Testes Apenas com 25 000 km. Conduzimos o primeiro Volkswagen Golf R32

Clássico

Apenas com 25 000 km. Conduzimos o primeiro Volkswagen Golf R32

Diretamente do Museu da Volkswagen para o canal de Youtube da Razão Automóvel. Testámos o primeiro Volkswagen Golf R32.

Volkswagen Golf R32 com Guilherme Costa

Há dias assim. Parece que o Universo suspende tudo o que está a fazer, na sua agenda muito atarefada — criação de novos planetas, estrelas, buracos negros, etc… — apenas para realizar os nossos sonhos.

Foi assim que me senti quando soube que tinha à minha disposição — ainda que durante escassas horas — uma unidade do primeiro Volkswagen Golf R32 para testar no âmbito dos German Car of The Year.

Mais uma vez senti que o Universo congeminou a meu favor — um sentimento que felizmente não é assim tão raro. E como se não bastasse, vou conseguir partilhar tudo convosco neste vídeo:

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A importância do Volkswagen Golf R32

Tal como expliquei neste vídeo, o Volkswagen Golf R32 é um dos desportivos mais importantes dos últimos 20 anos.

Foi com o Golf R32 que foram introduzidas algumas das tecnologias mais importantes da atualidade.

É uma tradição antiga na gama Golf. Já em 1974, com a primeira geração do Golf GTI, a Volkswagen redefiniu o segmento dos desportivos. Uma proeza que voltou a realizar em 2002 quando lançou o primeiro Volkswagen Golf R32.

Volkswagen Golf R32
Hoje parece algo relativamente simples de concretizar, mas em 2002, lançar um «hothatch» com tração integral e motor V6 estava longe de ser uma tarefa fácil.

E bem que o Golf precisava desta versão R32. Se bem se recordam, o Golf GTI da geração Mk4 era quase um «nível de equipamento», tal não era a falta de performance e apelo desta versão.

Mas mais do uma questão de motor ou tração — até porque hoje os 241 cv de potência debitados pelo motor 2.8 VR6 sabem a pouco… — aquilo que verdadeiramente definiu o Volkswagen Golf R32 foi a estreia da caixa automática de dupla embraiagem num automóvel de produção.

Volkswagen Golf R32 três portas, de perfil
Linhas simples mas agressivas. A contrastar com a complexidade de alguns desportivos do mesmo segmento naquela época.

Um tecnologia revolucionária, estreada pela primeira vez num modelo de produção pela Volkswagen — e desenvolvida pela Porsche na competição durante os anos 80 — que hoje encontramos praticamente em todos os desportivos e superdesportivos modernos.

A caixa DSG redefiniu o que podíamos esperar de uma caixa automática.

Com estes ingredientes e depois de um desapontante GTI, o R32 recuperava a credibilidade perdida do Golf entre os hot hatch, graças a um nobre motor e transmissão avançada, performance de topo e uma dinâmica à altura do que prometia — não admira que ainda hoje seja um dos Golf mais reverenciados e desejados de sempre.

Celebrar 20 anos da divisão R da Volkswagen

O Volkswagen Golf R32 não foi só o primeiro modelo a recorrer a uma caixa automática de dupla embraiagem. Foi também o primeiro modelo da divisão R — “R”, de Racing —da Volkswagen.

Uma divisão que celebra este ano o seu vigésimo aniversário.

Para assinalar este momento a Volkswagen preparou uma edição especial do Golf R: o Volkswagen Golf R 20 Years Edition. Não só passou a ser o Golf mais potente de sempre, com 333 cv de potência, como também passou a ser o “R” mais rápido no desafiante Nürburgring.

Apesar de já terem passado duas décadas, a receita continua a ser, no entanto, muito semelhante: motor potente, tração integral e caixa automática de dupla embraiagem.

Volkswagen Golf R32 interior
No interior já encontrávamos sistema de navegação. Algo pouco comum em 2002.

Naturalmente, a performance é muito superior — 0 aos 100 km/h em 4,6s e 270 km/h de velocidade máxima. Mas o facto de encontrarmos a mesma receita depois de tantos anos, é o melhor elogio que podemos fazer ao trabalho desempenhado pelos técnicos da divisão R da Volkswagen há 20 anos.

Resta agora saber o que nos reservam os próximos 20 anos, onde a eletrificação total promete colocar na prateleira alguns dos trunfos que esta divisão desenvolveu ao longo dos anos, mas uma coisa é certa: a Volkswagen tem sabido reinventar-se.