Primeiro Contacto Ao volante do SEAT Mii electric. O primeiro de uma nova era

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Ao volante do SEAT Mii electric. O primeiro de uma nova era

A "ofensiva elétrica" da SEAT já começou e o pequeno Mii electric é o seu primeiro modelo. Fomos até Madrid para descobrir o que mudou no citadino espanhol.

SEAT Mii electric
© SEAT

O plano é ambicioso mas já está em marcha: até 2021 entre a SEAT e a CUPRA o objetivo passa por lançar seis novos modelos elétricos e híbridos plug-in, sendo o pequeno Mii electric o primeiro modelo desta “ofensiva”.

A chegada do primeiro modelo elétrico da SEAT é sinónimo do desaparecimento das versões com motor de combustão do Mii, o citadino espanhol (numa medida semelhante ao que a Smart fez com os fortwo e forfour).

Disponível em dois níveis de equipamento — Mii electric e Mii electric Plus — e cinco packs de opcionais, o primeiro modelo elétrico da SEAT tem chegada a Portugal prevista para o primeiro semestre do próximo ano, não sendo ainda conhecidos os seus preços.

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Parece igual ao Mii com motor de combustão, não parece?

O que mudou?

Face ao Mii com motor de combustão, o Mii electric é… praticamente igual. No exterior as diferenças limitam-se às jantes de 16”, espelhos retrovisores com piscas integrados e a inscrição “electric” na porta da bagageira e na lateral.

Já no interior, as novidades consistem na aplicação de folha IML (estampagem no molde), que dá um visual um pouco mais colorido ao interior, e de luz ambiente. Os materiais são duros (também não se podia pedir mais a um citadino) mas a montagem mostra-se robusta.

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O desenho do interior é simples e os materiais são duros, mas a montagem é robusta.

Quanto ao espaço, a colocação das baterias debaixo do piso permitiu manter as cotas de habitabilidade. A bagageira (que tem piso duplo) continua a oferecer 251 l de capacidade e o espaço para as pernas dos passageiros traseiros depende (muito) da altura do condutor e passageiro.

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A bagageira oferece 251 l que podem ir até aos 923 l caso se rebatam os bancos.

No que diz respeito à ergonomia, essa mostra-se em bom plano, com os comandos de ventilação e do rádio a surgirem quase todos agrupados num pequeno cluster colocado na consola central. Quanto ao sistema de infotainment, deixamos a sua avaliação para outro “capítulo”.

Conectado? Sempre!

Para além da eletrificação, o pequeno Mii electric traz outra estreia à gama SEAT, sendo o primeiro modelo 100% conetado da marca e o primeiro a contar com o sistema SEAT Connect que permite o acesso e a gestão remota do veículo (podes saber onde está estacionado, ajustar o ar condicionado ou controlar o processo de carga, tudo através de um smartphone).

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SEAT Mii electric
O ecrã do sistema de infotainment é o teu… smartphone. Uma solução que está longe de ser ideal.

Por falar em smartphone, é a este que cabe o papel de ecrã do sistema de infotainment, sendo através dele que acedemos por exemplo, à navegação (através da app DriveMii).

Esta até pode ser uma tendência do mercado, mas, pessoalmente, após este primeiro contacto não me parece ser a melhor solução, pois o ecrã do smartphone acaba por ser sempre demasiado pequeno, e devido à sua posição, os reflexos são mais que muitos.

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Ao volante do Mii electric

Neste primeiro contacto tivemos oportunidade de testar o Mii electric num percurso misto que conjugou (muita) autoestrada, estrada nacional e, como seria de esperar, trânsito citadino.

Apesar de pesar mais 300 kg que o Mii com motor de combustão, o Mii electric manteve a agilidade que já conhecíamos ao citadino espanhol (e aos seus “primos” da Skoda e Volkswagen), com a direção a revelar-se direta q.b. e com um bom peso.

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Em cidade o Mii destaca-se pela agilidade.

Já os 83 cv (61 kW) e 212 Nm do motor elétrico mostram-se mais que suficientes para fazer com que o Mii electric se revele um bom companheiro de viagem (mesmo quando abandonamos os limites da cidade). A velocidade máxima fica-se pelos 130 km/h e os 0 aos 100 km/h cumprem-se em 12,3s.

Com três modos de condução (“Normal”, “Eco” e “Eco+”) e quatro modos de regeneração de energia, os 250 km de autonomia que a SEAT anuncia pareceram ser possíveis de alcançar, sendo que para tal é preciso ter alguma contenção no pé direito.

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SEAT Mii electric
O Mii electric conta com três modos de condução e quatro modos de regeneração de energia. O último deles todos quase permite parar sem recorrer ao travão.

Por falar na gestão da autonomia, a SEAT anuncia um consumo energético entre os 14,4 e os 14,9 kWh/100 km. Apesar de termos confirmado estes valores (é até possível conseguir menos conduzindo com muita calma), a verdade é que numa condução despreocupada os consumos andam mais na casa dos 16 kWh/100 km.

E o carregamento?

Com 32,3 kWh de capacidade, as baterias do Mii electric (que são refrigeradas a ar) podem ser carregadas de três formas distintas: num carregador rápido, numa Wallbox ou numa tomada doméstica.

No carregador rápido de corrente contínua (DC) repor até 80% da capacidade demora uma hora; numa Wallbox ou posto público de 7,2 kW o carregamento demora cerca de quatro horas e por fim, numa tomada doméstica de 2,3 kW e corrente alternada (AC) o tempo de carga fica-se entre as 13 e as 16 horas.

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Para se poder recarregar o Mii electric de forma rápida é preciso comprar o pack opcional Fast e proceder a uma atualização de software.

Ainda acerca do carregamento, de série o Mii electric apenas traz os cabos para o carregamento em Wallbox ou na rede pública, sendo que os cabos que permitem o carregamento em casa ou o carregamento rápido são vendidos, respetivamente, com os pacotes opcionais Home Charge e Fast (este último implica ainda uma alteração de software).

Conclusão

Depois de sete anos no mercado (o Mii original surgiu em 2012), o Mii electric surge como um balão de oxigénio para um citadino que de outra forma teria, muito provavelmente, os dias contados (basta ver que a Fiat, crónica líder do segmento A, se prepara para o abandonar).

Face à versão com motor de combustão que veio substituir o Mii electric pouco ou nada mudou para além de ter recebido um motor elétrico, e a verdade é que isso joga a seu favor.

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SEAT Mii electric

É que se já antes se apresentava como uma proposta bastante competitiva entre os citadinos, a eletrificação apenas veio aumentar essa competitividade, com o citadino espanhol a manter as qualidades que lhe eram reconhecidas (como a robustez ou a dinâmica competente) acrescentando-lhes a economia típica que os modelos elétricos oferecem.

Agora, resta apenas esperar para ficarmos a conhecer o preço do novo Mii electric para ver se este vai ser realmente competitivo no mercado. Para já, sabemos que, na Alemanha, vai estar disponível num leasing de 36 meses e 10 000 km que custará cerca de 145 €/mês (sem entrada).

Ao volante do SEAT Mii electric. O primeiro de uma nova era

Primeiras impressões

7/10
Pode parecer (e ser) pouco diferente do Mii com motor de combustão interna, mas o Mii electric apresenta-se como uma opção à prova de futuro no segmento dos citadinos. Ágil e pequeno, o citadino da SEAT sente-se como peixe na água na malha urbana mas nem por isso é menos capaz de enfrentar viagens mais longas, perfilando-se como uma boa escolha como carro único para quem costume fazer viagens (bastante) programadas.

Prós

  • Facilidade de utilização
  • Robustez
  • Agilidade
  • Versatilidade de utilização

Contras

  • Ausência de um ecrã de infotainment
  • Falta de espaço nos bancos traseiros
  • Visual muito semelhante ao Mii com motor de combustão
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SEAT 1400. Este foi o primeiro automóvel da marca espanhola