Ensaio Volkswagen Arteon Shooting Brake eHybrid. A receita ideal?

Desde 53 378 euros

Volkswagen Arteon Shooting Brake eHybrid. A receita ideal?

Testámos a Volkswagen Arteon Shooting Brake na versão híbrida de ligar à tomada e com o nível Elegance. Será esta a fórmula perfeita para uma das carrinhas mais elegantes do mercado?

Volkswagen Arteon Shooting Brake eHybrid
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Cerca de um ano depois de o termos conduzido na versão berlina com motor 2.0 TDI de 150 cv, voltámos a encontrar-nos com o Volkswagen Arteon, desta vez no «sabor» Shooting Brake eHybrid com 218 cv de potência máxima combinada.

Rendida à eletrificação, esta carrinha Arteon continua a chamar todas as atenções a si por apresentar linhas elegantes e imponentes, que a distinguem de forma clara da «irmã» Passat Variant e a colocam a par de algumas propostas premium do segmento.

Mas é a possibilidade de percorrer mais de 50 km em modo 100% elétrico e os consumos baixos que prometem — pelo menos no papel — fazer desta uma versão a considerar. Passámos cinco dias com esta carrinha híbrida plug-in e contamos-vos como foi.

A NÃO PERDER: Volkswagen Tiguan eHybrid. O que ganhou o “best-seller” da Volkswagen com a eletrificação?

Sistema híbrido

O conjunto híbrido da Volkswagen Arteon Shooting Brake eHybrid é um dos principais trunfos desta carrinha, que casa um motor a gasolina de 1.4 litros turbo de 156 cv com um motor elétrico de 85 kW (116 cv).

No total estes dois motores declaram uma potência máxima combinada de 218 cv e 400 Nm de binário máximo, que são enviados em exclusivo às duas rodas dianteiras através de uma caixa automática de seis velocidades.

Quanto às performances, importa dizer que a aceleração dos 0 aos 100 km/h é feita em 7,8s e que a velocidade máxima está fixada nos 222 km/h, ao mesmo tempo que anuncia consumos médios de 1,3 l/100 km, consumos de energia elétrica de 15 kWh/100 km e emissões de COde 30 g/km.

A alimentar o motor elétrico encontra-se uma bateria de iões de lítio com 13 kWh (10,4 kWh úteis) que permite uma autonomia em modo 100% elétrico de até 60 km (ciclo WLTP).

LEIAM TAMBÉM: A Volkswagen «contratou» 50 ovelhas nos EUA. Porquê?

Consumos, autonomia e carregamento

Nos primeiros 64 km que fiz ao volante da Volkswagen Arteon Shooting Brake eHybrid, em percurso misto e no modo híbrido (o sistema procura otimizar a interação entre o motor de combustão e o motor elétrico), fiz 28 km totalmente livres de emissões e «gastei» 55% da capacidade da bateria.

Motorização híbrida plug-in eHybrid
Os cabos laranja não deixam margem para dúvidas: este é um Arteon eletrificado. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Recorrendo à calculadora, é fácil extrapolar estes números para a totalidade da capacidade da bateria e perceber que a este ritmo apenas conseguimos «arrancar» 51 km totalmente elétricos, um registo que fica aquém dos 60 km anunciados pela marca alemã.

Porta de carregamento
A porta de carregamento está “escondida” na dianteira. Uma solução fácil e que a meu ver resulta muito bem. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Contudo, e apesar de eu achar que com uma condução exemplar (do ponto de vista da eficiência) ainda é possível ir buscar mais 3-4 km de autonomia, considero que este registo na «casa» dos 50 km não desilude e que serve a maioria das pessoas que vê nos híbridos plug-in uma boa solução para o commute diário.

Descubra o seu próximo carro

Quanto aos consumos de combustível, fixaram-se nos 6 l/100 km no final deste ensaio (mas houve picos de 8,5l/100 km com a bateria descarregada), onde fiz precisamente aquilo que nenhum utilizador de híbridos plug-in deve fazer: passar uma semana com apenas uma carga. Ainda assim, a média final de consumo foi interessante.

Quanto aos tempos de carregamento, a Volkswagen anuncia cinco horas com uma potência de 2,3 kW e 3,55 horas com uma potência de 3,7 kW.

Consola central Volkswagen Arteon Shooting Brake eHybrid
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

E ao volante?

Ao volante deste Volkswagen Arteon Shooting Brake eHybrid, começamos logo por ser surpreendidos pela suavidade do conjunto e pelo isolamento acústico do habitáculo. Em todos os cenários que lhe «atirei» este modelo mostrou-se sempre muito confortável.

E aqui também é importante destacar a suspensão, que foi claramente pensada para o conforto. Por norma os híbridos plug-in contam com uma afinação mais dura para compensar a massa extra da bateria e restante máquina elétrica e isso reflete-se na suavidade em estrada.

A NÃO PERDER: Fábrica da Volkswagen em Wolfsburgo não produzia tão poucos carros desde 1958

Mas este Arteon não seguiu esse caminho (felizmente) e apresenta-se como um dos híbridos plug-in mais confortáveis e mais suaves que já tive oportunidade de conduzir.

Volante Volkswagen Arteon Shooting Brake eHybrid
Direção tem um peso muito satisfatório. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Quanto à direção, é tão agradável quanto se espera e brinda-nos com o peso e com o feeling correto. O mesmo se aplica ao pedal do travão, que apesar de contar com o sistema de recuperação da energia gerada nas travagens, apresenta um tato muito natural.

Em modo 100% elétrico a resposta do motor é suficiente para uma utilização urbana e deixa-nos circular até aos 130 km/h. Acima dessa velocidade o motor térmico «acorda» e faz-se ouvir de forma mais significativa, sobretudo quando lhe cabe a tarefa de suportar as quase duas toneladas do conjunto.

Quanto à caixa automática DSG de seis velocidades, não se mostrou lenta nem com grandes hesitações. Mas confesso que em autoestrada dei por mim a desejar ter mais uma relação, o que na teoria até poderia ajudar a poupar mais combustível.

Painel de instrumentos digital
Painel de instrumentos digital faz parte do equipamento de série e tem uma leitura fácil e agradável. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Em quase todos os cenários que teve de enfrentar, a Volkswagen Arteon Shooting Brake eHybrid nunca conseguiu apelar a uma condução mais desportiva, levando invariavelmente a adotar um registo mais calmo e a usufruir das suas capacidades de estradista. E isto está longe de ser uma crítica negativa.

É o carro certo para si?

Espaçosa, bem construída e acima de tudo muito confortável, a carrinha Volkswagen Arteon Shooting Brake eHybrid começa logo por marcar pontos na imagem, que a meu ver a coloca com uma das carrinhas mais elegantes da atualidade.

A isso soma uma capacidade de somar quilómetros muito interessante e a possibilidade de andar em modo 100% elétrico em cidade, uma exigência da qual muitos clientes já não abdicam na hora de trocar de carro.

Se assim for e se os vossos percursos diários não ultrapassarem os 50 km, esta versão eletrificada pode fazer sentido, sobretudo se tiverem onde carregar regularmente (pelo menos duas ou três vezes por semana) a bateria. Só assim vão conseguir rentabilizar o sistema híbrido.

Para quem continua a fazer dos percursos mais longos o «prato do dia» durante a semana, sobretudo em autoestrada, a Arteon Shooting Brake oferece, como alternativa, motorizações Diesel (TDI de 150 cv e 200 cv), menos competitivas por culpa da fiscalidade em vigor; e a gasolina, mais acessível que a eHybrid, mas com apenas 150 cv e caixa manual.

Volkswagen Arteon Shooting Brake eHybrid. A receita ideal?

Volkswagen Arteon Shooting Brake eHybrid

7/10

Com um visual imponente, mas ao mesmo tempo muito elegante, a Volkswagen Arteon Shooting Brake convence pelo espaço que oferece a bordo e, sobretudo, pelo conforto. Diria mesmo que é um dos híbridos plug-in mais confortáveis que já conduzi. E tudo isto enquanto «oferece» 218 cv de potência combinada e a possibilidade de percorrer mais de 50 km em modo totalmente elétrico. É uma proposta a considerar para quem procura um híbrido com espaço para a família, com uma boa bagageira e que seja «à prova» das deslocações casa-trabalho-casa diárias. Mas é preciso carregá-lo de forma regular. Caso contrário será sempre mais interessante olhar para as motorizações ditas convencionais.

Prós

  • Imagem
  • Espaço
  • Conforto

Contras

  • Visibilidade traseira
  • Condução mais desportiva

Versão base:€53.378

IUC: €137

Classificação Euro NCAP: 5/5

€53.378

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cilindros em linha; motor elétrico
  • Capacidade: 1395 cm³ cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Inj. Direta, Turbo, Intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válv. por cil. (16 válv.)
  • Potência:
    Motor combustão: 156 cv
    Motor elétrico: 85 kW (116 cv)
    Potência máxima combinada: 218 cv
  • Binário:
    Motor combustão: 250 Nm
    Motor elétrico: 330 Nm
    Binário máximo combinado: 400 Nm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Automática (dupla embraiagem) de 6 velocidades

  • Comprimento: 4866 mm
  • Largura: 1871 mm
  • Altura: 1450 mm
  • Distância entre os eixos: 2839 mm
  • Bagageira: 455 litros (1497 litros)
  • Jantes / Pneus: 245/40 R18
  • Peso: 1809 kg

  • Média de consumo: 1,3 l/100 km
  • Emissões CO2: 30 g/km
  • Velocidade máxima: 222 km/h
  • Aceleração máxima: >7,8s

    Tem:

    • Jantes de liga leve "Muscat" de 18''
    • Digital Cockpit Pro
    • Faróis com regulação automática
    • Faróis com regulação automática
    • "Leaving-Home" e função manual "Coming-Home"
    • Câmara traseira "Rear View"
    • Bancos dianterios aquecidos
    • Volante desportivo multifuncões em couro
    • Ar condicionado "Climatronic" de 3 zonas
    • Faróis traseiros em LED, com indicadores de mudanca de direcão dinâmicos
    • Faróis dianteiros em LED com luzes diurnas em LED separadas
    • Pacote "Light & Vision", com Light Assist
    • Sistema de som com 8 altifalantes
    • App-Connect Wireless
    • Reconhecimento de sinais de trânsito
    • Voice Control
    • Sistema "Front Assist" com sistema de travagem de emergência em cidade
    • Sistema "Lane Assist" em combinacão com "Travel Assist"
    • Sistema de detecão de fadiga
    • Interface "Confort", com carregamento por inducão
Sabe esta resposta?
Em que ano começou a ser produzido o Bugatti Veyron 16.4?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

Bugatti Veyron faz 15 anos. A história que tu (provavelmente) não conheces