O melhor jipe do mundo? Testámos o Toyota Land Cruiser 250

Atestei o depósito de gasóleo e fui até aos confins da Escócia. A minha vontade era ter continuado até Marrocos.

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Escócia. Terras de Sua Majestade, whiskey, lama, florestas, lama, paisagens incríveis e ainda mais lama. Foi o cenário escolhido pela Toyota para nos apresentar as primeiras quatro unidades de pré-produção do novo Land Cruiser 250, trazidas diretamente do Japão para a Europa, só para este primeiro teste.

Não é caso para menos. O Land Cruiser é um dos maiores ícones da marca japonesa e há 15 anos que não saia uma nova geração Light Duty. Feitas as contas são sete décadas de história de um modelo que já foi comercializado em cerca de 170 países.

Agora, o Toyota Land Cruiser 250 está a chegar ao mercado e coloca-se a questão: continua a ser um verdadeiro Land Cruiser ou tornou-se demasiado burguês. A resposta está neste vídeo:

Começando pela estética, os maiores fãs do Toyota Land Cruiser não vão ter grandes problemas em identificá-lo. No entanto, todo o seu visual foi profundamente atualizado e modernizado.

Dito de outra forma, foi atualizado mas não foi descaracterizado.

Bem-vindo ao futuro

Esqueçam a anterior geração do Toyota Land Cruiser. A nova geração tem um nível de equipamento e tecnologia que está a «anos luz» da geração que agora cessa funções.

O sistema de infoentretenimento, que marca presença na nova geração, coloca o anterior ao nível do que se fazia durante as invasões inglesas. No habitáculo, há ecrãs de resolução bastante elevada e de dimensão generosa, bem como diversos sistemas destinados a facilitar os momentos de condução em estrada, ou fora dela.

Mesmo assim merece críticas. Há demasiados menus e submenus que complicam excessivamente o acesso a algumas funções.

Agora a direção é elétrica e pela primeira vez, a barra estabilizadora pode ser desconectada eletronicamente, o que aumenta a articulação das rodas dianteiras em 10% — algo muito útil em todo o terreno.

Sistemas que são acompanhados por um aumento da rigidez estrutural em 50% e que fazem deste Land Cruiser o melhor de todos os tempos em terrenos asfaltados. Sobre a experiência off-road o melhor é mesmo ver o vídeo. Há imagens que falam por si.

Espaço e robustez

O habitáculo do Toyota Land Cruiser foi desenvolvido a pensar em cenários com que outros modelos da marca nem sonham. Além de contar com espaço para praticamente tudo e todos, há materiais de escolha mais cuidada e uma enorme atenção a diversos detalhes para quem viaja (mesmo muito) mais afastado do asfalto.

No que diz respeito à capacidade de carga, a Toyota ainda não comunicou os valores finais para esta nova geração do Land Cruiser, dado que o modelo ainda está a passar pelo processo de homologação.

No entanto, o espaço disponível do habitáculo é tão amplo, que até fiquei na dúvida se conseguia meter uma vaca (vejam o vídeo para entender) na bagageira. Sem querer, o cheiro a ração que tínhamos neste compartimento quase tornou esse momento possível.

Preparado para tudo e em todo o mundo

Já falámos de carros elétricos hoje? Tenho a ideia que não e também não vai ser neste artigo que o vamos fazer. Porque a animar este Land Cruiser temos um «velho e fiável» motor Diesel sem qualquer tipo de eletrificação.

Trata-se do mesmo motor 2.8 Diesel que encontramos na Toyota Hilux, a oferecer 204 cv de potência e um binário máximo disponível logo às 1.600 rpm. Não é um motor propriamente silencioso (bem pelo contrário) mas os engenheiros da marca até fizeram um bom trabalho no seu isolamento. Não incomoda.

Para já, nem sinal de eletrificação até porque, num modelo que será vendido globalmente, não faria sentido ser de outra forma. Carregar um elétrico em países onde não há sequer rede elétrica deve ser difícil. E nesses mercados, o Diesel ainda é rei.

Além disso, em alguns dos países onde o Toyota Land Cruiser é comercializado, a qualidade do asfalto (quando existe), nem sempre é das melhores. Fazendo com que este tenha de estar preparado para areia, terra, neve, pedras, lama, rios, ainda mais lama, florestas densas e também… já dissemos lama?

Em asfalto, tanto o conforto de rolamento como a insonorização, são muito superiores ao dos seus antecessores. Como disse, o motor Diesel não é propriamente elegante no seu funcionamento. Isso obrigou a Toyota a ser mais engenhosa do que o habitual, no tipo de contra-medidas que os construtores utilizam para mascarar ruídos.

O isolamento acústico do tablier e do fundo do carro foi reforçado mas foi através das colunas de som, que os japoneses da Toyota decidiram ir mais longe. Estas induzem de forma imperceptível, uma frequência no habitáculo, com o objetivo de provocar o mesmo efeito de um sistema de cancelamento de ruído de uns auscultadores.

Quanto às capacidades de «sobrevivência» longe do asfalto, o melhor é mesmo ver o vídeo. Em texto, confesso, não tem metade da piada.

Quando chega?

A nova geração do Toyota Land Cruiser ainda está em processo de homologação, pelo que ainda não está definida a data de chegada ao nosso mercado nem preços para a gama. Dito isto, é provável que a fasquia dos 100 mil euros seja largamente ultrapassada.

Como sabemos, a fiscalidade portuguesa penaliza de forma severa os motores de maiores dimensões. E quanto a isso, não há sistema de tração que nos valha.

Se este não é um dos melhores jipes do mundo, está no pódio. Atualizado para as exigências de um automóvel que é vendido em 2024, mas com o caracter que é exigido ao Land Cruiser Light Duty.

É preciso entender a história e a gama Land Cruiser, para perceber o que esteve na base de desenvolvimento deste novo Land Cruiser 250. Sobre isso, encontra tudo no nosso teste em vídeo.