeo Tonale Plug-in Hybrid Q4 na estrada, frente
Este SUV sente-se mais à vontade nas curvas do que seria de esperar.

Depois vem, de série, equipado com a suspensão adaptativa, um item crucial para o bom desempenho dinâmico do Tonale. Nunca chega a ser macia o suficiente para dar um pisar tão confortável como alguns concorrentes, mas só a podemos elogiar sobretudo quando selecionamos o modo Dynamic.

A suspensão fica mais firme e garante um excelente controlo dos movimentos da carroçaria; a direção muito direta, como a Alfa Romeo já nos tem habituado, ganha peso — é excessivamente assistida nos modos Advance Efficiency e Natural —; o acelerador fica mais sensível; e o controlo de tração e estabilidade mais permissivos.

Alfa Romeo Tonale Plug-in Hybrid Q4 perfil

Ao «atacar» várias sequências de curvas numa estrada de montanha, o Tonale mostrou ter um eixo dianteiro acutilante e muito obediente às nossas ordens, agilidade q.b., e sempre com elevados níveis de tração — auxiliados pelos generosos Pirelli PZero 235/40 R20.

Dito isso, não é uma experiência asséptica; é capaz de entreter mais que a maioria dos rivais, graças ao conjunto de atributos mecânicos, dinâmicos e, em parte, até… sonoros. O peso elevado do conjunto é perceptível quando nos apoiamos mais nos travões, algo que pude comprovar, mais tarde, num dos circuitos do complexo de Balocco (curiosamente, no circuito Alfa Romeo).

Aí pude levar o Tonale Plug-in Hybrid Q4 de forma segura aos seus limites. O eixo dianteiro acaba por ser sempre o primeiro a ceder e o peso do SUV volta a fazer-se sentir não só nas travagens mais impetuosas, mas também nas mudanças muito rápidas de direção. Porém, tenho de admitir que não esperava que um SUV pesado como este se comportasse tão bem num meio — a pista — que não é o dele.

E consegue ser poupado?

Durante estes eventos dinâmicos, sempre algo curtos, é difícil averiguar em definitivo todos os aspetos de um modelo, especialmente o dos consumos.

Este primeiro contacto deu para pouco mais de 100 km — mais algumas voltas em circuito — e se na primeira metade do percurso o motor elétrico foi o protagonista, registando consumos abaixo dos 1,5 l/100 km, após a passagem pela serra a ritmos muito mais vivos e regresso a Balocco, o registo final fixou-se nos 5,6 l/100 km.

O quanto tem paralelo no «mundo real» teremos de aguardar por um teste mais prolongado, em Portugal.

Porta de carregamento
Tempos de carregamento (0-100%): 2,5h a fazer numa wallbox de 7,4 kW (corrente alternada ou AC); 5,5h a 3,0 kW. Como outros híbridos plug-in, não permite carregamentos com corrente contínua (DC).

Contudo, sendo um híbrido plug-in, a regra de ouro mantém-se: é uma proposta que só faz sentido se o carregarmos frequentemente, apoiando-nos no motor elétrico para os trajetos curtos do dia a dia e «acordando» o motor de combustão apenas para viagens longas ou quando estamos com uma disposição, neste caso,… mais «alfista»

Quanto custa?

Ao final deste primeiro contacto, o novo Alfa Romeo Tonale Plug-in Hybrid Q4 convenceu. É o Tonale mais completo, seja pelas qualidades mecânicas e dinâmicas, seja pela performance adicional e até… economia.

Mas… e há sempre um mas, este Tonale é o mais caro de todos, com preços a começar nos 51 800 euros para a “Edizione Speciale” que ascendem aos 55 950 euros na versão de topo Veloce. É caro? Sim, mas estes preços estão nivelados com o de outros híbridos plug-in, como os dos rivais BMW X1 e Volvo XC40.

No entanto, não deixam de ser valores que afastam a maioria dos clientes particulares. O maior interesse por esta versão vem, como é costume entre os híbridos plug-in, dos clientes empresariais que têm acesso a benefícios fiscais que tornam esta proposta muito mais competitiva e atrativa.

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Primeiras impressões

8/10
O Tonale mais potente, rápido, e… potencialmente económico é também o Tonale que mais convence até agora. Mas o preço…

Data de comercialização: Novembro 2022

Prós

  • Grupo motriz
  • Modo "Dynamic"
  • Comportamento

Contras

  • Preço
  • Classe 2 sem Via Verde
  • Peso